A Ilíada

A Ilíada Homero...




Resenhas - Ilíada


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Felps 21/03/2022

Viagem à Grécia Antiga
Minha primeira aventura nas epopeias da antiguidade clássica e foi uma viagem espetacular! Amei! Uma história que se passa durante a Guerra de Troia com descrições bem detalhadas das lutas, que, em muitos momentos, beiram o gore, mas conseguindo manter a beleza da poesia através das muitas metáforas. Eu indico esse livro se você gosta de mitologia grega, realismo fantástico e histórias de guerra. Uma observação à parte sobre a tradução de Carlos Alberto Nunes, que é sensacional e manteve o ritmo dos versos, trazendo a musicalidade dos poemas gregos pro português atual.
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mfru 19/03/2022

Resumindo a guerra: Toda essa quizumba, picuinha, matança, egos feridos e birras por causa de uma mulher. Cara, uma mulher! rsrsrs.
Clara.Brogliato 22/03/2022minha estante
Melhor resenha que eu encontrei até agora KKKKKK tô em quase 300 pg e nada do conflito do Heitor com o Aquiles


mfru 23/03/2022minha estante
Rsrsrs. Nem te conto. Rsrs...


Aryana 25/03/2022minha estante
Hahahahahhaha




Natty 02/03/2022

Um livro incrível de mitologia, crenças, estratégia de guerra e personagens movidos por seus sentimentos e "honra", seja esses vaidade, vingança ou amor.
Para quem gosta de história, essa adaptação é maravilhosa. Foi muito fluida e envolvente, e de fácil compreensão.
Foi bom ver/ conhecer (mesmo que pouco) Aquiles e Ulisses, que são tão famosos e tantas histórias.
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HigorM 01/03/2022

"1001 LIVROS PARA LER ANTES DE MORRER": LIVRO 02
Considerado o mais antigo e extenso documento literário grego e ocidental existente, "Ilíada" é, sem dúvidas, uma das pedras fundamentais para se entender literatura, seja pelo seu conteúdo épico, em que narra ações e feitos grandiosos de um povo - ou do representante desta nação, como vislumbra a cultura e história, além de seus preceitos filosóficos e religiosos.

Mais que isso, "Ilíada" é um exemplo de literatura tão antiga, datada de 8 séculos antes de Cristo, mas que demonstra como tais recursos literários são tão eficientes, práticos e até mesmo "atemporais". Tudo porque, ao contrário do que se pensa, Ilíada não se propõe a contar a história da Guerra de Tróia, mas faz um recorte de 51 dias do novo ano dos dez da guerra.

Tal recorte, ao contrário do que se pode pensar, não deixa o leitor curioso com o desfecho da Guerra, ou tentar entender o que aconteceu antes até se dar tal momento, até porque a proposta nunca foi contar tal guerra, e sim explicar, de maneira épica, grandiosa, louvável, a ira de Aquiles, suas missões, provações e motivações que desencadearam, desde então, o modo de agir e pensar de uma cultura, no caso, a grega.

Os mecanismos para explanar tanto situações passadas, quanto pincelar situações futuras, não seria menos eficiente e "moderna": essas partes narrativas são contadas em flashbacks ou profecias futuras - a morte breve de Aquiles, por exemplo. Logo, o leitor se vê, já no início do livro, no campo de guerra, no meio de uma batalha que já dura nove anos, e que está desencadeando um novo entrevero particular em meio a tantas armas e sangue. Impossível não encarar este livro com o mínimo de adrenalina!

A ira de Aquiles, filho de uma deusa e de um rei, o maior guerreiro da Grécia, é o fio condutor de uma história de homens e deuses, mas também de um homem encolerizado, embevecido pela raiva, que após perder uma mulher prometida em guerra, decide não mais lutar contra troianos, quando sua presença é essencial para a vitória final, além de, claro, levantar o moral e o ânimo de gregos, após tantos anos de uma guerra aparentemente sem fim. Para que ele decida retornar a guerra, não podia ser diferente: uma situação que o irasse ainda mais.

