A Jangada de Pedra

A Jangada de Pedra José Saramago




Resenhas - A Jangada de Pedra


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Bielzin 09/06/2022

Se soltando e indo embora
Saramago, Saramago.
Quanta metáfora, ler com cuidado senão passa despercebido, porque diferente do normal, aqui os diálogos são dentro dos parágrafos, a sintaxe é complicada. Mas a experiência é transformadora.

A parte da península virar uma jangada, a forma como cada personagem central da história entra na trama, o encontro, o governo, o mundo...

...ainda há esperança.

Dê ao mar o que é do mar, dê a terra o que é da terra.
Agora ler Ensaio sobre a Cegueira...e todos os outros.
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erbook 24/04/2022

Crítica à Comunidade Europeia
Imaginem um acontecimento inusitado: a península ibérica (Portugal e Espanha) se descola tectonicamente do continente europeu e inicia um percurso supostamente à deriva pelo oceano Atlântico rumo ao ocidente. Esse fato surreal é o mote desta brilhante narrativa de José Saramago, escrita em 1986, ano em que Portugal ingressou na Comunidade Econômica Europeia (CEE). À época, o país vivenciava um período de redemocratização após longo regime ditatorial instituído por Antônio de Oliveira Salazar, que perdurou mais de 40 anos até abril de 1974. O ingresso de Portugal na CEE implicou severa disciplina econômica e monetária ao país, cuja crítica sutil pode ser lida nesta literatura de alto nível.

Na obra, após fenômenos insólitos, houve ruptura na cordilheira dos Pirineus, separando a península ibérica da França e consequentemente do restante da Europa. Joaquim Sassa lança uma pedra pesada no mar e ela rebate na água por muitos metros; José Anaiço inexplicavelmente passa a ser seguido por milhares de estorninhos pelo céu; Pedro Orce começa a sentir tremores na terra melhor que os sismógrafos; Joana Carda, com pedaço de pau, fez risco no chão que não se desfaz nem com água. Esses 4 personagens e mais alguns que surgem no caminho se encontram e iniciam uma jornada, passando por Santiago de Compostela, guiados pelo instinto do cão Constante, ao tempo em que se transformam no percurso.

Com a mencionada península - mais propriamente ilha - à deriva pelo Atlântico, Saramago expõe o risco para a bacia mediterrânica, o medo generalizado da população, a correria nos aeroportos por parte dos endinheirados que puderam fugir do país, a invasão de hotéis ante a falta de turistas, bem como outros meandros políticos para tentar solucionar o desafio geográfico.

Acompanhamos duas travessias: a dos personagens e a da própria península. Tal como os personagens se transformam, a ideia do autor é que Portugal e Espanha também se modifiquem, buscando inspirações fora da Europa para a construção de identidade cultural e econômica diferenciadas. Uma pista deixada por Saramago sobre onde procurar influências e similaridades é justamente onde a península (ilha de pedra) “estaciona” no oceano Atlântico.

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Dica de Filme baseado nesta obra: “A jangada de pedra” do diretor francês George Sluizer, que, infelizmente, não consegui assistir.

Trecho interessante: “Sabido é que todo o efeito tem sua causa, e esta é uma universal verdade, porém, não é possível evitar alguns erros de juízo, ou de simples identificação, pois acontece considerarmos que este efeito provém daquela causa, quando afinal ela foi outra, muito fora do alcance do entendimento que temos e da ciência que julgávamos ter.”
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13marcioricardo 19/10/2021

Portugal e Espanha
A Península Ibérica separa-se da Europa e se torna numa jangada de pedra pelo Oceano Atlântico. E com este fenômeno, outros ocorrem na vida de cinco pessoas, que acabam por se encontrar e percorrer uma aventura em conjunto com dois cavalos e um cachorro.
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Sté 05/08/2021

Chato
Já tinha lido outros 2 livros do José Saramago, mas esse foi um desafio, visto que, ele é contado pelo narrador e me deu muito a impressão que nunca acontece nada na história e quando acontece é muito rápido. A resolução tbm não gostei, porém combina com a história.
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regifreitas 18/04/2021

A JANGADA DE PEDRA (1986), de José Saramago.

Mais uma obra concluída para o projeto de ler os romances de José Saramago em ordem cronológica. Este, o sétimo romance publicado pelo autor, foi uma releitura para mim; o primeiro contato com a obra havia sido em 2010.

