Macbeth

Macbeth William Shakespeare
Manuel Bandeira
Manuel Bandeira
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Resenhas - Macbeth


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Marche 29/09/2017

O poder
O livro mostra que a vaidade pode nos cegar para chegarmos ao poder, o meio importa, caso contrário o fim será pesado.
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Josué Brito 28/09/2017

“Nada se ganha, tudo se perde, quando se conquista sem contentamento” Shakespeare;
Somos frutos do desejo humano, da vontade da conquista e somos seres passionais. Essas certezas são frutos de grande inspiração da obra do Shakespeare. O autor em Macbeth mais uma vez traz um homem que é fruto do seu desejo, que vive, que grita, que se deixa vencer pelos seus pecados mais mortais, pela inveja, pela glória, pelo poder.
Dois personagens se destacam na obra, o Macbeth, o homem expressão do desejo, e Lady Macbeth, a mulher que lembra o homem que ele só humano é quando seus desejos são realizados. Ela a todo tempo instiga ao marido a cometer atos mortais e imorais, condicionando sua humanidade à plenitude dos poderes e da conquista. Macbeth é o ser imoral que não mede esforços para sua conquista e como um ser do inicio da baixa idade é restrito as suas crendices e utiliza-se de subterfúgios mágicos para se proteger contra os futuros e contra o julgamento de suas transgressões.
Shakespeare explora o contraste entre o bem e o mal em todo o livro. Macbeth é a maldade, é tudo que não deveria ser feito, é tudo que nos leva ao fim. O bem é representado pelos corajosos cavaleiros que lutam contra o homem capaz de trair um rei no seu próprio teto, desrespeitando a confiança que o Duncan tinha na personagem, e também seu amigo, com a finalidade de prolongar seu poder.
O autor inglês realiza um encerramento magistral à luz desejo e isso é expresso pela frase que titula essa resenha. Um dos pontos mais altos dessa estratégia é a fala de Lady Macbeth (Ato III, Cena II): “Nada se ganha, tudo se perde, quando se conquista sem contentamento”... em outros termos, é impossível se alcançar a felicidade e continuar humano realizando todos os seus desejos sem se contentar. No contraste entre fim e inicio, uma personagem que reconhece o homem como expressão do desejo, adiciona ao término a necessidade de se medir, de ter as ações morais como basilar das ações.
A conclusão de qualquer argumento relacionado a Shakespeare é óbvio e já esperado... O autor é simplesmente genial e Macbeth é com certeza a sua melhor peça. Macbeth apresenta um delineamento clássico das tragédias com as antíteses morais e o bem e o mal como protagonistas. Macbeth é a humanidade atual.

Josué Brito
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Andrade 26/09/2017

MEU MELHOR SHAKESPEARE ATÉ O MOMENTO!
Já li algumas peças de Shakespeare e sempre me deparo com a atrocidade humana; fico com uma “morbidez” quando vejo uma obra que foi escrita no século XVI ser tão atual. Mas enfim, o mundo do “O BRADO”, como era conhecido, é um caos . A cada cena lida, um mistério, um gostinho de quero mais. Ler Shakespeare é: conhecer o lado mais devastador do homem, é descobrir que não existem pessoas 100% boas, que nem tudo é o que parece ser!

Bom, nessa grande obra chamada “Macbeth”,nós leitores, nos deparamos com a inveja, a ganância pelo poder! Por que nós fazemos coisas más para atingir o outro? Só pelo gostinho de ter poder? De almejar riquezas? Eu, como leitor, me faço essas e outras perguntas! É sensacional como o escritor consegue colocar de uma forma crua, a verdadeira face do ser humano, de quão abominável ele se torna ao querer alcançar algo. Uma obra que o leitor para e pensa: o que é a vida? Uma das melhores peças da minha vida, sem dúvida!

Citações:

“O belo é podre, e o podre, belo saber ser; ambos pairam na cerração e na imundície do ar.”

“Aquilo que sabe o coração falso, a cara falsa deve esconder.”

“A tentativa, e não o ato, é o que nos aniquila.”
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GH 01/05/2017

Macbeth


Escrito entre 1605 e 1606, Macbeth é o general do exército escocês que vem dar nome ao livro. Muito bem querido diante de seu monarca, o rei Duncan, um dia, ele e Banquo, outro general, são abordados por três bruxas que profetiza: Macbeth será rei; Banquo é menos importante, mas mais poderoso que Macbeth; e os filhos de Banquo serão reis. Confuso diante de suas palavras, ele as recita para sua mulher, Lady Macbeth e daí oriunda toda tragédia a seguir.