Tido como um livro-base de lição de moral, código de conduta e comportamento para a época, "Ilíada" é considerado por muitos um livro perfeito, por tratar de assuntos pertinentes não somente à época, mas aos dias atuais, sendo fonte de inspiração não somente na literatura contemporânea, mas no cinema e em outras artes.

Este livro faz parte do projeto "1001 livros para ler antes de morrer", que está mesclado com "O livro da literatura" para eventuais alterações necessárias. Acompanhe os livros anteriores:

LIVRO 01 - A epopeia de Gilgamesh
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Geo 26/02/2022

A Ilíada
"Mais piedade ainda eu mereço, eis que sofri o que jamais mortal algum sofreu na terra: levei meus lábios à mão do homem que matou meu filho."
***
Por incrível que pareça, quando eu realmente prestava atenção na história, a leitura fluía super bem. A escrita não é tão difícil quanto pensei no início e a trama chega até a ser cômica.
Além disso, foi muito interessante ler sobre esses personagens famosos como Aquiles, Ulisses, Alexandre...
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lucasfrk 24/02/2022

Ilíada ? Resenha
Há alguns dias alguém havia me perguntado sobre o se tratava Ilíada (quando eu havia dito que estava começando a leitura) e outra pessoa respondeu por mim, dizendo: ?é sobre a guerra de Troia?. Acontece, no entanto, que a obra atribuída a Homero ? essa figura mística e ambígua que não se sabe direito se existiu de fato ? se trata muito mais do que a retratação de uma simples guerra, além do fato de que sua localização espaço-temporal se dá um período de apenas algumas semanas (mais precisamente cinquenta dias), de modo a retratar a apenas uma parcela do fim do conflito que, segundo o mito, durou cerca de dez anos. Junte-se ao fato de que sua gênese radica na ira de Aquiles, na glória de Heitor (e sua derrocada), além de conflitos internos entre deuses com deuses, mortais com mortais, e, evidentemente, deuses com mortais.

É certamente considerada a primeira obra da literatura ocidental, um poema épico, que o tempo todo exalta a capacidade de combate dos guerreiros (embora prevaleça um caráter mais ambíguo por parte da narração do eu-lirico), composto por cerca de 15 mil versos, em hexâmetro dactílico (seis pés métricos iguais por verso), estilo convencional adotado pela poética heroica da Grécia, por volta dos anos 700 a.C, no auge da Idade do Bronze. A narrativa é subdividida em 24 cantos, que funcionam como capítulos. O conflito central, já iniciado antes do enredo da Ilíada, se dá a partir do cerco dos gregos (aqui também denominados Aqueus, Argivos, Dânaos, etc.) à sacra cidade troiana de Ílion (atualmente localizada no noroeste da Turquia) ? daí o aportuguesamento do título do livro ? e aborda o episódio denominado como a Ira de Aquiles. A guerra se dá por meio do rapto da princesa Helena, esposa do loiro Menelau (?excelente em auxílio?), rei de Esparta, por París, o filho do rei troiano Príamo.

Dentre algumas passagens importantes e enfatizadas na Ilíada estão o conflito dos heróis Aquiles e Heitor (que dura poucos versos, dada sua expectativa eloquente); as honras fúnebres ao companheiro do Pelida (designação dada ao herói Aquiles, que é filho do mortal Peleu com a deusa nereida Tétis), Pátroclo, um dos Mirmidões, que morre pelas mãos de Heitor (uma passagem altamente emocionante, que dura um canto inteiro, em contraste com a passagem citada anteriormente). Além disso, como já induzido neste texto, Homero usa diversos sinônimos para designar os combatentes gregos ? como Aqueus, Dânaos, aquivos, acaios, argivos e helenos ? e os troianos ? teucros e troas.

Evidentemente, o narrador privilegia, ao decorrer dos cantos, o povo grego em detrimento do povo troiano, em que até mesmo o número de combatentes mortos (e consistentemente narrados) é maior do lado dos troianos, embora mais da metade de seu conteúdo evidencie a glória de Troia em cima dos Aqueus (por não contarem mais com a presença do Pelida Aquiles). Percebe-se um grande número de termos compostos pelo sufixo ?-ida?, que possui o significado ?filho de? (tal como Cronida, filho de Cronos; Atrida, filho de Atreu; Menecida, filho de Menécio; ou Pelida, filho de Peleu), que usarei a partir daqui.

