A peste

A peste Albert Camus




Resenhas - A Peste


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Cinara... 29/03/2020

"Os flagelos, na verdade, são uma coisa comum, mas é difícil acreditar neles quando se abatem sobre nós. Houve no mundo igual número de pestes e de guerras. E contudo as pestes, como as guerras, encontram sempre as pessoas igualmente desprevenidas."

"Na verdade, uma das consequências mais importantes do fechamento de portas foi a súbita separação em que foram colocados seres que não estavam preparados para isso."

"Algumas famílias, poucas aliás, não levaram a questão a sério e sobrepondo a qualquer prudência o desejo de rever os parentes, convidaram estes últimos a aproveitar a ocasião. "

"... a Itália foi devastada por uma peste tão violenta que os vivos mal chegavam para enterrar os mortos.

"...pelo rádio quando deixou de anunciar as centenas de óbitos por semana, para passar s comunicar 92, 107 e 120 mortos por dia."

"E, afinal, vê-se que ninguém é realmente capaz de pensar em ninguém, ainda que seja na pior das desgraças."

Mas vejam! Poderia ser os jornais, ou as notícias da internet de 2020, mas não!! todos trechos de um livro escrito em 1947 ?

Eu não teria a mesma experiência lendo este livro em outra época de minha vida, narrou completamente tudo o que vivemos hoje! E toda nossa angústia tão real e presente!
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Pri | @biblio.faga 26/03/2020

“A Peste”, por muitos considerada a ‘magnum opus’ de Albert Camus, e, não à toa, foi meu primeiro contato com o autor.

Embora publicado em 1947, a obra é inegavelmente relevante e super atual, especialmente considerada a conjectura mundial: a pandemia do coronavírus [Covid-19].

No romance, acompanhamos os moradores da cidade de Orã, na Argélia, quando esta é assolada pelos efeitos devastadores da peste.

Filósofo, o autor trabalhava com perícia as nuances das atitudes individuais e (especialmente) coletivas frente à doença e a possibilidade da morte eminente, questionando a natureza da condição humana, como vida, morte, destino, religião, valores sociais, amor, solidão, família e sanidade.

Embora pode ser considerado “pesado”, e até mesmo “triste”, o livro é marcado por passagens belas e poéticas; Camus nos apresenta a personagens incrivelmente reais (destaque merecido para o narrador!) e nos brinca com uma trama envolvente e imersiva.

Ademais, a obra pode (e deve!) ser interpretada como uma metáfora ou alegoria ao nazismo e aos regimes totalitários da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, uma leitura riquíssima!
Recomendadíssimo.

site: https://www.instagram.com/biblio.faga/
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Jean Bernard 23/03/2020

O homem e a peste
Nesse tempo difícil em que estamos vivendo (pandemia do Coronavírus), o livro de Camus nos esclarece muito sobre as atitudes humanas. Sua relação com o amor, o medo, a vida e o mundo. Foi uma leitura complicada, onde os duros relatos se misturaram à crua realidade. Mas recomendo fortemente.
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Francisco.Assis 19/03/2020

A peste dos nossos dias
Albert Camus publicou "A Peste" em 1947. Na trama a doença se espalhou na cidade de Orã e isolou-a do mundo. Muitos morreram e a vida das pessoas foi reorganizada por conta da epidemia. Apesar de Camus buscar uma analogia da peste com a infecção do Nazismo, é possível estender a analogia para os dias de hoje, em um mundo que luta contra a COVID-19. Em meio a várias atitudes de solidariedade e coragem, como a de técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos, existem, por outro lado, decisões de empresas e governos que estão tornando a crise ainda mais aguda para os pobres. Refletindo sobre essas questões, diz Camus já no final narrativa: "A especulação interviera e oferecia, a preços fabulosos, os gêneros de primeira necessidade que faltavam no mercado habitual. As famílias pobres viam-se assim numa situação muito difícil, enquanto às ricas não faltava praticamente nada. Enquanto a peste, pela imparcialidade eficaz com que exercia o seu ministério, deveria ter reforçado a igualdade entre os nossos concidadãos pelo jogo normal dos egoísmos, ao contrário, tornava mais acentuado no coração dos homens o sentimento da injustiça. Restava, é bem verdade, a igualdade irrepreensível da morte, mas essa ninguém queria. Os pobres que passavam fome pensavam, com mais nostalgia ainda, nas cidades e nos campos vizinhos, onde a vida era livre e o pão não era caro." Esse livro é uma excelente e urgente reflexão para o nosso tempo.
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book_punk 19/03/2020

