Flavio Assunção 24/02/2012Após 10 anos, volto a ler Agatha Christie em "Assassinato no Campo de Golfe". Honestamente, não sei o porque de ter passado tanto tempo sem ler a autora, mas a verdade é que o retorno foi extremamente prazeroso.
O livro trata sobre um assassinato de um velho milionário, cujo corpo é encontrado no campo de golfe de sua mansão. Antes de morrer, porém, o homem envia um telegrama para o famoso detetive belga Hercule Poirot, afirmando estar com a vida em risco. Poirot viaja então para uma pequena cidade da França onde o outro morava a fim de descobrir quem o ameaçava. Ao chegar lá e descobrir sua morte, Poirot precisa descobrir o culpado antes do investigador francês, que não percebe as coisas como deve ser.
A narrativa do livro é feita toda em primeira pessoa, narrada pelo fiel escudeiro de Poirot, Capitão Hastings, que vale destacar ser o total oposto do detetive belga. Atrapalhado, com pouca capacidade de dedução e inteligência, ele mais atrapalha do que ajuda durante toda a trama, o que irrita profundamente o leitor. Por outro lado, sentir raiva de um paersonagem é bom, pois significa que foi bem construído.
O desenvolvimento é aquilo que todos nós conhecemos das obras da autora: Poirot pega provas inicialmente sem relevância alguma, interroga testemunhas ou pessoas com possível relação com o caso, utiliza suas deduções incríveis e chega a uma conclusão surpreendente, no momento em que tudo parece resolvido e o leitor acha que as coisas vão terminar daquela forma simples e sem graça. E esse choque de realidade é o mais incrível.
Não tenho dúvidas de que Agatha Christie é uma das maiores e mais inteligentes escritoras da história da literatura, seja policial ou não. Após 10 anos longe, lamento ter passado tanto tempo ausente; e feliz, claro, por ter reencontrado essas tramas tão inteligentes e divertidas.