Dentre os heróis gregos se destacam os irmãos Atridas (filhos de Atreu), comandantes dos gregos, o general, rei de Miscenas, Agamêmnon, líder da coalizão grega, e Menelau, o ultrajado; Ulisses (protagonista da ?Odisseia?), soberano da ilha de Ítaca, e um dos mais ardilosos guerreiros da epopeia grega; Diomedes (o Tidida, filho de Tideu), sobrepujando-se no canto V, onde ele consegue ferir até mesmo dois deuses olimpianos que estavam do lado dos troianos (no caso, Afrodite e Ares); o ancião Nestor, o mais experiente dos heróis gregos, de grandes conselhos; os ajantes, a dupla composta pelos heróis de mesmo nome: Ajax Telamônio (filho de Telamon) e Ajax Oileu, grandes guerreiros homônimos, que possuem passagens que exaltam sua valentia em batalha, de modo que Ajax Oileu foi dado, por Homero, como ?o mais valente e o mais belo de todos os Dânaos guerreiros, se excetuarmos, apenas, o herói impecável, Aquiles?; Pátroclo, o Menecida (filho de Menécio), o amado escudeiro do herói Aquiles, que, após causar grandes baixas ao exército troiano, é morto por Heitor. Já do lado troiano, se destacam Páris (também denominado de Alexandre), filho do rei Príamo e esposo de Heleno, após seu rapto, e muita vezes destacado com injúrias pelos próprios parentes pela sua covardia em fugir da batalha; Eneias, o mais famoso dos chefes troianos ? filho da deusa Afrodite e de Anquises, rei da Dardânia ?, salvo pelos deuses diversas vezes durantes os combates, e que, após a queda de Troia, viaja pelo Mediterrâneo até a península Itálica, onde, fundaria os princípios do Império Romano (viajem narrada na Eneida, do poeta Virgílio); além do próprio Heitor, o comandante das tropas de Troia na guerra contra os Gregos, autor de feitos notáveis durante o cerco de Troia e era o terror dos seus inimigos. Aliás, um dos diálogos mais cativantes e envolventes do livro certamente é a despedida do herói Heitor com a esposa Andrômaca, com o seu filho pequeno, que possui a premonição de que seu marido irá perecer em uma guerra que ele nem começou.

É claro que a Ilíada não se trata apenas de um breve evento da guerra de Troia, mas também, devido à grandeza magistral da narração homérica, abre uma janela para paisagens temporais de imensa vastidão e com personagens, bem como eventos, marcados no imaginário popular ocidental. Antes mesmo de existirem obras tão vastas quanto, como o Novo Testamento, o ?Senhor dos Anéis?, ou ?Game of Thrones?, os versos das epopeias homéricas resistem de forma pulsante e ainda influencia, por meio dos argumentos das sagas gregas, as obras literárias, cinematográficas, e afins, da atualidade (ou uso de nomes de marcas de produto de limpeza como Ajax, ou mesmo expressões cotidianas como quando alguém indignado inferiu o ?calcanhar de Aquiles? de outrem).

O leitor também é transportado diretamente para a intimidade dos deuses, com suas relações familiares complexas e às vezes cômicas (vide as lamúrias de Ares, o deus da guerra, ferido pelo mortal Diomedes, a Zeus, de forma vergonhosa; ou o espancamento que Hera, esposa de Zeus, denota a Ártemis, em um tabefe divino, que a deixa aos prantos). A Ilíada é, acima de tudo isso, uma demonstração de questões do ser humano, presente até mesmo nas relações dos próprios deuses, que parecem ceder a forças maiores do que até eles próprios. Se trata da tragédia de Aquiles, irritado com Agamêmnon, por tomar a jovem Briseida, como despojo de guerra, então o desaventurado semideus se retira da batalha, e os troianos passam a impor grandes derrotas aos gregos. Inconformado com a reviravolta que se apossa, o escudeiro Pátroclo vai ao combate e, após desferir grandes baixas aos troianos, acaba morto por Heitor. Possuído pelo ódio, Aquiles retorna à batalha sedento por vingança, apesar de todas as previsões sinistras dos oráculos, e dá prontidão ao seu destino fúnebre e amargo. Esta edição em versos da Ilíada, com tradução do helenista português Frederico Lourenço, é acompanhada de ótimos textos introdutórios, além de uma lista das principais personagens e alianças bélicas e mapas que bem ajudam o leitor a compreender a geografia homérica.

