Os Irmãos Karamázovi

Os Irmãos Karamázovi Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Os Irmãos Karamázov


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cfsardinha 14/07/2011

Muita questão religiosa e prosa dramática. Dostoievski tem uma grande habilidade de mergulhar em vozes interiores e traçar um amplo contexto social. É considerado o livro que mais retrata sua vida. Pai autoritário, morte do filho, sua doença (ele tinha epilepsia). E por outro lado o livro trás questões como variação de classes sociais, diferenciação entre homens e mulheres. No livro há uma espécie de utopia coletivista, que era equivalente à promessa de felicidade terrena... como um grande socialismo. Ah, claro, neste livro ele fala muito sobre a Rússia... já dá para entender porque, né?
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Leila 20/06/2011

Os irmãos Karamazov é considerado por muitos a obra prima de Dostoiévski e, na minha modesta opinião, de fato o é. Pois ecoa sensibilidade e conhecimento da alma humana transcendo a arte de escrever.

Nesta obra Dostoviévski discute com primazia assuntos relaconados à natureza humana desnudando o homem, sua capacidade de amar, perdoar, de ser cruel e até da busca por redenção, não esquecendo também da sua concepção religiosa discutindo a materialidade da fé, o racionalismo e o sentido da vida.

O livro é denso com dramas psicológicos e teorias filosóficas o que, por vezes, requer uma leitura atenta. Os personagens vão crescendo a cada página e tomando um rumo surpeendente. Com toda sua genealidade e acima de tudo sensibilidade Dostoievski dá alma a cada personagem analisando-a profundamente.

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Nilda 25/04/2011

Não foi uma leitura muito agradável. Em alguns momentos, as discussões filosóficas e/ou religiosas eram interessantes, mas o livro é longo e a história em alguns momentos fica cansativa.
Até mesmo o mistério sobre o assassinato não me pareceu tão interessante. Algumas situações demoram um pouco a se resolver o que, pelo menos para mim, afetou a melhor aceitação do livro.
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jota 14/04/2011

Os Irmãos Karamazov, de Fiodor Dostoievski
Fazia tempo que tinha vontade de ler este livro, mas suas muitas páginas de letras miúdas faziam com que eu sempre fosse adiando a leitura. Até que cerca de um mês atrás vi um filme (não a produção hollywoodiana de 1958), uma adaptação moderna chamada Karamazovi (plural de Karamazov). É uma coprodução de 2008 entre a República Tcheca e a Polônia, e que recebeu críticas melhores que a outra, a americana.

Fiquei então bastante motivado, iniciei a leitura e estou indo em frente entusiasmado (claro, é uma obra-prima). O livro é bastante conhecido, Dostoievski também. Ele é considerado o escritor cristão mais admirado pelos ateus. Muitas das páginas por que passei envolvem enormes discussões religiosas (mas nem um pouco aborrecidas, pelo contrário) e um dos irmãos Karamazov, Alieksiêi (ou Aliócha), é noviço em um mosteiro.

Mas não é apenas isso, é muito mais, evidentemente. Entre muitas passagens memoráveis, há uma fala de Ivan, outro dos irmãos, que me remeteu para um livro de frases de Herman Hesse (que eu lia bastante anos atrás, Para Ler e Pensar), mas desconheço qualquer autor que estabeleça uma ligação entre Hesse e Dostoievski e talvez não haja mesmo. A frase: "As tolices são necessárias ao mundo; sobre elas é que ele se funda: sem essas tolices, nada se passaria aqui na Terra." Seria algo assim como sonhar sonhos impossíveis, sonhos quixotescos, ou cometi uma tolice interpretativa?

Bem, a revista VEJA, edição 2086, de 12.11.2008, trouxe uma matéria interessante sobre Os Irmãos Karamazov, pois a Editora 34 estava relançando a obra, em nova tradução e em dois volumes (capa acima). Lá temos uma boa descrição acerca desses atormentados heróis:

