Hiago 29/09/2014
A Obra que moveu o Ocidente.
Por vezes me pego pensando se a Ilíada é tão edificante e se é de uma literatura tão boa assim. O primeiro livro do Ocidente nos da algo além da trama, que é a cólera de Aquiles. Várias micro-histórias são contadas no decorrer dessas douradas páginas (estou começando a absorver o estilo literário da época! kkk) são contadas, sejam de personagens menores, principais ou até mesmo deuses. Muito se indaga e se descobre com o livro. A ira de Poseidon contra Zeus, por exemplo, é extremamente interessante. Todos temem o poder de Zeus, e o próprio "Pai" se diz mais forte que todos os mortais ou deuses (além do mesmo Poseidon o temer, quando Hera fala sobre todo o Olimpo ataca-lo ao mesmo tempo), mas será? O deus dos mares o encara, e afirma que ele, Hades e Zeus são da mesma família, do mesmo prestígio. Ameaça o Senhor do Olimpo quando é enfrentado. Será que Zeus é tão poderoso assim? Será que outro Crônida não poderia derrota-lo? Perguntas sem resposta, mas que moem o cérebro de quem se indaga. Personagens fortes, marcantes e sedutores é o que se encontra na Ilíada. A "exaustiva" (não serei anacrônico aqui) descrição de batalhas é apenas um mero detalhe, por exemplo, se comparado a personalidade de Diomedes, ou a de Ulisses, que se constrói aos poucos, quase que de maneira imperceptível, e tem um grande impacto no desenrolar do enredo -- e se estendendo na Odisseia! "O quanto vale a vida de um homem?" Essa é a questão da Ilíada. Eis o livro que moveu uma civilização inteira (a nossa). É um privilégio poder ler tal preciosidade.