Aqui observamos elementos que já vinham se tornando recorrentes no trabalho do Nobel português desde as obras anteriores. O realismo mágico mesclado com um subgênero que os estudiosos vêm nomeando de metaficção historiográfica. Saramago se vale de acontecimentos históricos, mas reinterpreta-os de forma livre e subjetiva. O humor ácido, as digressões filosóficas, a mistura dos discursos direto e indireto, a sintaxe e a pontuação característica, todos também estão presentes.

Em um dado momento, a Península Ibérica se desgarra da Europa. Uma fenda se abre nos Pirineus, aumentando aos poucos, até o ponto que Espanha e Portugal se afastam cada vez mais do continente europeu, numa espécie de ilha flutuante ou uma jangada de pedra, vagando cada vez mais para o ocidente através do Atlântico. O fato inusitado acaba reunindo seis personagens (três homens, duas mulheres e um cão), que até então não se conheciam. Esses seres também haviam presenciado, cada qual, insólitos acontecimentos que, por algum motivo, uniu-os numa jornada através da Península flutuante. É a trajetória desses personagens que acompanhamos, tendo como pano de fundo as repercussões, em Portugal e Espanha, bem como na Europa e no mundo, do estranho acidente geológico ocorrido.

É um Saramago em toda a sua genialidade, mostrando porque se tornou um dos maiores nomes da literatura do final do século XX. Se é uma obra que se destaca dentro da produção contemporânea, quando penso nos outros livros do autor português existem trabalhos que acabo gostando mais. Mas são por detalhes mínimos que isso ocorre, pois se trata de um romance fenomenal.
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Raisa 23/01/2021

"Ao mar o que ao mar pertence, a terra que fique com a terra."
Saramago faz uma metáfora fantasiosa da península ibérica se desgarrando da Europa e vagando pelo oceano como uma crítica à desassociação cultural e identitária de Portugal e Espanha em relação à Europa.A forma como ele conta a história é o próprio livro. Um clássico afiado Saramago.
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Rafaela.Saragiotto 27/09/2020

O papel da Península Ibérica na identidade europeia.
Que beli?ssima travessia foi navegar junto deste livro!

Num dia ordina?rio, por razo?es misteriosas, uma rachadura fissura a terra na regia?o dos Pirene?us, cordilheira que delimita a fronteira entre Espanha e Franc?a. Em questa?o de dias, toda a Peni?nsula Ibe?rica se desprende do resto da Europa e passa a flutuar pelo oceano como uma imensa jangada de pedra.

Conforte a Peni?nsula vai navegando desordenada e sem rumo, os caminhos de cinco personagens sa?o unidos pelos acontecimentos fanta?sticos que ocorreram com cada um no momento da grande ruptura.

Assim, duas mulheres, dois homens, um velho, um ca?o e dois cavalos iniciam uma jornada sem destino pelas ancestrais terras ibe?ricas, aprendendo com suas diferenc?as que o propo?sito do viver esta? na partilha e no pertencimento.

A jangada de pedra e? uma meta?fora sobre o papel de Portugal e Espanha na construc?a?o da identidade europeia. Quais as semelhanc?as e diferenc?as que os unem e separam dos outros pai?ses do continente? Acima de tudo, qual o papel de cada indivi?duo na formac?a?o de uma nac?a?o?

Esse e? um daqueles livros que na?o e? tanto sobre o enredo em si, mas sim sobre como a histo?ria e? contada. A escrita de Saramago e? singular, magistral e poe?tica, combinando realidade e fantasia para compor citac?o?es emocionantes. E? a prova sublime do milagre que e? a li?ngua portuguesa.

Foi uma leitura muito desafiadora para mim, principalmente pela estrutura e linguagem, e na?o indico para um primeiro contato com a obra de Saramago. A quem deseja se aventurar neste livro, recomendo pacie?ncia e persiste?ncia: se deleite em cada frase, tenho certeza que no final sera? transformador!
Nota: 10/10 ?
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Lisandro 08/09/2020

Queremos dizer amor e não nos chega a língua. Queremos dizer quero e dizemos não posso.
"Gente, ainda mais numerosa, que não encontrou alojamento e vive por aí debaixo das pontes, ao abrigo das árvores, dentro de automóveis abandonados, quando não ao puro relento, quem imaginou que Deus veio viver com estes anjos, saberá muito de anjos e de Deus, mas de homens não conhece nem a primeira letra." José Saramago
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asteuwick 04/07/2020