"O pai, Fiódor, é um bêbado e um bufão que conseguiu acumular alguma fortuna graças sobretudo ao matrimônio com mulheres de melhor extração social. Teve três filhos: Dmitri (ou Mítia), do primeiro casamento, e Ivan e Alieksiêi (ou Aliócha), do segundo (e, ao que tudo indica, seria ainda o pai do criado Smerdiakóv, filho da idiota da vila). Negligente, abandonou-os todos. Violento e lascivo, Dmitri saiu ao pai – e disputa com ele os favores de Grúchenka, jovem mulher de má fama. Aliócha é um místico. Vive em um mosteiro ortodoxo, onde segue as orientações do caridoso monge Zossima. Ivan é o mais filosófico e especulativo, um livre-pensador que parece ironizar todos os sistemas religiosos ou filosóficos: flerta com o ateísmo, mas também discute teologia de igual para igual com os monges do mosteiro onde vive seu irmão mais novo, Aliócha. O narrador do romance confere a esse último a distinção de herói da história, mas Ivan é uma figura mais marcante. O capítulo mais conhecido e celebrado do romance, "O grande inquisidor", deve-se a ele. Trata-se de um poema de Ivan (ou, antes, do enredo de um poema que ele deseja escrever, já que não está em versos), no qual Jesus retorna à Terra em Sevilha, no século XVI, e acaba preso pela Inquisição espanhola."

Nas páginas que precedem esse capítulo há um enorme diálogo entre Ivan e Aliócha (este praticamente apenas retruca com uma ou outra frase, enquanto o irmão expõe seu caudaloso pensamento), de onde pincei um trecho que nos diz muito acerca dele próprio (e dos Karamazov, por extensão). Ivan diz a Aliócha:

"(...) Sabes, meu caro, que havia um velho pecador no século XVIII que disse "Si Dieu n'existait pas, il foudrait l'inventer"? ["Se Deus não existisse, precisaríamos inventá-lo." Citação da Epístola ao Autor dos "Três Impostores", de Voltaire.] E, com efeito, foi o homem quem inventou Deus. E o que é espantoso não é que Deus exista realmente, mas que essa ideia da necessidade de Deus tenha vindo ao espírito de um animal feroz e mau como o homem. Quanto a mim, renunciei desde muito tempo a perguntar a mim mesmo se foi Deus quem criou o homem, ou o homem quem criou Deus. (...)

"Assim, admito Deus, não só voluntariamente, mas ainda sua sabedoria, seu fim que nos escapa; creio na ordem, no sentido da vida, na harmonia eterna, na qual se pretende que nos fundiremos um dia: creio no Verbo para o qual propende o Universo que está em Deus e que é ele próprio Deus, até o infinito. Estou no bom caminho?"

Eu seguramente estou em boa companhia. Estou na companhia de Fiodor Dostoievski.

Fiodor Dostoievski - Os irmãos Karamazov, SP, Abril Cultural, 1970, tradução de Natália Nunes e Oscar Mendes.
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patita 22/02/2011

Incrível
Outro livro que mexe com tuas opiniões o tempo todo, te obriga a pensar durante toda a leitura. Me obrigou a parar a leitura em vários trechos tentando me distanciar um pouco para recuperar a mim mesma. Você se vê pensando coisas que normalmente não pensa, e observando tudo de modo diverso ao que está acostumado. O trecho sobre Deus e o Diabo é inacreditavelmente bem escrito.
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Hudson 23/10/2010

Brutal




Um livro grande literalmente falando ( he he he)

e complexo...

mas vale cada momento


Os conflitos dão uma dimensão existencial enorme ao livro, que é bastante impressa em várias obras de Dostoievski...

como Crime e Castigo, o Homem do Subsolo entre outros...

Mas essa é única...

Personagens Perturbadores que são brilhantes e indispensáveis...


Fiodor Pavlovitch seria alguma coisa sem o impetuoso e desregrado Mitia ?

todos parecem ser "fichinha" perto desse grande e desregrado personagem

Salve Mitia !

talvez seria apenas um vilão coadjuvante, não tendo o merecido peso...



Aliocha é brilhante esse personagem se resume em apenas uma palavra "perfeição"


contribundo para o grande conjunto existêncial que é esse livro


de um lado se tem a perfeição virtuosa de Aliocha e do outro a Furia desregrada de Mitia


o Fléumático ivã atua como um mero coadjuvante, algumas vezes não sendo tão grandioso quanto seus irmãos


O Drama familiar, a quebra das tradições a virtude e o vicio e a trasmutação de valores.


fazem desse livro um dos grandes clássicos eternos da literatura...


Vale cada letra.

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Jow 24/09/2010

Uma obra prima.
Em Os Irmãos Karamazov, Dostoiévski se pôs inteiro. Suas vivências o período na Sibéria, o pai autoritário, a epilepsia, a morte de um filho, tudo está explicito ali. Mas também está ali um vasto painel da Rússia, de suas variadas classes, de seus homens, mulheres e profetas, os bêbados, os carbonários, os criminosos.