É de grande espanto, mesmo sendo a terceira obra lida do autor, o quão bom ele é no que se propõe a fazer e em como há um contexto, um desenvolvimento e um clímax digno de um clássico. Tudo isso em menos de 150 páginas e no formato de teatro. Talvez por isso Shakespeare foi e é aclamado, mesmo após quase meio século de sua morte.

Em mais uma tragédia, notamos a facilidade analítica e competente na representatividade dos personagens, escancarando a boçal raça humana agregada as suas pioras desqualificações. E, mesmo que em poucas páginas, toda a desgraça é demonstrada a partir da vilã Lady Macbeth, que faz a cabeça de seu amo, Macbeth a cometer fatídicos assassinatos, visando o poder.

Ao brincar em sua escrita, Shakespeare nos trás reflexões dos mais variados âmbitos e nas suas diversas obras. Principal ou não, há de se ter atenção aos diálogos de todos os personagens, pois num deles, ou melhor, de certo na grande maioria, irá conter valiosos relatos.

''Ora, senhor, nariz vermelho, sono e muita urina. A luxúria, senhor, é por ela provocada e invalida: provoca o desejo, mas rouba-lhe a potência. Portanto, bebida demais, senhor, pode-se dizer que é enganadora com a luxúria: faz o homem e o aniquila, deixa o homem pronto e impede-o de comparecer, ela o persuade e desencoraja-o, deixa-o teso e faz ele broxar. Em suma, engana-o até a sonolência, coloca-o para dormir, e depois deixa- o sozinho. '' (Pág. 46)

Após traições, culpas, vinganças e reviravoltas, termina-se o livro com a exposição de mais uma tragédia bem feita na mais plena maturidade do autor, que, repito: o coloco num pedestal junto com três nomes que assim como ele, destrincham toda psicologia e condição humana, cujos mesmos são: Shakespeare, Dostoieviski e Balzac; sendo o primeiro o mais trágico, o segundo o mais melancólico e o terceiro o mais poético.

''
Filho – Meu pai era um traidor, mãe?
Lady Macduff – Ah, isso ele era.
Filho – O que é um traidor?
Lady Macduff – Ora, um que está mentindo quando faz uma promessa.
Filho – São traidores os que assim procedem?
Lady Macduff – Todos e cada um que assim procede é um traidor e deve ser enforcado.
Filho – E devem todos ser enforcados, os que mentem ao fazer uma promessa?
Lady Macduff – Todos e cada um.
Filho – E quem deve enforca-los?
Lady Macduff – Ora, os homens honestos.
Filho – Então os mentirosos que fazem falsas promessas são bobalhões, pois há tantos mentirosos e falsos que eles poderiam espancar e enforcar os homens honestos. '' (Pág. 88 e 89)


Fernando Lafaiete 01/05/2017minha estante
Excelente resenha!




Tiekon 17/03/2017

Atual
O livro de Shakespeare é tão curto mas tão profundo. Embora seja um livro de alguns séculos atrás, ele é extremamente atual com personagens que se tornam íntimos e apresentam seus sentimentos mais profundos, onde você consegue enxergar todas as consequências da raiva, ciúmes, ganância, ambição, amor, amizade, traição e tantos outros sentimentos que acompanham e acompanharão o ser humano em toda a sua história.
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Natalie Lagedo 14/03/2017

As tempestades noturnas são os momentos escolhidos pelo Bardo para trazer à baila homicídios funestos. A falta de luz solar é um espelho da escuridão do casal Macbeth. A maldita peça escocesa é recheada de ambição, inveja e sede de poder. É também uma demonstração do que os maus conselhos podem causar a pessoas de caráter fraco.

O Rei Duncan, agradecido pela grande vitória que o "thane" Macbeth conseguiu para o reino, não percebe a cilada que o aguarda no castelo do barão. Contrariando as regras da hospitalidade e levado pela maldade nata de Lady Macbeth, o regicídio é cometido sem o menor escrúpulo. Confiando nas previsões de bruxas e de Hécate, acredita o tolo, o cego, Macbeth, que vai governar soberano se matar também o seu companheiro Banquo. Movido pelo egoísmo e, mais do que tudo, por sua pérfida esposa, é isso o que faz.