Todos os cantos têm sua importância narrativa, mas alguns deles se sobrepõem pela própria eloquência frisante que o poeta insere. O Canto I, por exemplo, em que nos é introduzido os conflitos bélicos em Troia e as suas motivações; o Canto VII, que possui alta tensão, devido ao duelo entre Ajax e Heitor; o Canto XIX, que traz a reconciliação entre Agamêmnon e Aquiles; além do Canto XXII, em que se dá o catártico arremate do duelo entre Aquiles e Heitor, e uma morte que selaria o destino da longa guerra. Toda a estrutura do poema é muito bem transmitido e elaborado, de modo a evidenciar um grande apuro estético, carregando um impacto épico e narrativo através de uma história grandiosa até mesmo universal, por conta de seus temas: tais como amizade, honra, a hospitalidade, o matrimônio, além, claro, da questão materialista do conflito (em que tudo é recompensado por bens, jóias, taças ungidas de ouro, ou casamentos). Dessa forma, Ilíada transmite a alma humana de forma quase impecável, de forma que sua longevidade seja absolutamente compreensível.
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Matt 23/02/2022

O código de conduta dos heróis
Esta obra milenar e eterna é a absoluta fonte das narrativas heróicas em que todo leitor, em algum momento de sua vida, deve deleitar-se. E, sim, apesar de ser um texto cuja data se aproxima do século VIII a.C., a tradução de Trajano Vieira leva o leitor do século 21 a uma experiência literária com grande beleza e empolgação. (Apesar de necessário manter, por uma boa parte da leitura, um olho no índice de nomes, no final do livro)
Nesta epopeia, acompanhamos a ira de Aquiles, guerreiro aqueu, no décimo ano da guerra de Tróia. Desde sua desistência de participar da guerra, através de seu sofrimento por perder uma pessoa importante (não vou dar spoiler desse texto milenar, prometo) até seu levante contra os troianos como vingança pela sua perda.
Além de tudo isso, vemos a presença dos deuses, seus humores e seus conflitos ao tomarem partido ao longo da guerra. Ressalto aqui que o canto em que Hera engana Zeus é, sem dúvidas, uma das melhores coisas que já li na vida.
A obra não conta toda a história da guerra, mas apenas o episódio da cólera de Aquiles, até a morte de uma importante figura troiana que ganha destaque através da obra inteira. Portanto, não apresenta nem o início e tampouco o final da guerra.
Bem, esses comentários que deixo aqui sobre esta obra incrível não tem a pretensão de ter um tom acadêmico ou sequer crítico, são apenas impressões pessoais de uma experiência literária que sem dúvidas contribui para o crescimento de qualquer um que a lê.
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lilimafias 21/02/2022

Aproveitei para reler, já que estava estudando na escola. Foi uma leitura bem gostosinha de fazer e eu gosto muito desse tema de de mitologia grega e desse período da História. Só não dei uma nota maior porque realmente é curtinho e eu já conhecia. Mas vale muito a pena pra quem nunca leu.
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Mariadni.Bertani 13/02/2022

Ilíada
Um clássico é um clássico, né. Amei a narrativa, o autor consegue 'falar' com o leitor de uma forma muito leve, deixa a história ainda melhor.
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Duda Nascimento 07/02/2022

Boa adaptação
Tive esse livro na estante por anos sem interesse de lê-lo. De repente, comecei e terminei de uma única vez. É um trabalho muito bacana de adaptação e tem umas ilustrações lindas. É perfeito para quem gostaria de se aventurar nas literaturas clássicas.

