juujsto 13/06/2023
Não traiu.
Não é à toa que Dom Casmurro e Machado de Assis são muito enaltecidos, não só no Brasil, mas também no mundo todo. O livro me prendeu desde o ínicio, apesar da linguagem antiga, consegui me adaptar rapidamente, algumas vezes só tive que reler algumas páginas, mas foi mais por falta de atenção minha. O livro no começo é meio arrastado, tornando-se um pouco repetitivo, mas não atrapalhou minha experiência, pelo contrário, acredito que foi necessário para nós conhermos e nos apegarmos aos personagens. O livro todo nós vemos pela visão de Bentinho, e é incrível como mesmo ele citando motivos para nós suspeitarmos de sua amada, não é o suficiente para termos uma resposta concreta, já que a subjetividade é trabalhada minusciosamente pelo autor, criando um enigma o qual é alvo para debates até hoje. Precisei de um tempo pra refletir depois de ter terminado a leitura, mas cheguei a conclusão de que Capitu não traiu. Ao decorrer do livro nós vemos sendo construída a personalidade do Dom Casmurro, a qual o leva a terminar sozinho, e esse é o principal ponto que me fez levar a crer que tudo não passou de nóia dele. Muitas vezes Bentinho apresentava comportamentos compulsivos, como por exemplo de se envenenar, e depois tentar envenenar o próprio filho, tudo por conta dessa dúvida gerada em sua própria cabeça de que tinha sido traído. Como vemos pela visão dele, não conseguimos avaliar imparcialmente Capitu, então muito dos motivos descritos por Casmurro não passa de suposições por culpa de seu ciúmes psicótico. Quanto à aparência de Ezequiel, não me resta mais dúvidas de que ele estava obcecado e começou a enxergar o amigo em seu próprio filho, tanto que todos as outras pessoas a qual ele poderia perguntar se existia alguma semelhança entre o garoto e Escobar morreram, nos restando apenas sua opinião própria.