Lady Macbeth é a perfeita voz do demônio. Nenhum dos espíritos conjurados se compara a essa personalidade infame. Shakespeare faz de características femininas, como o apego aos detalhes e a preservação da família, uma arma letal: arquiteta cada passo dos assassinatos com a justificativa de estar buscando o melhor para si e o marido, uma vez que (ah, felizmente!) não tiveram filhos.

A loucura e o arrependimento dão o desfecho para esta estória. Acometida de sonambulismo, a rainha entra em colapso e provavelmente dá cabo da própria vida, pois o dramaturgo não deixa isso explícito. Macbeth, por sua vez, após ver o fantasma de Banquo e subestimar a força e coragem de Macduff, também perece. É uma peça em que os sentimentos são mais vivos do que os personagens e é isso o que a torna atemporal.
PC_ 14/03/2017minha estante
ah, lady macbeth...
tinha um coração tão branco...

não me esqueço dessa parte de sua fala desde que vi a peça encenada.

na traduçao que li dizia coração transparente, não dei conta,
mas no teatro, entendi o porque do coração tão branco.

Macbeth
...
Will all great Neptune's ocean wash this blood
Clean from my hand? No, this my hand will rather
The multitudinous seas in incarnadine,
Making the green one red.

lady macbeth
My hands are of your colour; but I shame
To wear a heart so white.


Natalie Lagedo 14/03/2017minha estante
Tive que refletir sobre esta peça por alguns dias, PC! Lady Macbeth é a personificação do mal. Achei excelente.


DIRCE18 14/03/2017minha estante
Mais uma resenha excelente.


PC_ 14/03/2017minha estante
nao quero travar uma batalha com minha memória agora, mas não sei se era a personificação do mal , talvez mais um instrumento dele, pelo menos foi essa a impressão que deve ter me causado na época em li/vi a peça .

acho que coração branco resume bem lady macbeth.

fazia o que tinha que ser feito para atingir seus objetivos.

talvez ricardo III tenha descalibrado meu senso de maldade...




Alyne 04/02/2017

Um dos motivos de Shakespeare ser universal
"Macbeth" se mostra como uma das maiores obras da dramaturgia universal ao ampliar e discutir poeticamente a alma humana e seus conceitos de crueldade.

Ao abordar um regicídio e suas consequências, Macbeth revela-se como o próprio espelho do homem e de sua incessável ambição, visto pelo lado convexo de seus princípios morais. Um personagem com uma mente sanguinária e irredutível, que zomba de seu oponente, que não teme as espadas e que comete crimes audaciosos evocando no público teatral os mais diversos sentimentos e reflexões. Isso acontece porque a peça analisa de forma grandiosa que até mesmo os mais tiranos (e até então inabaláveis) sentem medos, receios e hesitações ao lidar com crises internas. A exemplo disso, Macbeth se vê tão desequilibrado após o golpe final a Duncan que Lady Macbeth precisa intervir e tomar as rédeas da situação.

Mesmo diante de questionamentos inerentes à vivência humana, Macbeth vai além e forma a gestalt para o espectador/leitor: através da catarse gerada ali, muito é comunicado e aliviado para um público igualmente humano, que também já vivenciou momentos de crise e teve de se conter para agir com prudência e não explodir assim como o protagonista. Os demais personagens também trazem à tona questões existenciais pertinentes à convivência em sociedade como a própria ganância, a avareza, a violência, o sofrimento e a redenção.

Durante o período elisabetano, diante das rápidas transformações em todos os setores da sociedade, o teatro como forma de arte mostrou seu valor e Shakespeare teve a oportunidade de criar peças que muito rompiam com o estilo superficial (focado na moda, na arquitetura, nos costumes e nos excessos) com que a Inglaterra estava acostumada. É impressionante notar que esse foi o grande pulo do gato, observar a sociedade e, a partir dela, criar um universo que debata seus valores através de seus próprios elementos (reis, nobres, castelos). É fácil notar através dessa leitura o motivo pelo o qual Shakespeare conseguiu atravessar fronteiras antes inexploradas e de ser hoje, inegavelmente, um dos maiores escritores da história.
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Luísa Coquemala 03/02/2017

A ESCOLHA SHAKESPEARIANA

Shakespeare é um dos meus autores favoritos. Quando eu tinha por volta de treze anos, li Romeu e Julieta pela primeira vez e foi uma leitura memorável. Sempre acabo visitando novas obras de Shakespeare ou revisitando as que já conheço – constantemente aprendendo algo novo e notando algo que tinha passado despercebido, como é justo que aconteça na leitura de um autor tão bom.