Se a concepção religiosa de Dostoiévski e sua prosa dramática pudessem ser separadas, essa habilidade de mergulhar em vozes interiores e traçar um amplo e complexo painel social não existiria. E Dostoievski não seria tão caro ao leitor sensível, muitas vezes na adolescência, que é tão tocado por sua intensidade moral, sem precisar adotar seu moralismo.

A ortodoxia masoquista de Dostoievski, sua crença no sofrimento redentor, era para Tolstoi uma fuga da paz e da razão. Em outra passagem conhecida de Os Irmãos Karamazov, o diálogo entre o Diabo e Ivan, o Diabo diz que pode dar a Ivan mais originalidade que um enredo de Tolstoi. Mas nós não precisamos escolher entre Tolstoi e Dostoievski. Apenas ver o que cada um tem de mais original.

Cada personagem é uma parte inseparável da estória: começando pelos três irmãos: o impulsivo Dimítri, o cético Ivã e o magnânimo Aliéksiei, além do boêmio e irresponsável pai, Fiódor Pávlovitch. Outras figuras marcantes são: o austero monge Zósima, a promíscua Grúchenhka, o pérfido Rakitín, o insano epiléptico Smierdiákov...
O conflito do livro está no triângulo amoroso composto por Dimítri, Fiódor, e Grúchenhka. Os diversos conflitos internos são abordados concomitantemente com as excentricidades protagonizadas pelas personagens. O momento máximo da estória está no assassinato de Fiódor Pávlovitch e suas conseqüências posteriores. Dimítri é acusado de parricídio e um comentado julgamento decidirá seu futuro.
Dostoiévski consegue manter o suspense e ainda inserir elementos da psicologia para analisar os personagens diante dos diversos acontecimentos vividos por eles, e com isso construir a idiossincrasia de cada um.

"Os Irmãos Karamazov" é uma obra inesquecível, um salutar monumento da literatura mundial. Uma leitura obrigatória para quem quer compreender melhor as diversas facetas da alma humana e assim entender o funcionamento da sua própria.
Luh Costa 24/09/2010minha estante
Ótima resenha.
Ainda não li Os Irmãos Karamazov pois nunca tinha tido vontade até agora. Seu resenha me fez sentir vontade de ler essa obra.

Abraço


Gláucia 02/10/2010minha estante
Difícil de ler, tarefa árdua resenhar e você conseguiu fazer isso com perfeição. Captou a alma do romance compreendendo o contexto em que ele ocorria e conseguiu caraacterizar os personagens com apenas um adjetivo para cada um demonstrando um grande poder de síntese. Parabéns, está maravilhosa.


Vinícius 20/11/2014minha estante
Excelente resenha, Cássia. Está de parabéns!!!

Só queria fazer uma observação quanto à psicologia. Talvez a psicologia da época de Dostoievski fosse ainda incipiente. Só sei que percebi que ela (no livro) simplesmente constrói narrativas e, a princípio, não tem por que uma ser considerada melhor do que a outra. Isso me passa a impressão de um certo ceticismo de parte do autor.


iagomanicoba 18/01/2016minha estante
Gostei da resenha, mas confesso que fiquei chateado ao saber que Dmitri realmente mata o pai. Estou lendo o livro no momento e tal episódio ainda não aconteceu (estou na página 400).


Norma.Duda 29/06/2017minha estante
Gostei da resenha, pena que tem spoiler, muito chato!


Douglas 14/09/2020minha estante
Excelente resenha. Espero um dia conseguir terminar essa leitura.


Marlana.Kiewel 28/01/2021minha estante
Os Irmãos Karamazon, não é um livro para "devorar". É uma obra prima atemporal, assim ter maturidade mental (não física) é essencial para pensar, sentir e viver a obra. Espirito reflexivo, interesse na alma humana, no estudo e tentativa de compreensão das relações sociais, quase sempre muito hipócritas, são alguns fatores importantes para levar a obra adiante. Não é no final de tudo uma obra local, mas uma história universal, muito mais para estudos e reflexões do que para lazer e ócio. Porém pode sê-lo também.
Neste contexto, sugiro ouvir com calma o Canal Desassossego Sonoro, onde o livro é narrado com voz humana. Ou, ler em voz alta ou ainda em grupo a edição da Editora 34 que traduziu Os Irmãos Karamazov diretamente do russo para o português. Outras edições o fazem a partir do francês.
Só mais uma pequena observação, Dostoiévski discute questões que só posteriormente Freud, Viktor Frankl e outros teóricos aprofundam, tornando-se ícones . A primeira edição dos Irmãos é de novembro de 1880.


