Carlos.Junior 31/07/2024
7,8/10
Em uma escrita longa e extenuante, Stephen King nos apresenta seu segundo livro, "?Salem's Lot" (ou "A Hora do Vampiro"). King tenta evoluir o terror, expandindo seu roteiro para criar uma novela que assusta o leitor a cada página virada. O protagonista, Ben Mears (porque King adora inserir escritores em suas histórias, um toque um tanto egocêntrico), volta para sua cidade natal, Jerusalem?s Lot, apenas para descobrir uma infestação de vampiros que vai lentamente consumindo a cidade.
A versão que eu fui ler é a primeira edição lançada no brasil, que se estende por 576 páginas (Uma bíblia vampiresca que levou mais de três meses para eu terminar.) Os diálogos são finos como papel manteiga e a profundidade dos personagens secundários não é aplicada aos principais, resultando em detalhes estranhos, como saber que um personagem morto há 30 páginas foi mal em matemática no 9° ano da escola, mas não entender os objetivos específicos do vilão Barlow.
É um livro interessante, mas NÃO reflete a maestria que Stephen King desenvolveu com o tempo. A leitura é enjoativa no início, com uma introdução lenta e um desenvolvimento arrastado. No meio, a narrativa ganha ritmo mais acelerado, oferecendo uma dose muito boa de suspense e tensão. Porém, o final é apressado, com uma conclusão que pode deixar a sensação de que o autor estava mais interessado em terminar rapidamente do que em amarrar todas as pontas soltas que permanecem na cabeça do leitor.
Se você é fã de Stephen King ou de histórias de vampiros, "A Hora do Vampiro" pode valer a pena pela sua conexão com os temas e estilo do autor. Para quem não é fã de vampiros ou não segue de perto a carreira de King, não recomendo. O livro oferece uma boa visão do potencial de King em sua fase inicial, quando ele ainda trabalhava de professor, mas não atinge o nível de complexidade e profundidade que suas obras mais maduras.