Contudo, não sei exatamente o porquê, mas nunca tinha lido Macbeth. O livro sempre ficava ali, na prateleira, sorrindo para mim. Eu sabia algumas coisas do enredo e da presença das bruxas na história (o que me atraia particularmente), mas, como uma daquelas coisas das quais a gente não sabe bem a resposta, eu adiei a leitura da obra até esses dias.

Acrescento ao início do meu relato o fato de ter lido o texto de Auerbach, O príncipe cansado – texto sobre Shakespeare presente no grande clássico Mímesis. Enquanto lia Macbeth, o texto do teórico vinha sempre à mente. Mas nós vamos chegar lá. Antes, entendamos um pouquinho melhor a trama da história.

Macbeth é um fiel guerreiro e serve a Duncan, rei da Escócia. Após uma luta férrea contra tropas rebeldes irlandesas e norueguesas, Duncan decide, após receber notícias, agraciar o nobre Macbeth com o título que fora do Thane de Cawdor, agora derrotado na batalha. Macbeth ainda não se encontra ciente de tais detalhes.

Enquanto voltam para suas casas, em meio à floresta, Macbeth e Banquo, seu amigo, cruzam com três bruxas – as quais trazem as seguintes mensagens: a primeira é que Macbeth será rei e a segunda e que Banquo será pai de reis (ou seja, por mais que Macbeth seja rei, não é a sua dinastia, mas a do amigo, que vai prosperar).

É importante ressaltar aqui que as bruxas, apesar das predições, não dizem em nenhum momento como os acontecimentos se desenrolariam (ou seja, pulam os meios e predizem logo os fins). Assim que fica sabendo de notícia (também manifestada pelas bruxas) de que Thane de Cawdor está morto e o título seria seu, Macbeth passa a dar mais credibilidade ao que fora dito pelas bruxas e, então, atenta-se para o fato de como, se as bruxas de fato estão certas, se tornará rei. Não demora muito e vemos que o fiel Macbeth logo começa a pensar em um assassinato como meio de chegar ao reinado:



“Se boa, por que cedo à sugestão

Cuja horrível imagem me arrepia?

E bate o coração contra as costelas,

Negando a natureza? Estes meus medos

São menos que o terror que eu imagino;

Meu pensamento, cujo assassinato

Inda é fantástico, tal modo abala

A minha própria condição de homem,

Que razão se sufoca em fantasia,

E nada existe, exceto o inexistente.” *



Tomado por sua ambição (e também incitado por sua ambiciosa esposa, Lady Macbeth), Macbeth acaba seguindo seus planos e mata Duncan. Não demora muito e toda a rede de mentiras criadas, para se manter, precisa de mais mortes por parte de Macbeth – já não tão entusiasmado assim, mesmo sendo rei.

Basicamente, eis o enredo da peça de Shakespeare. O restante, eu deixo a quem interessar possa. Contudo, apenas com esse breve resumo já é possível chegar ao grande questionamento da peça: estaria Macbeth predestinado a se tornar o rei, e as bruxas seria apenas as anunciadoras do fato? Será que ele poderia se tornar rei por outros meios e se precipitou cometendo o assassinato? Ou, então, será que Macbeth se tornaria rei de qualquer maneira?

É então que me lembro do texto de Auerbach e todas as consequências que sua interpretação acarreta.

Resumidamente, Auerbach acreditava no fato de que o mundo para Shakespeare era diferente, por exemplo, do mundo de Sófocles, grande dramaturgo da Antiguidade clássica. Consequentemente, a maneira como se representa os destinas das personagens nas peças de teatro também se tornam diferentes: se no teatro grego clássico nós nos confrontamos com a definição de tragédia, uma situação negativa e inescapável, em Shakespeare, as personagens passam a ser responsáveis por seus atos – que são escolhas de conduta exclusivamente suas. Dessa maneira, nas tragédias antigas nós percebemos a interferência divina na vida das personagens trágicas, enquanto que, em Shakespeare, o fim das personagens é resultado direto de suas ações, e não de uma vontade divina pela qual são guiadas.