Berenga 06/02/2022minha estante
As pessoas deviam respeitar quem ainda não leu. Sinalizem spoilers, por favor! Muito chato isso. Ainda mais pra um livro de 900 páginas!


Frd santos 10/10/2022minha estante
Muita sacanagem dar spoiler


Tchê 09/02/2024minha estante
Excelente sua resenha. Vou aproveitar as férias pra avançar no livro.


Ygor.Borges 18/03/2024minha estante
Pra que fui ler a resenha, baita spoiller, mas mesmo assim, vale a pena ler a obra


Jeferson226 19/06/2024minha estante
Comentário à altura do livro??




Leo Ramos 16/09/2010

"Se Deus não existe então tudo é permitido...
...já dizia o poeta russo.
Nenhuma outra obra russa é constituida de tanta humanidade quanto "Irmãos Karamazov". Nas 900 páginas desse delicioso romance você encontrar a alma russa analisada em todos os ângulos. A alegoria perfeita da tricotomia da sociedade russa é expressada pelos 3 irmãos: Ivan Kamazov, representante do niilismo, a intelectualidade, Mitia, a boemia, e Iliucha, protagonista que representa a igreja e a religião.
Poucos romances alcançam um grau de perfeição como esse. Não é atoa que é considerado um romance total, por emglobar tantos aspctos da sociedade e do homem.
ReinatoB 18/09/2010minha estante
Realmente um romance extasiante a cada página. Imortal. Único! Filosófico por ir nas profundezas da alma humana. Esse não era nem foi: é Dostoiévski.




Cautionary 14/09/2010

Obra prima.
Embora as obras que tive o prazer de apreciar não sejam numerosas, entre estas figuram algumas realmente dignas de nota, porém, mediante todas estas, a esta em especial dedico meu maior apreço, trata-se de minha obra literária predileta, Dostoiévsk dispõe neste seu derradeiro romance toda sua experiência e talento literário.

Esta sua derradeira obra tem algo de autobiográfica, aparentando que através de sua narrativa Dostoiévsk procura expurgar vários de seus prórpio demônios, parece ser o meio que encontrou de livrar-se da culpa que lhe torturava a consciência, espero que tenha obtido êxito se assim for.

Os personagens desta obra, em especial os irmãos que a esta dão título, são fantásticos por falta de melhor expressão, ao lado de Rodion Românovitch Raskólnikov, outro personagem de Dostoiévsk, Mítia é o personagem que mais me cativou em todo o mundo literário ao qual já tive acesso.

Em sintese a maior obra da história, como Freud sentenciou, de fato acompanhar esta narrativa é uma experiência única, onde cada passagem é degustada com um deleite agonizante.

Com efeito "todos somos culpados por tudo".
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Gláucia 14/08/2010

"Se Deus não existisse, tudo seria permitido?"
Essa é uma das frases que marca o livro e dá uma ideia do que vamos ter pela frente: um livro cheio de questões filosóficas, ligadas ao homem e a Deus já que o romance se desenrola em 2 ambientes antagônicos: um convento e seu ambiente de austeridade e reflexão e o mundo real com todas as suas paixões vividas com intensidade. Obrigatório.
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Marcos 01/08/2010

Obra prima. Resenha sem nada que eu considere spoilers.
Não sei bem como começar. Diferente do que diz a edição no skoob (tentei editá-la, não consegui), que o livro teria pouco mais de 500 páginas, são dois volumes, totalizando 998 páginas. Quase mil de pura filosofia, de uma profundidade, de uma sensibilidade enorme. Aquilo ali é a vida como ela é, das camadas mais rasas até a mais profunda, com uma proposta, ainda que não seja clara para muitos, de caminho a se seguir. Espere meu texto um tanto quanto caótico, vou simplesmente sair escrevendo e espero que diga ao menos 10 % do que acho essencial transmitir.

Diferente de muitos outros livros, os personagens não são tão fáceis de descrever, pois estão em constante mutação, devido aos seus conflitos filosóficos. A estória, embora seja conduzida em parte de forma linear, também pode ser analisada, sob certos aspectos, fragmentada.

Explico. Passagens como a do Grande Inquisidor, por si só, merecem análise, como se fossem um livro à parte, embora também estejam contextualizadas. Se merecem um livro à parte, mereceriam uma resenha à parte. O mesmo vale para a outra conversa de Ivan com aquele outro ser, que não será comentado para evitar um possível spoiler. Escrevo, em parte, para motivar aquele que quer ler. Poderia escrever uma resenha diferente para quem já leu.