A Peste
É o mesmo para todos: a gente se casa, ama ainda um pouco, trabalha. Trabalha tanto que se esquece de amar.
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@retratodaleitora 16/03/2020

Leiam A Peste!
Os acontecimentos narrados em “A peste” são ambientados na cidade de Orã, descrita pelo narrador no primeiro parágrafo como “uma cidade comum e não passa de uma prefeitura francesa na costa argelina”, seguida por uma descrição ainda mais detalhada desse lugar e seus habitantes.


“Na nossa pequena cidade, talvez por efeito do clima, tudo se faz ao mesmo tempo, com o mesmo ar frenético e distante”.


Uma cidade pequena, sem grandes atrativos ou novidades... até que no dia 16 de abril, exatamente, o Dr. Rieux sai de seu consultório e se depara com um rato morto. Não seria uma grande coisa, se nos próximos dias mais e mais ratos não fossem encontrados mortos ou agonizando por toda a cidade. Uma infestação sem precedentes, seguida por um pesadelo terrível: a cidade de Orã é tomada pela Peste.


A doença, que faz suas vítimas sufocarem, queimarem de dentro para fora e agonizarem em grande sofrimento, transforma o que antes era um lugar pacato em um cenário febril de desespero, tendo seu ápice quando as autoridades resolvem manter todos os habitantes ali exilados.


Nosso narrador, que não se apresenta de pronto, descreve os eventos do livro de forma extremamente organizada, com uma riqueza de detalhes enorme, assim revelando, sem revelar, se tratar de um personagem ativo. Nosso narrador não se detém a sua experiência individual com a Peste, pois “era detido pelo pensamento de que não havia um só dos seus sofrimentos que não fosse ao mesmo tempo o dos outros e que, num mundo em que a dor é tantas vezes solitária, isso era uma vantagem. Decididamente, devia falar por todos”.


E através de sua experiência, de sua observação e de um diário que encontra, ele escreve essa ao mesmo tempo terrível e bela crônica sobre doença, exílio, a revolta individual e coletiva e valores sociais; povo e governo. Difícil colocar em palavras o quão genial é a escrita do Camus, vencedor do Nobel de literatura, e como ele consegue fazer o leitor mergulhar tão profundamente nesse relado aterrador e refletir junto a esse narrador exemplar. Foi o terceiro livro do autor que leio, e mal posso esperar pelas próximas experiências. Recomendo fortemente!

Já leu algo do Albert Camus?

site: https://www.instagram.com/p/B9H_gRkDN_j/
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Thay 16/03/2020

"Uma forma cômoda de travar conhecimento com uma cidade é procurar saber como se trabalha, como se ama e como se morre."

"Sem dúvida, nada há de mais natural, hoje em dia, do que ver as pessoas trabalharem de manhã à noite e optarem, em seguida, por perder nas cartas, no café e em tagarelices o tempo que lhes resta para viver. Mas há cidades e países em que as pessoas, de vez em quando, suspeitam que exista mais alguma coisa. Isso, em geral, não lhes modifica a vida. Simplesmente, houve a suspeita, o que já significa algo. Oran, pelo contrário, é uma cidade aparentemente sem suspeitas, quer dizer, uma cidade inteiramente moderna. Não é necessário, portanto, definir a maneira como se ama entre nós. Os homens e as mulheres ou se devoram rapidamente, no que se convencionou chamar ato de amor, ou se entregam a um longo hábito a dois. Isso tampouco é original. Em Oran, como no resto do mundo, por falta de tempo e de reflexão, somos obrigados a amar sem saber."