Pensemos, por exemplo, em Édipo Rei. Na famosa peça de Sófocles, Laio, pai de Édipo, recebe o vaticínio de que um dia há de ser morto pelo próprio filho. Partindo disso, Laio pede para que matem seu filho jogando-o de um penhasco e o assunto fica por aí. Contudo, anos depois, Laio, em meio a uma viagem, é atacado e morto por seu próprio filho (que fora, na verdade, salvo). Édipo, então, se torna rei de Tebas e se casa com a viúva de Laio, Jocasta (sim, Édipo se casa com sua própria mãe, mesmo não estando consciente disso). Contudo, quando Tebas se vê em meio a uma peste, cabe a Édipo, para se livrar dela, descobrir quem matou o antigo rei – e é então que Édipo precisa de confrontar com a dura verdade de seus atos e com seu funesto destino.

A questão a ser ressaltada aqui é que esse desfecho é uma espécie de destino inescapável do próprio Édipo. Os passos são guiados por deuses e eles já traçaram o destino de Édipo e de sua família, não importa o que façam ou quanto tentem fugir disso. Cabe a Édipo, naquele momento, aceitar seu próprio fado.

Se em Sófocles temos um vaticínio feito por um vidente, em Shakespeare temos as bruxas. Assim, por mais que se anuncie um hipotético reinado de Macbeth, as maneiras pelas quais Macbeth chegará ao poder dizem respeito ao próprio Macbeth – é ele quem quer o atalho, é ele quem pensa no assassinato e o executa. Já não temos, aqui, a ideia de tragédia como algo inevitável e designado pelos deuses. Macbeth comete todos os atos de maneira voluntária, calculada de acordo com seus próprios interesses – enquanto Édipo mata o próprio pai e casa com a mãe sem nem desconfiar da gravidade do que está fazendo.

Inclusive, depois de refletir sobre seus atos, Macbeth sinaliza a falta de verdade em tudo o que as bruxas dizem. É preciso desconfiar:



“Maldita a língua que me conta isso,

Pois me acuou e me fez menos homem.

Não creia mais ninguém em falsas bruxas,

Que nos enganam com sentidos duplos.

Cada palavra é dada ao nosso ouvido,

Mas traída se agimos com esperança:

Não combato contigo.”



Shakespeare se utiliza de um artifício da tragédia grega (o vaticínio) justamente para contestar sua validade em um mundo já não mais governado por deuses – e mostra, assim, seu novo significado em um mundo onde nossas ações dizem respeito a nós mesmos. Ou seja, temos um artifício semelhante, mas voltado para um significado completamente diferente. Dessa maneira, Shakespeare, com toda sua maestria, nos ajuda a vislumbrar um pouco mais da complexidade humana, da dificuldade em assumir os próprios erros e lidar com a ambição.

A maneira pela qual Shakespeare conduziu suas tragédias, onde as personagens executam suas ações governados pela vontade e consciência, fala muito mais ao mundo atual. Hoje, já não levantamos nossas mãos aos céus, culpando os deuses, mas preferimos olhar para a frente, procurando explicações plausíveis para os acontecimentos (o que não faz de nós melhores, mas isso é outro assunto).

Assim, se Macbeth assume o reinado através de meios ilegítimos, é assim que vai precisar mantê-lo: escondendo verdades, enganando e subornando. O poder ilegítimo por si só já traz problemas e está envolto em mentiras. E é claro que existia poder corrupto antes de Shakespeare. Mas agora é preciso encarar a própria corrupção de frente, como uma escolha de conduta própria, e vislumbrar a ganância que leva à conquista de um poder corrupto. Surge, logicamente, a dificuldade de mantê-lo. (E pra perceber isso a gente não precisa ir muito longe).

O mundo de Shakespeare segue essa linha. Diante do que os homens podem fazer, agindo por vontade própria, é inevitável o reconhecimento de que, como escrito em Macbeth, vivemos em um mundo onde “agir mal às vezes é louvável, mas o bem é tido qual loucura perigosa.”



