Memória da Casa dos Mortos

Memória da Casa dos Mortos Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Memórias Da Casa Dos Mortos


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Tellys 05/09/2020

Relatos de uma experiência carcerária
Um livro tão autobiográfico quanto romanceado. Uma história de um tempo obscuro passada na vida de Dostoievski que ele soube tão bem transferir para as páginas desse livro fantástico. Alguns relatos são das páginas mais pesadas e belas da história da literatura universal. Interessante pensar que em pleno Século XXI encontramos presídios que não só ainda reproduzem as péssimas condições da Casa dos Mortos, como até as pioraram em certa maneira. Uma obra que vale a pena ler.
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Alineígena Alien 30/08/2020

Narrativa inspirada na experiência pessoal do autor, que passou um período de sua vida preso, por razões políticas, na prisão da Sibéria conhecida como Casa dos Mortos, onde aconteciam trabalhos forçados e punições corporais. O narrador conta detalhes físicos e emocionais sobre a prisão e sua estrutura administrativa, sobre sua relação com a liberdade (e a falta dela), sua relação com outros detentos e algumas histórias contadas ou vividas por outros prisioneiros.
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Julia 28/05/2020

Pensar que esse livro foi escrito a partir das observações do próprio autor, durante seu tempo no presídio, torna a narrativa ainda mais melancólica. As observações e as experiências registradas dizem muito sobre as pessoas, suas relações e a própria vida em si. É definitivamente um livro que te leva a refletir!
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Yago Grassini Prevot 12/04/2020

Casa dos Mortos
Uma viagem às prisões da Sibéria.
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Beatriz Vercesi 22/03/2020

Ótima leitura, principalmente para o pessoal do Direito (advogados e estudantes), pois retrata a realidade de uma prisão na Sibéria que, apesar de ter sido publicado em 1862, ainda nos traz detalhes tão verdadeiros em relação às prisões da atualidade (inclusive do Brasil), que fica difícil distinguir em qual época foi escrita a obra. Nele, vemos que a corrupção e outros absurdos já existiam no sistema penitenciário.
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julianabfigueiredo_ 11/03/2020

Mais um clássico, reflete a jornada do
autor num momento delicado quando foi preso, relatou como foi permanecer nesse período e como é viver num presídio, convivência e etc. Muito bom.
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anna flavia 23/02/2020

CITAÇÕES
''Já então é que pressentia em que grau monstruoso o homem se adapta ao seu ambiente.''

''Afinal, toda aquela festança envolve certo risco, quer dizer, tudo aquilo contém, ao menos, uma ilusão da vida, uma remota ilusão da liberdade. E que é que não se daria em troca da liberdade? Que milionário, cujo pescoço fosse apertado por uma corda, não trocaria todos os seus milhões por um hausto de ar?''

''Acontece, de vez em quando, na vida de tais pessoas que elas se manisfestam repentina e nitidamente, que de improviso revelam, no momento de uma ação impetuosa e coletiva, todo o seu carácter e, desse modo, encontram de vez sua verdadeira destinação.''

''[...] Meu Deus... Pois o tratamento humano pode humanizar mesmo aquele homem em que a imagem divina se apagou há tempos! São justamente aqueles 'desgraçados' que mais merecem o tratamento humano. É a salvação e o consolo deles.''

''As qualidades de algoz encontram-se incubadas em quase todos os homens modernos.''

'' É difícil imaginar até que ponto a natureza humana pode desnaturar-se.''

''E na margem do rio a gente se esquecia dos sofrimentos, olhando para aquela deserta imensidão como um detento olha pela janela de seu cárcere.''

''-Pois não botem, safada, na gaiola de ouro. O que ela quer é a liberdade, aquel liberdade livre, a verdadeira.''

''Nenhum homem vivo existe sem algum objetivo, sem o desejo de alcança-lo. Perdendo seu objetivo e sua esperança, o homem sucumbe à sua tristeza e muitas vezes se transforma num monstro...''
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Monique @librioteca 02/11/2019

Dostoiévski estava no auge da juventude e colhia frutos do seu sucesso quando foi preso e julgado pelo seu envolvimento político com ideias socialistas diante de uma Rússia Imperial truculenta. O autor, então, cumpriu 4 anos de sentença na prisão conhecida como Casa dos Mortos. Essa experiência conferiu autenticidade nas descrições das circunstâncias da vida dentro do sistema prisional, bem como, na retratação do caráter dos condenados que nelas viviam. