Mariana Dal Chico 31/05/2022Um dos meus grandes traumas de leitura escolar foi Macunaíma, lembro de na época ter iniciado a leitura, mas não compreendido as primeiras páginas e desistido. Fiz a prova com base em um resumo de uma amiga que tinha lido e gostado.
Quando os organizadores do Leiturar-te anunciaram que leríamos a obra de Mário de Andrade juntos tive um misto de medo - não acredito que vou ter que ler esse livro outra vez -, com animação - agora eu entendo esse livro!
Bastou ler o primeiro capítulo para vir a sensação de confusão.
Respirei.
Voltei.
Li em voz alta.
Não fiquei procurando todas as palavras desconhecidas no dicionário.
E finalmente a leitura começou a fluir.
Um dos pontos centrais da obra está na evidenciação entre o “português falado” e o “português erudito”. A linguagem do capítulo 9 ( Cartas para Icamiabas) se destaca dos outros capítulos do texto justamente por ter a linguagem diferente. Há também a questão de identidade do brasileiro que envolve recontos de lendas e locuções de quase todas as regiões do país.
Macunaíma é um personagem sem caráter, ou se preferir, sem identidade, que naturalmente mente, se mete em situações esdrúxulas, violentas e por vezes engraçada.
Ao resolver encarar o livro de forma despretensiosa e não querer estudar cada significado de parágrafo, me diverti com a leitura, percebi a ironia e “cutucões” de críticas sociais. Mas não é um livro que vai entrar para lista de favoritos ou releituras.
“Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são”
A edição do livro que está na foto é da Editora José Olympio, que me enviou de cortesia.
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