*A tradução utilizada é a de Bárbara Heliodora

site: www.velhocriticismo.com
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Cristiano.Santos 26/01/2017

O que há de mais escuro no ser humano
A alma humana é o personagem principal em todas as peças de Shakespeare. Isto aprendi com um profundo conhecedor do gênio inglês e sua obra, num ótimo curso on-line sobre leitura dos clássicos. Dentre as obras que eu li do famoso poeta inglês, Macbeth me pareceu o mais sombrio, onde bruxas estão entre os personagens por exemplo. Como vi em Romeu & Julieta, Hamlet, Othelo e Mercador de Veneza, com Shakespeare aprendemos muito sobre nós mesmos e, naturalmente, sobre todos com quem convivemos. Aprendemos com quem era de fato profundo conhecedor da alma humana. Em Macbeth notei um destaque no que há de mais escuro no ser humano. Nesta peça os vilões tomam a maior parte da trama. Como a alma humana está na base de toda a obra do dramaturgo, nesta obra vemos uma amostra do que de pior podemos ser, dependendo das escolhas que fazemos...

site: https://twitter.com/cristianosvdsan
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Ângelo Von Clemente 06/01/2017

Obra prima da humanidade, deu-me um acesso de risos incontrolável. Amo esse livro e vou protege-lo
Viva impressão tive acerca do texto integral, lapidado originalmente para a encenação. Shakespeare revela-se aqui com um esplendor sem igual, simplesmente digno do titulo de maior dramaturgo de todos os tempos.; O estilo é único, inigualável.Tive uma identificação sobre-humana com a extrema fragilidade denotada por alguns personagens, estes, quase sempre caricatos, dramáticos, de gestos teatrais. Simplesmente cativaram o íntimo de meu ser. A impressão que tive é a de estar vivenciando todo o enredo, com uma profundidade que palavras não são capazes de descrever. Definitivamente, aos meus olhos pouca relevância tem o ponto de vista histórico que o autor defendeu por pura conveniência. Parafraseando uma das irmãs Rondolli (personagem encantadora de Guy de Maupassant) fica meu eterno "Che mi fa" para as picuinhas de cunho autoral que rondam a figura de Shakespeare. Tem minha devoção e meu amor incondicional, e foi uma conquista merecida, se em outros tempos eu o odiei ou o considerei de "gosto duvidoso".
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Paulo Silas 22/12/2016

A corrupção pelo poder. O poder que cega, que destrói, que mata, que cobiça, que logra, que trai, enfim, que corrompe. Tal é o mote que sustenta a tragédia exposta em "Macbeth". As nuances da cobiça pelos louros do destaque trazido pelo domínio de tudo, ou seja, sendo o poder o cerne da notoriedade, são apresentadas de forma visceral pelo famoso autor. A escrita é bela, aprazível e muito bem construída. Mas o espírito da corrupção pelo e com o poder que se apresenta da história é sujo e lamentável. Uma grande tragédia que narra os meandros da briga e disputa pelo poder.

Macbeth é um general notório no reino da Escócia. Braço direito do rei Duncan, o general tem muito prestígio em seu país. Em determinada ocasião, Macbeth, juntamente com o seu amigo e também general Banquo, acabam encontrando três bruxas, quando estas profetizam que Macbeth será rei, que Banquo, apesar de menos importante, é mais poderoso que Macbeth, e que os filhos de Banquo serão reis. Mesmo sem entender a profundidade do vaticínio naquele momento, as palavras das bruxas acabam gerando uma reviravolta na vida de Macbeth. Ao relatar o episódio para sua esposa, Lady Macbeth, o protagonista passa a praticar atos jamais imaginados a fim de que algumas das profecias se cumpram e outras não. Assim se inicia uma série de traições e assassinatos. Ira, sangue, cobiça e poder definem o rumo da história de Macbeth, transformando a história de um rei no relato de uma tragédia.

É uma peça trágica, a qual relata com acurácia o íntimo de cada um dos personagens - pelo menos daqueles de maior destaque, cujo papel recebem mais relevo na condução da trama. Assim, o leitor pode contar com os pensamentos mais profundos daqueles que se deixaram levar pela cobiça a fim de melhor compreender os fatores que culminaram nas barbáries que seguem na obra. A escrita é mágica, profunda, encantadora. Impossível o leitor não se deixar seduzir pela narrativa digna do nome que leva o autor.
Indico!
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Welber 24/11/2016

MACBETH - Shakespeare
MACBETH - Shakespeare
Trata-se de uma história sobre cobiça, poder e loucura, na qual acompanhamos a ascensão do general Macbeth ao trono da Escócia. A paranoia do general e as traições dão a obra uma intensa emoção e faz com que acabemos por dividir de suas variações acerca dos iminentes inimigos hipotéticos.
Macbeth ao ser capaz de uma traição fulminante contra o rei, assumindo o trono posteriormente, começa a perseguir seus próprios "Macbeths".
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Nat 14/10/2016