Entrega o que se propõe, então é bom.
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Victoria 01/02/2022

Livro que eu levaria pra uma ilha, com certeza!
Podemos dizer que Homero inaugurou uma espécie de genealogia grandiosa, sendo seus herdeiros diretos poetas como Virgílio, Dante e Camões, só para citar alguns. Lembro-me de quando li a Divina Comédia, e Homero aparece em um dos primeiros cantos. Ele está junto a outros poetas da Antiguidade segurando uma espada, que simboliza não somente o caráter épico de suas obras mais famosas, mas também a sua primazia perante todos os outros. Isso acabou sendo algo metalinguístico na minha vida, percebi isso na prática, já que li a Divina Comédia primeiro, e depois que a li, percebi que para entende-la melhor deveria ler os épicos que vieram antes dela. Claro que Homero era o primeiro. Na época ainda tinha a visão que acredito muitos terem, de que poemas épicos, ainda mais antigos, são herméticos, difíceis e inalcançáveis.

Ler a Ilíada para mim foi uma quebra de expectativa gigantesca, pois personagens que recebem muito destaque em adaptações cinematográficas e para tv quase não aparecem (Helena de Tróia) e episódios famosos não estão aqui (o cavalo de Tróia). Além disso, não sei o porquê, mas esperava encontrar uma certa artificialidade na história e personagens. Talvez pelo fato fato de se tratar de um épico... erro crasso meu! (acredito que em parte isso se deva aos filmes também). A despeito da maioria dos seus personagens se tratarem de heróis e deuses, percebi grande humanização em todos: seja quando os personagens se lamentam por alguma morte, seja quando os deuses do Olimpo fazem algo engraçado (outra quebra de expectativa) eu senti e senti, essa é a força que a Ilíada tem depois de 2.800 anos!

Outro ponto que me saltou aos olhos foi a sensação de que ao mesmo tempo que tudo era diferente do que esperava, tudo parecia tão familiar... E mais uma vez isso se deve ao cinema, mas também à literatura. Sabe quando você assiste um filme de aventura e tem cenas de batalha, na qual a câmera te dá aquela perspectiva de que existem muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo? Isso veio daqui. Aliás, se fosse falar de tudo que eu percebi nesse quesito essa resenha seria infinita! Desde coisas ínfimas, como a expressão "fio da navalha", até às mais cotidianas e conhecidas expressões, como "calcanhar de Aquiles", "não é possível agradar gregos e troianos"...

A forma narrativa é um ponto interessante também, já que a Ilíada não narra toda a guerra de Tróia, mas apenas um período de 50 dias em que o tema central será a irá do herói Aquiles. Assim, quando o poema começa a guerra já ocorre há muitos anos, e quando acaba a guerra ainda não acabou. Mas você terá a percepção de ter sentido o que foi toda a guerra! Creio que isso se deva ao fato de que ela é uma epopeia com ares de tragédia. Embora seu episódio central se passe durante uma guerra, o arrebatamento causado e o sofrimento vivenciado pelos seus inúmeros personagens é uma espécie de prelúdio às tragédias gregas que vieram posteriormente. Sófocles, Eurípides e Ésquilo criaram várias de suas histórias a partir da Ilíada, com personagens e acontecimentos que são mencionados nela.

Por fim, digo e repito: nenhuma adaptação textual, cinematográfica ou para tv poderá fazer jus a este poema. Tenha a experiência de ler ele um dia, não o tema! existem livros modernos infinitamente mais difíceis. Pois como disse o poeta Charles Peguy: "Nesta manhã Homero ainda é novo, e nada pode ser mais velho que o jornal de hoje."
Joao 01/02/2022minha estante
Com certeza é o material base para toda a narrativa heróica, juntamente com A Odisseia. Nunca nem tentei ler nenhuma das duas rsrsrs. Mas a importância eu acredito que é desse nível. Tudo até hoje, tem algo dessa obra.
E parabéns pela leitura, Victoria! Deve ser a do tipo que marca a vida.


Victoria 02/02/2022minha estante
Obrigado João, espero que um dia você dê uma chance pra ela!


