Lilian_89 05/01/2023
Pensa num cara safado...
O livro narra a história de Macunaíma, um herói sem nenhum caráter, trapaceiros que só ele. O foco principal da narrativa é as aventuras do índio Macunaíma para encontrar o amuleto muiraquitã, dado por sua companheira Ci, a Mãe do mato, que ele havia perdido.
Macunaíma e seus dois irmãos, Jiguê e Maanape partem em busca do amuleto perdido e acabam na grande cidade de São Paulo. Durante a trajetória dos três, muitos elementos da cultura indígena e afro-brasileiras são mostrados, além disso, a língua portuguesa é usada de forma variada o que pode deixar alguns leitores um pouco confusos.
Ao longo da narração das desventuras de Macunaíma e seus irmãos na busca do amuleto perdido somos apresentados às peripécias do herói Macunaíma, que é muito trambiqueiro e pilantra que só ele. A magia flui livremente junto á realidade concreta, muitas vezes a transfigurando, dando novos significados. O herói Macunaíma é um personagem complexo e imprevisível, uma hora é super esperto outras estupido, depois calmo e então se torna brutal e raivoso, e é ainda um super-humano que possui poderes mágicos.
Após recuperar o amuleto na cidade Macunaíma e seus irmão retornam para a selva, e essa viagem de volta também é recheada de aventuras e prodígios. Ao chegar à antiga maloca, Macunaíma vai buscar sua consciência na ilha de Marapatá mas não a encontra, e então pega a de um hispano-americano e a coloca na sua cabeça.
Enquanto a vida recomeça na floresta, o irmão de Macunaíma, Jiguê consegue toda a caça que todos comem, o que acaba por despertar a inveja de Macunaíma, que ao planejar uma vingança acaba sendo o responsável pela morte dos dois irmãos e da princesa.
Agora Macunaíma está solitário e doente. Um papagaio o distrai, mas de repente até o papagaio desaparece.
Macunaíma então, num belo dia, vai tomar banho no rio, onde encontra uma cunhã lindíssima, que era a Uiara disfarçada. Ele cai em seus encantos e é carregado para o fundo das águas. Ocorre uma luta e Macunaíma consegue escapar, embora muito ferido. Na luta, perde o amuleto muiraquitã de novo.
Após mais essa perda, Macunaíma sente que sua vida já não tem mais sentido. Decide deixar o mundo para ir encontrar Ci no céu. Planta um cipó, que vai crescendo, e agarrado nele chega ao céu. Tenta encontrar abrigo nas malocas celestes de Capei (a Lua), de Cainagogue (a Vésper), e do Pai do Mutum (o Cruzeiro do Sul), mas por variados motivos não lhe dão entrada. Contudo, apiedado, o Pai do Mutum o transforma na constelação da Ursa Maior.
No fim, nas terras dos índios tapanhumas, família de Macunaíma, não resta ninguém. Um home branco então chega naquelas terras e encontra um papagaio que o conta as narrativas de Macunaíma, esse home seria o escritor da obra, narrando todos os feitos do anti-herói pela boca do papagaio que Macunaíma havia ensinado a repetir suas histórias antes de partir para o céu.
O livro pode ser difícil pela linguagem mas vale a pena a leitura, além de ser um clássico da nossa literatura é engraçado em alguns momentos e pode ser utilizado para se fazer diversas reflexões sobre nosso país e nosso povo.