Isa_04 19/05/2024
Com esse livro pude ver e sentir outra forma de escrita do autor, são seus traços, mas ao contrário de Noites Brancas, o primeiro que li, esse trouxe uma pegada diferente. Apesar de que os personagens de ambos os livros refletem profundamente o Eu interior de cada um.
Eu iniciei o livro, mas tive que parar e retornar porque achava que algo estava fora do lugar com a minha leitura, um tanto quanto complexa para o meu entendimento. Creio que é um livro que a cada releitura aparecerá um algo novo.
Os capítulos que envolvem sua primeira parte são como o despejar de pensamento e emoções do protagonista, preocupada eu fiquei porque em partes eu me identificava com ele. Cada capítulo transborda um algo, achismos talvez, mas que para os bons observadores sejam coisas que passam diante de nossos olhos mas que não queremos transparecer aos outros, nosso pensamentos e reflexões, que ficam apenas para nós. Como ele disse: ter consciência demais é uma doença. São capítulos bem reflexivos que se lidos calmamente, sem pressa, são de grande valia e ensinamento.
A segunda parte, decerto, envolve suas memórias, os seus pensamentos de quem ele era, de quem queria ser, do que desejou fazer e não fez, daquilo que fez, e que ao longo do tempo sombrearam a sua mente. Essa parte começou com seu realismo impregnado mas que ao fim parecia que teria um pouco do teor "romântico" entre dois, talvez, apaixonados, o que foi uma decepção para mim toda a atitude do protagonista.
Enfim, é um livro para quem realmente goste, apesar de quem goste, as vezes olhe para os personagens e pense "quão louco é esse povo". Não é um livro denso, mas como ele disse é um livro cheio de paradoxismos, que até tentar compreendê-los você pensa se realmente não é em você que está faltando mais reflexão.
"É preciso sair da inércia" - CP