"Os flagelos, na verdade, são uma coisa comum, mas é difícil acreditar neles quando se abatem sobre nós."

"O flagelo não está à altura do homem; diz-se então que o flagelo é irreal, que é um sonho mau que vai passar. Mas nem sempre ele passa e, de sonho mau em sonho mau, são os homens que passam, e os humanistas em primeiro lugar, pois não tomaram suas precauções."

"Continuavam a fazer negócios, preparavam viagens e tinham opiniões. Como poderiam ter pensado na peste, que suprime o futuro, os deslocamentos e as discussões? Julgavam-se livres, e nunca alguém será livre enquanto houver flagelos."

"Mas que são cem milhões de mortos? Quando se fez a guerra, já é muito saber o que é um morto. E já que um homem morto só tem significado se o vemos morrer, cem milhões de cadáveres semeados através da história esfumaçam-se na imaginação."

"Impacientes com o presente, inimigos do passado e privados do futuro, parecíamo-nos assim efetivamente com aqueles que a justiça ou o ódio humano fazem viver atrás das grades."

"Mas o narrador está antes tentado a acreditar que, ao dar demasiada importância às belas ações, se presta finalmente uma homenagem indireta ao mal. Pois, nesse caso, se estaria supondo que essas belas ações só valem tanto por serem raras e que a maldade e a indiferença são forças motrizes bem mais frequentes nas ações dos homens. Essa é uma ideia de que o narrador não compartilha. O mal que existe no mundo provém quase sempre da ignorância, e a boa vontade, se não for esclarecida, pode causar tantos danos quanto a maldade. Os homens são mais bons que maus e, na verdade, a questão não é essa. Mas ignoram mais ou menos, e é a isso que se chama virtude ou vício, sendo o vício mais desesperado o da ignorância, que julga saber tudo e se autoriza, então, a matar. A alma do assassino é cega, e não há verdadeira bondade nem belo amor sem toda a clarividência possível."

"E, dos confins do mundo, através de milhares de quilômetros, vozes desconhecidas e fraternas tentavam tentavam desajeitadamente dizer sua solidariedade e diziam, de fato, mas demonstravam ao mesmo tempo a terrível impotência em que se encontra todo homem de compartilhar verdadeiramente uma dor que não pode ver."

"A peste, é preciso que se diga, tirara a todos o poder do amor e até mesmo da amizade. Porque o amor exige um pouco de futuro e para nós só havia instantes."

"Ouvi tantos raciocínios que por pouco não me fizeram perder a cabeça, mas que viraram bastante outras cabeças para fazê-las consentir no assassinato, que compreendi que toda a desgraça dos homens provinha de eles não terem uma linguagem clara."

"...sinto-me mais solidário com os vencidos do que com os santos. Creio que não sinto atração pelo heroísmo e pela santidade. O que me interessa é ser um homem."

"Da mesma forma, ele tinha vivido ao lado de Tarrou e essa noite ele morrera, sem que sua amizade tivesse tido tempo de ser verdadeiramente vivida. Tarrou perdera a partida, como ele dizia. Mas ele, Rieux, o que tinha ganho? Lucrara apenas por ter conhecido a peste e lembrar-se dela, ter conhecido a amizade e lembrar-se dela, conhecer a ternura e haver um dia de lembrar-se dela. Tudo o que o homem podia ganhar no jogo da peste e da vida era o conhecimento e a memória."
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Gabriel 14/03/2020

Boa leitura...
Boa leitura para compreender a que ponto situações extremas, como a peste que recai sobre uma cidade, levam as pessoas a terem que tomar diversas atitudes e decisões e os impactos que estás causam na vida de todos.
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Valéria Ribeiro 10/03/2020