O Poder das Palavras..
O que mais me encantou no livro não foi a história, mas sim a forma com que ele é escrito. A escolha e organização de palavras de Saramago é simplesmente sublime.
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Carolina 03/05/2020

Li esse livro pela terceira vez, sempre uma nova descoberta.
O livro nos faz refletir sobre a fragilidade das relações sociais. Também nos convida a pensar sobre nossa necessidade de explicar as coisas do mundo, bem como a não essencialidade de
certas palavras.
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Luíza | ig: @odisseiadelivros 29/03/2020

Leitura de quarentena #1
O meu primeiro livro do Saramago foi lido em uma quarentena. Talvez não o melhor momento para ler um livro em que ocorra um evento tão incomum. Ou talvez seja o momento ideal, a depender da perspectiva. Ainda não me decidi.
O evento incomum, que ocorre nas primeiras páginas do livro após uma série de digressões que farão sentido ao decorrer da história, é a cisão da Península Ibérica do restante da Europa. Simples assim. Em um momento, a Espanha dividia a fronteira com a Espanha; no outro, um espaço começava a se abrir.
Um evento tão incomum deveria ter uma explicação lógica, não? Ora, pelo pouco que ouvi falar de Saramago, isso não é tão necessário. A partir daí, somos formalmente apresentados a quatro personagens, a partir da viagem do primeiro: Joaquim Sassa, que arremessou ao mar uma pedra de massa superior a que conseguiria normalmente carregar; José Anaiço, um homem que subitamente passa a ser perseguido por milhares de estorninhos; Pedro Orce, que sente vibrações do chão, mesmo que ninguém as sinta; e Joana Carda, cujo risco no chão com uma vara de olmeiro a faz acreditar que possui culpa pela cisão. Há, posteriormente, a integração da personagem Maria Guavaira, que encontrou uma meia que não termina de se desfazer, e de um Cão, que os guia em determinado ponto da história.
É com esses personagens que Saramago faz uma analogia à criação da União Ibérica, na qual Portugal e Espanha ficaram à deriva, como se realmente se desprendessem do continente e navegassem (como ocorre no livro) pelo Oceano Atlântico como uma grande jangada de pedra. Não barco, nem navio, veja bem, jangada, como de importância inferior. Tão inferior que o mundo reage com pouco caso, exceto os Estados Unidos que querem saber como podem se beneficiar da situação.
É uma analogia política, de modo que a população, a "arraia-miúda", é deixada de lado nesse interím. Mais à deriva do que a Península Ibérica. Por isso, o foco são esses seis personagens aparentemente comuns, que de repente se tornam incomuns, e que, subitamente, perdem-se da normalidade e se encontram para se estabelecer em meio ao caos. É um livro belo quanto a sua metáfora, que nos faz pensar juntamente com as reflexões do narrador a respeito não só da política, mas da vida humana.
A dificuldade maior foi superar a dificuldade da linguagem de Saramago. É ainda muito difícil pra mim, talvez lendo-o mais eu possa superar essa barreira. O outro empecilho são as diversas divagações, que, em um primeiro momento, não parecem ter finalidade, mas de certa forma se encaixam na narrativa. E os personagens. São meio apáticos, difíceis de se conectar. Talvez eu ainda não esteja na vibe Saramago e talvez nunca vá entendê-lo de fato.
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neide 15/03/2020

O livro descreve um acontecimento surreal. A peninsula Ibérica se separa da Europa e vai navegando pelo Atlântico como se fosse uma Jangada de Pedra.
Ótima leitura para quem gosta de história.
Gostei muito. Saramago sempre criativo.
Recomendo a leitura
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Guilherme 26/12/2019

Dos 6 livros do Saramado que já li só 1 eu achei mais ou menos, Manual de Pintura e Caligrafia, todos of outros me surpreenderam mais do que eu esperava, e olha que em Jangada de Pedra o hype já era alto. A sinopse pode ser descrita como outros livros do escritor: e se, Portugal e Espanha se soltassem da Europa. Só com isso ele já tem o meu interesse. Contudo, a maioria dos escritores estragaria essa premissa dando um ar muito catastrófico e focando muito mais no evento do que no impacto deste sobre as pessoas. E é exatamente isto que o Saramago faz nas suas histórias, seleciona alguns personagens, que parecem aleatórios inicialmente, e vai desenvolvendo eles lentamente, até que chega um ponto em que o leitor realmente se importa com todos eles , porque você conhece eles naturalmente e percebe que são um retrato perfeito do que a península está passando, estão sozinhos e precisam se agarrar um ao outro.
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