Mah 06/12/2013O Amante de Lady ChatterleyTerminei há alguns dias a leitura de "O Amante de Lady Chatterley", um romance que se passa na Inglaterra, escrito em 1928 por D. H. Lawrence.
Pondero que este sim é um livro que fala de amor e sexo, que deve ser lido. Diferente dos romances atuais, a obra narra a história de Connie, um burguesa casada com um dos senhores do carvão, e seu amante, o couteiro de seu marido.
Ao fim da guerra restou a Connie um palácio nas regiões carvoeiras e um marido paraplégico e ranzinza, que se meteu a ser escritor. Connie não se importava em cuidar do marido e tentava, a qualquer custo, manter a ordem e a decência em casa, mas com o passar do tempo, Clifford foi ficando cada vez mais obcecado por status, queria ser reconhecido a qualquer custo, escrevendo suas histórias vazias (engraçado que o livro não menciona sobre qual assunto se escrevia).
A rotina de Connie era fazer companhia ao marido, por vezes se metia nas conversas que seguiam a finco entre os convidados de Clifford, mas, com o passar do tempo, isso foi ficando cada vez mais cansativo. Connie, a princípio teve um romance com um dos amigos de Clifford, um sujeito apático, que, apesar de popular, não agradava aos companheiros. Maxel era aventureiro, se meteu sob os lençóis de Connie algumas vezes enquanto era seu hospede, mas não despertou nela nenhum sentimento. Com o passar do tempo Connie ficou deprimida, já não cuidava de si e o marido, cada vez mais, lhe despertava um sentimento de repulsa.
Um dia, passeando pelo bosque, Connie se depara com um sujeito de poucas palavras e olhos atraentes. Mellors já tinha seus 40 anos, loiro, olhos azuis, corpo de um ex soldado do exército. Lutou na guerra e viera parar em Waragby (a mansão dos Chatterley) após se separar de sua mulher. A princípio, apesar de Mellors ter provocado uma grande atração em Connie, o sentimento entre eles foi de indiferença, ela, a patroa, ele o empregado, e nada mais. Ainda mais depois de Connie descobrir, no meio do bosque, uma cabana onde Mellors tratava dos faisões e querer exercer seu direito de usufruir do lugar. A partir de então, contrariando a vontade de Mellors, vez ou outra ambos se encontravam ora na cabana, ora no bosque.
Ao mesmo tempo, Connie se afundava cada vez mais em uma depressão, até que sua irmã interveio e praticamente obrigou a Clifford contratar uma ama, para que Connie se desobrigasse de cuidar dele. As ideias revolucionarias que Clifford tinha, o destino do carvão extraído em suas minas, a maneira de tratar seus funcionários, e a própria maneira de lidar com Connie, fazia com que ela o repudiasse cada vez mais, ao passo que, com a nova ama, Connie passava mais tempo pelos bosques, mas se afundava em solidão.
Em uma das idas à cabana, em um dia de chuva, Connie e Mellors se encontraram e deu-se ai o início do romance, conturbado, mas delicioso. Claro que seguiram diversas complicações (mas se eu contar, perde-se o suspense do livro).
Se tem algo que me fascina é misturar a ficção com realidade. Aprender enquanto se lê uma boa história (já que eu nunca gostei de ler livros didáticos) ... O Amante de Lady Chatterley é um desses livros, que no meio do romance, narra pontos históricos marcantes, por exemplo, sobre a era pré revolução industrial. Sem contar nas descrições dos locais, feitas tão perfeitas que imaginamos todo o cenário por trás da narrativa.
A história foi considerada polêmica quando publicada, em 1960, principalmente, por tratar o sexo livremente. Mas o interessante que esta não é uma literatura pornográfica e sim romântica, acredito eu, que as maiores críticas se adveio pelo fato político da mistura de classes. Eu, como uma leitora assídua, mergulho completamente nessas obras clássicas e extraí muito do livro. Uma ótima pedida para fugir dos conturbados e estressantes dias atuais.
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