Denso
Achei a leitura densa, mas excelente. Sob a lente de Camus, vemos como a possibilidade da morte altera a vida física e emocional das pessoas. Premidos pelo medo, do que somos capazes?
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Mary 02/03/2020

Meu Livro Definitivo da Vida
Que livro! Um bom autor não entrega tudo de uma vez, mas vai se descortinando aos poucos. Eu fui me envolvendo a cada página. Abandonei todas as leituras paralelas pra acompanhar a saga de uma cidade sitiada pela Peste e seus cidadãos. A peste é mais que um pano de fundo, é na verdade uma "teia" que liga as relações humanas pré-existentes. Entrou pra lista de "Livro Definitivos da Vida".
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Nicolle 29/02/2020

Uma metáfora esplêndida
Passagens encantadoras que merecem um suspiro profundo e reflexões pessoais. A natureza do homem de forma mais crua.
Mary 02/03/2020minha estante
Tive que parar em alguns momentos para "ruminar" o que eu estava lendo. Uma das partes mais impactantes (pra mim) foi aquele dilema do padre. Pra quem tem uma fé, sabe exatamente o que que quer dizer esse dilema.


Nicolle 03/03/2020minha estante
Camus é esplêndido.




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Stella F.. 09/09/2019

Necessário!!!
A PESTE
ALBERT CAMUS

Ambientado em Argel, na cidade de Oran, quando ainda estava sob jugo francês. Uma cidade comum, “neutra”, construída diante de uma baía de desenho perfeito.


"Pode-se apenas lamentar que tenha sido construída de costas para essa baía e que, portanto, seja impossível ver o mar."
"Uma forma cômoda de travar conhecimento com uma cidade é procurar saber como se trabalha, como se ama e como se morre."

Na manhã de 16 de abril de 194., o médico Dr. Bernard Rieux, tropeçou em um rato morto.
A narrativa vai girar agora em torno do porquê do aparecimento dos ratos, o surgimento dos primeiros casos de peste, a reação de diferentes personagens (Rambert, Rieux, Dr. Othon, Padre Paneloux, Tarrou, Grand, Sra. Rieux, Cottard) a ela e seu envolvimento na ajuda aos concidadãos.
Cada um se posiciona de acordo com sua história de vida e o que acredita ser amor, felicidade e exílio.
Vão ocorrendo muitas mortes, criam-se regras de quarentena, profilaxia, medidas sanitárias, mas os casos são cada vez mais frequentes e não há uma explicação clara, porque os conhecidos casos históricos de peste apresentavam-se completamente diferentes dos de Oran.
A situação se agrava e fecha-se a cidade. Os que vieram de fora não podem voltar para sua pátria, para sua amada ou família, e os que saíram da cidade momentaneamente não podem voltar.
Nesse momento é que o autor é genial e nos coloca questões primordiais: O que é pátria? Felicidade? Amor ao próximo? Exílio?
As pessoas ficam indignadas, porém aos poucos vão encontrando uma maneira de viver naquele exílio dentro da sua própria cidade, muitas vezes exilados dentro de sua própria casa, com persianas abaixadas.

"Experimentavam assim o sofrimento profundo de todos os prisioneiros e de todos os exilados, ou seja, viver com uma memória que não serve para nada."

As reações amorosas no início da peste mudaram:

"E, para todos nós, o sentimento que fazia a nossa vida e que, no entanto, julgávamos conhecer bem, assumia um novo aspecto. Maridos e amantes que tinham a maior confiança nas companheiras revelavam-se ciumentos. Homens que se julgavam volúveis no amor redescobriam-se constantes. Filhos que tinham vivido junto da mãe, mal olhando para ela, depositavam toda a preocupação e angústia numa ruga de seu rosto que lhe povoava a lembrança."