Shakespeare ainda é importante: Macbeth
Todo mundo conhece Shakespeare, peças como Hamlet, Sonhos de Uma Noite de Verão e Romeu e Julieta fincaram raízes na nossa cultura, mas por algum motivo, entre a minha infância e pré adolescência, eu decidi que Macbeth seria minha peça favorita de Shakespeare. Eu não acho nem que eu sabia do que se tratava a peça naqueles tempos, eu sabia que era algo sobre um rei, mas tantas outras peças de Shakespeare também são. A minha teoria é que eu só gostava do som daquele nome e como acreditavam que dizê-lo dentro de um teatro tinha o poder de trazer ruína. Hoje eu não posso dizer que Macbeth é minha peça de Shakespeare favorita, possivelmente porque eu li bem menos Sharkespeare do que meu eu do passado acreditava que leria (estamos trabalhando pra mudar isso), mas o que eu posso afirmar é que é uma peça interessante e definitivamente relevante.

Continue lendo aqui:

site: https://quasevingativa.wordpress.com/2016/09/28/macbeth-livro/
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Dora Sales 21/09/2016

Macbeth - Resumo
----------------------------------------------------------------------------------------- SPOILERS
Macbeth e Banquo eram generais do exercito da Escócia. Após uma guerra, os dois ouvem vozes de três feiticeiras que lá apareceram. Essas feiticeiras profetizam que Macbeth iria ganhar o título de Barão de Cawdor e posteriormente viria a ser o novo rei da Escócia.
Macbeth e seu amigo Banquo ficam intrigados e logo Banquo pede que as feiticeiras profetizem algo para ele também. Elas o falam que Banquo gerará reis, mas não será um.
Após a saída das bruxas, um mensageiro informa a Macbeth que ele é o novo Barão de Cawdor e que o antigo iria ser morto no mesmo dia por traição.
O rei parabeniza Macbeth por seus feitos na guerra e se oferece para comemorar no castelo do novo Barão. Macbeth então vai depressa para casa avisar sua esposa sobre as novidades, apenar de já ter mandado uma carta para Lady Macbeth onde falava sobre as profecias das bruxas.
Lady Macbeth influencia seu marido para que ele mate o rei Duncan e assuma seu lugar, como foi dito nas profecias.
Aos gritos, todos na casa acordam e Macbeth e sua esposa encenam desespero e tristeza. Após descobrirem que os guardas assassinaram o rei, Macbeth mata os dois para que não possam falar.
Com medo de serem assassinados também, os dois filhos do rei, Malcolm e Donalbain fogem e a culpa da morte do rei Duncan recai sobre eles.
Macbeth é o novo rei, no entanto seus atos maléficos começam a pesar em sua cabeça e ele vai tendo ainda mais visões estranhas. Ele manda matar Banquo e seu filho, para que os descendentes de Banquo não se tornem reis, mas os assassinos contratados só conseguem matar Banquo, o garoto escapa.
Macbeth então começa a ver o espírito de Banquo no banquete que planejou para comemorar sua coroa. Macduff não havia comparecido ao Banquete e Lady Macbeth decide que ele é a próxima vítima dos dois. Aos poucos alguns nobres começam a se afastar de Macbeth e a se aliarem ao rei da Inglaterra.
Preocupado, Macbeth vai ao encontro das feiticeiras e pedem que elas façam mais profecias para ele. As bruxas dizem que ele só seria derrotado se um “bosque chegasse ao castelo”, e que “nenhum homem nascido de mulher” poderia matá-lo. Com isso Macbeth se sente invencível, pois tais profecias são impossíveis.
Macduff fica sabendo por meio de mensageiros que sua esposa e filhos foram assassinados pelos homens de Macbeth, e decide voltar para a Escócia com ajuda de dez mil homens do exército inglês, camuflados com galhos de árvores, para lutar com seu inimigo.
Macduff mata Macbeth e este acaba descobrindo que Macduff não nascera de mulher, mas fora tirado do ventre de sua mãe prematuramente.
------------------------------------------------------------------------------------------------- SPOILERS
Blog: https://atocadalebre.blogspot.com.br/2017/04/william-shakespeare-obras.html

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