Maria Paula de Sá 01/10/2024Ok, o que foi isso?
Começo esse parecer com um gigantesco, imensurável e intimidador ponto de interrogação rasgado em minha testa. Não existe outra maneira para descrever. São tantas camadas, tantos pontos, sobreposições, particularidades... Eu poderia ficar horas recordando detalhes do livro e tentar conectar alguns pensamentos e sentimentos dos personagens, para que no fim, não chegasse a nenhum lugar específico. O que não necessariamente é algo ruim, mas sim novo - um pouco incômodo.
A história em si até o seus 70% estava “simples”, com reflexões sobre sexo, sexualidade, amizade, romance, solidão, questionamentos gerais que fazemos ao longo da vida e afins: o básico sendo transformado em extraordinário mais uma vez pelas mãos desse autor maravilhoso. Assim como o primeiro livro que li dele, “O Sul da Fronteira, Oeste do Sol”, Murakami conseguiu esmiuçar as emoções dos personagens de modo arrebatador. Porém, DO NADA, puxaram meu tapete! Fui introduzida a um mistério sem desfecho, no qual mexeu comigo mais do que gostaria de admitir. Afinal, não leio sobre realidades paralelas todos os dias e acho, particularmente falando, complicado de entender.
Por fim, fiquei com vontade de ir para a Grécia em talvez (quem sabe) rasgar o véu da minha realidade e me procurar em uma vida diferente, testá-la e vivenciá-la - contando que eu pudesse retornar para a original sempre que achasse necessário.