Falemos, então, da estória central, em termos abstratos. Assim como as demais obras do autor, há uma proposta maior, que se repete, travestida de romances. Dosto, ao menos me parece, escreve para almas angustiadas, que tentam se compreender em meio ao absurdo da existência. Mas a angústia não é uniforme, ela se apresenta sob diferentes manifestações. O princípio é que se assemelha, a incompreensão, a culpa, o inconsciente.

A proposta sugerida vai além de simplesmente crer em deus ou não, de seguir uma religião ou não. Ela se assemelha, por vezes, a isso, mas não é. É aquilo que todos podem compreender, cristãos ou não, ateus ou não. Essa compreensão não é totalmente bem expressa em termos objetivos, é algo que se sente, se desenvolve, seja por intuição, experiências ou alguns ensinamentos que acabamos interpretando bem. Você, que acabou de ler o livro e duvida que exista esta proposta, faça um exercício. Pense nos 3 irmãos no início da obra, depois pense neles no fim. Verá que há algo semelhante nos 3. Algo que Aliocha fala, em parte, na sua última passagem na obra. Você, que ainda não leu, fique curioso e leia.

Mais barato do que um psicólogo de hoje e 1000 vezes mais eficiente.

PS: compre SEMPRE edições da editora 34, essa aí da capa, se for ler Dostoiévski. Essa aí é a melhor que já ouvi falar. A diferença pra outras edições é muito grande e pode comprometer o objetivo da leitura.
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evenancio 11/07/2010

Os Irmãos Karamázov
Como analisar ou interpretar aquilo que Freud chamou de "a maior obra da história" escrito pelo autor cujo Nietzche afirmou ser "o único psicólogo com que tenho algo a aprender" sendo justo e coerente com a grandiosidade do escrito sem ser demasiadamente excessivo em minhas palavras? Uma vez um professor do curso de Filosofia disse que é impossível analisar totalmente uma obra de expressão sem escrever um conteúdo maior do objeto que será analisado.

Este é o caso de "Os Irmãos Karamázov", do russo Fiódor Dostoiéski, cuja interpretação e análise total passariam facilmente das 1000 páginas que compõem o romance. Infelizmente esta missão não é minha justamente por não ser um estudioso da obra do escritor russo, sou apenas um grande admirador e em minha posição de apreciação fico fascinado a cada página que leio dos seus livros. Portanto irei apenas pincelar alguns pontos de destaque deste que, ao lado de "Guerra e Paz" de Tolstói, é o maior romance escrito em língua russa.

Continua em:
http://www.evenancio.com/2009/12/os-irmaos-karamazov.html
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larissa dowdney 10/03/2010

Teria tudo para ser um romance perfeito, se não fosse um detalhe: é excessivamente descritivo. Dostoiévski desenrola a vida de personagens que sequer fazem parte objetivamente da história. Para alguns, não sei, é uma característica positiva do livro, pra mim tornou-o um pouco cansativo no começo. Mas passadas duzentas páginas, o livro torna-se, como de fato o é ao todo, magnífico. Belas discussões sobre Deus, sobre filosofia, sobre a psicologia. Enfim, sobre temas que só nosso querido autor russo sabe discorrer. É um livro fácil de abandonar, pois como disse, o começo é exaustivo - eu mesma recomecei várias vezes -, mas depois que passam as descrições, o livro não só vale a pena como, no final dá um orgulho danado de ter lido uma obra tão vasta.

Em suma: é uma história maravilhosa.
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Cássia 14/02/2010

Nunca pensei que concluiria a leitura desse livro. É difícil falar de todos os aspectos abordados. São tantos... Mas, enfim, um que me chamou a atenção foram as "falhas" de caráter dos personagens. Tirando Aliócha e o ancião Zózima que são praticamente santos (e o ideal de Dostoiévski para o povo russo)...



Numa época em que a moral é ditada apenas por princípios religiosos, se você não tem fé em nada, "tudo é permitido" mesmo. E a frase de Ivan desestabiliza tanto Dmitri como Smierdiákov. Acho sublime quando Ivan sucumbe em decorrência dos efeitos gerados pelos seus ditos e não ditos. Afinal, ele é tão assassino como aquele que desferiu os golpes contra Fiodor?



O outro tema tabu (até hoje, na realidade) que acho interessante são os lugares e as relações definidas na família. Tenho um amigo que diz que "mãe é mãe" e que "pai é pai". Ele precisa ler esse livro. Ninguém é obrigado a amar alguém simplesmente porque o gerou. Que o diga Smierdiákov ou qualquer dos outros três filhos legítimos, aliás.
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