Mais tarde mudaram novamente:

"Sem memórias e sem esperança, instalavam-se no presente. Na verdade, tudo se tornava presente para eles. A peste, é preciso que se diga, tirara o poder do amor e até mesmo da amizade. Porque o amor exige um pouco de futuro e para nós só havia instantes."

Não havia previsão de quanto tempo duraria a epidemia.
Surgiram outras formas da peste e com isso formou-se grupos de voluntários, na ajuda a todos. A espera de ser o próximo a morrer, era pior que o desgaste de ajudar os que precisavam.
É impossível falar de todas as nuances dos personagens e do texto brilhante do autor com sua filosofia e ensinamentos. Cito apenas o jornalista Rambert, que era estrangeiro e havia deixado sua amada em Paris. Tentou em vão sair de Oran por meios escusos, e como era sempre difícil, aos poucos foi ajudando ao grupo de assistência aos doentes, e no final se sentiu inserido, questionando-se até se seu amor era tanto, ou se era uma idealização devido à perda.

"Em épocas normais sabíamos todos conscientemente ou não, que não há amor que não possa superar e aceitávamos, no entanto, com maior ou menor tranquilidade, que o nosso permanecesse medíocre. Mas a recordação é mais exigente."

E outro personagem, Cottard, ficava “torcendo” que a peste demorasse a passar, porque assim, como era culpado de um crime, esqueceriam dele enquanto estivessem envolvidos com a peste.

"Contudo, havia na cidade um homem que não parecia nem esgotado, nem desanimado e que continuava a ser a imagem viva da satisfação. Era Cottard."

Enfim, recomendo o livro que é brilhante!
A peste era igual para todos, não havia exceção. Pobre, rico, político, padre, médico. Todos tornavam-se iguais na epidemia.

"A peste que pela imparcialidade eficaz com que exercia seu ministério, deveria ter reforçado a igualdade entre nossos concidadãos pelo jogo normal dos egoísmos, tornava, ao contrário, mais acentuado no coração dos homens o sentimento da injustiça. Restava, é bem verdade, a igualdade irrepreensível da morte, mas essa, ninguém queria."

Após a leitura assistindo e lendo resenhas, descobri que o livro foi escrito em 1947, após a Segunda Guerra Mundial e que A Peste significaria o Nazismo. Sendo assim, as minhas observações estão com outro viés e somente em uma leitura futura poderei reler o livro sob esse segundo viés. Mas de qualquer maneira, sinto que aprendi muito com essa leitura prazerosa e cheia de nuances.

Codinome 30/05/2020minha estante
Assim que é bom resenhar, com o seu viés! Ver outras resenhas e comentários o mínimo possível antes da leitura. Essa é até uma crítica que faço aos livros da editora Penguin, ela tem o costume de trazer um comentário antes do livro (em alguns casos, são até ensaios, que é o caso do "Ulysses", seria melhor colocar esse material como um posfácio).




Claudio.Kinzel 05/09/2019

Cruel, chocante e profundamente belo
Camus escreveu um retrato brutal dos efeitos da peste na pacata cidade de Oran. Leitura densa, por vezes detalhista em excesso. A indiferença inicial deu lugar ao horror nos momentos em que a esperança parecia morrer juntamente com as centenas de mortos diários, onde fora possível a reflexão de humanidade, ao mesmo tempo em que, em função do estado de sítio, algumas pessoas sofreram duplamente, com a doença em si e a separação forçada de seus entes. Cada personagem representa um pouco da filosofia absurdista de Camus: o médico ateu que realiza o seu trabalho com retidão porque é o que deve ser feito; a tentativa de suicídio de um homem que, ironicamente, decide continuar a viver após a explosão da peste; o padre cujo discurso inicial de culpa é suavizado à medida que se percebe a inutilidade de seu pensamento, entre outros. Ao ler a obra sob a ótica de metáfora para a ocupação nazista na segunda guerra, percebe-se a real intenção do autor, que ao final nos alerta: "o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, podendo ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa".
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