Igor.Costa 23/07/2023
Um livro para todos, para aqueles que vivem à sombra da violência colonial independente de qual lado.
A roda da história se move, ainda estamos distantes de ver brilhar a luz da liberdade, da emancipação do ser humano, estágio em que entre mulheres e homens não hajam mais exploradores e explorados. Fanon consegue descrever toda a dor do colonialismo, a miséria, a falta de humanidade, os disfarces, as pseudos teses criadas por monstros brancos que, sem perceber escrevem muito mais sobre si mesmos.
Nessa obra ele apresenta como se comportar diante dos colonos, como lutar para a vindoura libertação, expõe o conceito de descolonizar, é preciso refundar o espírito da terra, se reinventar, extirpar o mal implantado nas mentes humanas.
A Argélia é o grande palco, e Fanon ilumina e desmistifica as bizarrices sobre o povo africano, imagina se quisessem vingança? A luta é por reparação, por vida própria, por liberdade de ser quem se é. Faz-se necessário ter estômago para essa leitura, tal como em Escritos Políticos o autor escancara as atrocidades, mas aqui demonstra os caminhos a percorrer, as táticas e técnicas necessárias.
Vencer a colonização é refundar o pensamento, reestabelecer-se consigo, com o outro, conectar-se com a terra e cultura local, se libertar das mentiras coloniais, descolonizar.
Um livro extremamente necessário para entender a parteira do mundo, para se estabelecer como ser humano e, para muitos enxergar os desvios desse caminho. Se almejamos a elevação da espécie, precisamos nos entender como natureza e agir tal como demanda a nossa espécie, somos cooperadores.