Joao 02/02/2022minha estante
Eu vou começar por algo grego mais suave hahaha. Mas com certeza darei uma chance a essa obra :D


erika 05/02/2022minha estante
Concordo plenamente, Victoria. Assim como você, eu não imaginava que o texto fosse tão acessível e que eu gostaria tanto dessa história. Homero consegue manter o leitor fiel, ainda quando o que acontece não o agrada. A personificação dos deuses é fantástica e, a meu ver, Heitor é o grande ideal da figura do herói, a despeito de tudo o que se possa dizer de Aquiles. A gentileza de Pátroclo, no entanto, revelada no decorrer das história, foi pra mim uma grata surpresa. Da mesma maneira, fiquei cativada pela personalidade de Diomedes e pela esperteza de Ulisses. A Ilíada é a prova de que é possível fazer magia com as palavras. Vale, sim, muitas releituras e reverberações. Não pretendo esperar muito para começar a Odisseia!


Victoria 05/02/2022minha estante
Concordo com tudo, Erika. Heitor é meu personagem favorito, então sou suspeita pra falar... O que Homero fez é algo sublime, difícil de se alcançar, não é a toa que a Ilíada continua sendo reverenciada milhares de anos após sua criação!


Carolina.Gomes 06/02/2022minha estante
Tudo imita Homero? há Ilíada e Odisseia em toda literatura. Preciso pegar p ler?


Clara.Brogliato 22/03/2022minha estante
Eu também levaria pra uma ilha, só que deixaria lá kkkkkk (minha opinião)




Kássio Meniglim 28/01/2022

Ilíada - Homero
A famosa guerra de Tróia foi travada entre os homens, com a participação dos deuses da mitologia grega.

A complexidade das construções dos versos existe, porém, valeu cada página e cada palavra desconhecida a qual foi necessário inúmeras vezes pesquisar no dicionário.

Saboreei cada linha, sem pressa. Rabisquei, apaguei e rabisquei de novo. Foi como o difícil se tornando fácil, o ríspido fazendo-se afável, o resplendor sobrepujando a escuridão.

Logo estava inserido na história, vivendo as batalhas, questionando os pormenores dos acontecimentos, refletindo o comportamento dos deuses e dos humanos, conhecendo melhor os personagens, me identificando com uns e nem tanto com outros.

Tem muito ouro neste livro e foi incrível experienciá-lo.
Desejo relê-lo num outro momento para minerar mais preciosidades, numa outra tradução.
Carolina.Gomes 01/02/2022minha estante
Imagino essa experiência. Quero muito ler. Ai está a base de tudo. Adorei a resenha.


Kássio Meniglim 01/02/2022minha estante
É muito bom, Carolina! Eu gostei muito! Em breve será Odisseia. =)




julia_zilio 23/01/2022

Faz jus ao clássico
A edição é ótima e a história também, claro.
Tiro algumas estrelas porque realmente é complicado de ler e difícil de concentrar, não em vocabulário especificamente mas em estilo.
Acaba que em adptaç?es é mais fácil de se compreender a história, mas não poderia deixar de ler A Ilíada pra trabalhar com esse tema.
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Rafabrangel 21/01/2022

Um clássico para todas as eras
Retrato grandioso do fim de uma guerra sem sentido. A história é movida por deuses mesquinhos, reis arrogantes e um protagonista que arrisca perder a guerra inteira por pura teimosia. Todo o enredo, porém, é permeado por certa aura de nobreza e honra, que contrasta bem com as motivações que por vezes parecem triviais demais. As intermináveis cenas de batalha e repetições de versos e expressões tornam a leitura arrastada em alguns momentos, mas refletem a cultura oral que deu origem ao épico. A tradução do Frederico Lourenço (edição da Penguin) é fluida e clara, mas senti falta de notas de rodapé e de um glossário mais aprofundado, como já observei em outras edições. No saldo final, a leitura não me decepcionou e tenho boas expectativas para a Odisseia.
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anna v. 17/01/2022

