spoiler visualizarPaulo474 29/12/2023
Um crítica muito boa, mas o personagem é muito irritante
Acho que devo começar com o contexto histórico dessa obra, Dostoievski em uma idade mais avançada, provavelmente na casa dos 40s já era um homem mais apegado aos tradicionalismo culturais russos, sendo assim, podemos ver muito dele neste personagem, mas não acredito que seja de tudo inspirado nele.
Podemos considerar este livro um precursor de movimentos que surgiriam muitos anos mais tarde, como é o caso do existencialismo e até mesmo do niilismo, mesmo que tais movimento fossem marcados principalmente pelos pensadores ateus, caso diferente de Dostoievski, que era frequentador das reuniões da igreja ortodoxa russa.
Mas então você pode se perguntar o que todos esses fatos e contextualizações dizem a respeito desse livro, e eu vos respondo que o contraponto entre as duas correntes é o que mostra o real significado deste livro.
O racionalismo prega sobre resultados e formas que são pré-definidas, por exemplo o 2 + 2 ser 4, já o existencialismo diz sobre como a existência não vale se não se puder exercer o livre-arbítrio.
E o personagem principal, ou o homem do subsolo, é exatamente adepto da segunda corrente filosófica, e demonstra isso claramente quando no início da obra diz não saber estar doente porém não se tratar simplesmente por ser essa a sua vontade.
Além disso, o homem do subsolo é alguém extremamente arrogante, soberbo, que a todo custo sempre que pode, humilha quem está a sua volta, desde que stes sejam inferiores a ele, é um personagem que se contradiz a todo tempo, dizendo algo, mas que logo em seguida se desmente, que se acha superior a todos intelectualmente, mas que não humilha a todos, ou até mesmo, não é valorizado por todos pelas suas condições financeiras.
Ela também demonstra a solidão quando se mete em situações pelo simples fato de querer sentir algo ou que tenta a todo custo ser aceito em algum grupo, como é descrito por ele na segunda parte do livro.
Sem mais delongas, posso dizer que apesar de uma nota 3,5 o livro é bom, talvez um pouco difícil de ler por causa do personagem ou até mesmo por ser uma obra clássica sobre uma sociedade em um outro tempo que de certa forma, dificultam a contextualização do assunto abordado.