Nicks Nicks 15/11/2024
Go away, dead walking!
Finalmente posso dizer que Stephen King não tem a escrita que eu esperava e, sinceramente, está longe de ser o "rei do terror" que muitos proclamam. Claro, essa afirmação tem margem de erro, já que li apenas uma obra dele, enquanto o autor possui um vasto repertório. No entanto, preciso admitir: o filme de Salem's Lot (2024) é melhor. Tem mais ação e elementos que realmente me deixaram apreensiva, o que, ao contrário do livro, não senti nenhuma grama de medo.
Sobre o livro, ele traz aquela figura clássica do vampiro popularizada por Bram Stoker: cruel e sedutor ao ponto de nos confundir com sua aparente bondade e gentileza. Esse detalhe me conquistou. Porém, confesso que, em vários momentos, quase parecia estar lendo um livro de terror gospel. Não estaria mentindo ao dizer que pendurei crucifixos na entrada da minha casa e na empresa do meu pai depois de terminar a leitura. Isso é estranho porque sempre fui mais "team lobisomem", mas fiquei obcecada por vampiros. Cheguei a sonhar várias noites seguidas com criaturas sanguinárias, e o fato de seus olhos brilharem no escuro só aumentou meu temor.
Ainda sobre o "terror gospel": cruzes que brilham, água benta que queima e uma apologia sutil sobre fé, com o bem prevalecendo sobre o mal... Tudo isso me fez sentir que estava lendo quase um sermão. Jesus is the way, bro. Contudo, longe de reclamar desses elementos ritualísticos, achei-os fascinantes.
Barlow, em especial, me marcou. Apesar da introdução breve sobre ele, a cena em que afirma que os elementos cristãos não o amedrontam por ser muito mais antigo que o cristianismo me arrepiou.
Em suma, demorei para me acostumar com a escrita de King, mas valeu a experiência. Se alguém me perguntasse se é melhor ler o livro ou ver o filme, eu diria: "Assista ao filme de 2024 e depois leia o livro."