Uma viagem entre gregos e troianos
Essa não é uma leitura que se faça de forma leve, num fim de semana. Além do peso que traz por si só – considerada a primeira obra da literatura ocidental, um clássico dos clássicos – leva-se um tempo para entrar na onda do livro, por assim dizer. Mas no fim, é uma viagem que sem dúvida vale ser empreendida.
A edição é excelente, e a tradução de Frederico Lourenço é incrível. É claro que é uma linguagem rebuscada, cheia de segundas pessoas do plural e de conjugações verbais estranhas no imperativo. Mas graças a essa tradução (e aos textos introdutórios, todos maravilhosos) é possível entender tudo o que está acontecendo.
E o que acontece nessa história? O final da Guerra de Tróia. Esse é o pano de fundo de tudo. Estamos no nono ano de guerra, os gregos estão sitiando Tróia, que não se rende. Estão todos exaustos. Tudo já aconteceu nessa guerra, e ela não acaba. Até que temos um momento ápice do que hoje poderíamos chamar de masculinidade tóxica. Sim, temos uma típica situação de “birra” entre Aquiles, o melhor guerreiro grego, filho da deusa (ninfa) Tétis e de Peleu, rei de Ftia, e Agamemnon, o comandante dos exércitos gregos, irmão de Menelau, que teve a esposa Helena “roubada” por Páris/Alexandre, príncipe de Tróia, desencadeando a guerra, anos antes.
A birra se dá pelo seguinte. Aquiles raptou uma mulher, Briseida, como espólio do saque de uma cidade. Agamemnon, depois de perder sua própria mulher-espólio, Criseida (que era filha de um sacerdote, que oferece um resgate pela filha, e quando Agamemnon recusa, esse pai ultrajado lança uma maldição sobre o exército grego, uma tremenda confusão), toma Briseida para si. Aquiles fica enfurecido. Exige desculpas de Agamemnon, que se recusa a pedir desculpas. Aquiles entra numa de: “Ah é? Então não luto mais”. E então ele e sua trupe, o exército dos Mirmidões, se recusa a lutar, o que traz um problemão para os gregos, que começam a perder muitas batalhas. Todos, inclusive seus amigos e conselheiros Pátroclo, Ulisses, Nestor e Ájax, pedem a Aquiles que reconsidere, que seja razoável, que pense um pouco no coletivo e não apenas no seu orgulho, mas ele é inflexível. Agamemnon se dispõe a devolver Briseida (e garante que nem tocou nela) e mais uma penca de tesouros, até oferece a mão da própria filha a Aquiles, oferece tudo, menos um pedido de desculpas, que é a única coisa que Aquiles quer. Aí a situação fica nesse impasse, honestamente, ridículo (aos olhos de hoje, é claro).
Por fim Pátroclo, o melhor amigo de Aquiles, seu irmão-em-armas, se veste com as roupas de Aquiles para animar o exército, e parte para o campo de batalha. Lá, é morto por Heitor, o melhor dos guerreiros troianos, irmão de Páris, e filho preferido do rei Príamo. Era isso que faltava para Aquiles voltar a lutar, enlouquecidamente. Seu luto por Pátroclo, o amor que os unia, é muito mais do que a união em campo de batalha, é mais do que irmãos, era um amor obsessivo, até. Os gregos conseguem, a duras penas, recuperar o corpo de Pátroclo, que Aquiles vela por dias, num grande funeral, como se ele fosse um rei.
Aquiles volta à luta enfurecido, e por fim mata Heitor em um combate. Para acrescentar insulto à injúria, profana e arrasta durante dias a fio o corpo do guerreiro troiano, o que é considerando um ultraje. Até que Príamo vai até Aquiles suplicar o corpo do filho, e Aquiles por fim concorda, e os troianos podem então velar seu guerreiro mais valoroso. E aí termina a história.
Mas como então são 720 páginas? São várias as explicações.
Primeiro, as cenas de batalhas. São muitas, muitas, muitas, mesmo. Muito mais do que eu poderia esperar. As lutas são descritas com riqueza de detalhes, assim como os lutadores. Fulano, que era filho de Beltrano e neto de Sicrano, que vivia em tal lugar, onde havia plantações disso e de aquilo, onde corriam os rios tais e quais, que fazia fronteira com este e aquele país, este Fulano lutou bravamente com o Fulano 2 (segue descrição semelhante), e jogou sua lança feita de bronze X e com cabo de madeira Y, mas ela pegou de raspão no escudo feito de metal Z com entalhes K, e então ele revidou dessa e daquela forma, e a lança entrou por um olho e saiu por trás da cabeça – ou: furou sua barriga e os intestinos saíram pela frente – ou: seu cérebro escorreu pelo ferimento – ou: atingiu-lhe direto no coração e a morte lançou sobre ele seu manto. E assim transcorrem muitíssimas páginas, em relatos dolorosamente longos e profundamente tediosos...
Segundo: o plano dos deuses. Em paralelo à luta entre gregos e troianos há a luta entre os deuses – tanto os olimpianos quanto os deuses menores. Alguns capítulos são inteiramente dedicados às infinitas intrigas e fofocas entre esses seres, altamente mexeriqueiros, vaidosos, mesquinhos e vingativos. Apolo e Hera sempre defendendo os troianos, Atenas e Zeus sempre do lado dos gregos, e muitos outros aí no meio. Eles se fingem de humanos para enganar mortais, eles retiram um guerreiro do meio do campo de batalha para salvá-lo, eles jogam uma névoa na frente dos olhos de um exército... É interessante, sem dúvida, mas também cansativo.
Terceiro: os discursos. Sim, porque ninguém fala, todo mundo só discursa. O que em si não é um problema, mas faz aumentar demais o número de páginas. No final, por exemplo, Príamo pergunta a Hermes se o corpo de Heitor ainda está inteiro ou se foi devorado pelos cães. A resposta é: o corpo está inteiro e não foi devorado pelos cães. Mas, sem brincadeiras, para essa pergunta e essa resposta são necessárias duas páginas inteiras.
Quarto: os nomes e os epítetos. Levei um tempo para entender que cada personagem, seja mortal ou deus, ou cada grupo, pode ser identificado por diferentes nomes ou epítetos. Assim, os gregos podem ser os Aqueus ou os Argivos ou os Dânaos. Tróia é também conhecida como Ílion (daí o nome “Ilíada”). Tem também substantivos que parecem os patronímicos russos. Aquiles era filho de Peleu, então Aquiles é “o Pelida”. Heitor era filho de Príamo, então é “o Priâmida”. Agamemnon e Menelau são filhos de Atreu, então são “os Atridas”. Zeus é filho de Cronos, então é “o Crônida”.
E os epítetos são maravilhosos. “Aquiles de pés velozes”, “Heitor do elmo faiscante”, “Ulisses de mil ardis” (e era mesmo, hahaha!), “Hera dos olhos de plácida toura” (que excelente!), “Ares perfurador de escudos” (sem contar vários personagens que são “Fulano, dileto de Ares”), “Tétis de pés prateados”, “Aqueus de lindas cnêmidas” (“cnêmidas” é uma palavra que aparece o tempo todo e eu não conhecia: é uma espécie de caneleira usada como armadura para essa parte da perna), ou então os nomes vêm acompanhados de adjetivos simples: o divino Heitor, Crônida terribilíssimo, o sagaz Hefesto.
Então não é de imediato que você “entra no clima” do livro – pelo menos, não foi comigo. Li o livro em dois momentos, com meses de intervalo entre uma parte e outra.
Adorei fazer essa leitura, é realmente um mergulho em outro universo, e a origem de tantas características heroicas que valorizamos até hoje. Para mim, ficou claro que o maior herói é Heitor, que se sacrifica por Tróia, e não Aquiles, que só busca fama e glória. Aliás, os troianos são bem melhores, em geral, do que os gregos. Príamo é um rei excelente, e seu apelo pelo corpo do filho no último Canto (XXIV) é comovente. As mulheres, Hécuba e Andrômaca (mãe e esposa de Heitor) também são muito heroicas, a seu modo. Já os gregos são um desastre. Aquiles, esse pavão. Agamemnon, idem, arrogante e vaidoso. Menelau, inseguro sempre à sombra do irmão. Sobram o ardiloso Ulisses, verdadeiro estrategista da história (ansiosa para ler sobre seu retorno a Ítaca em A Odisseia!), o razoável Nestor, sempre tentando chamar os outros à razão, e Pátroclo, a figura mais simpática do lado grego.
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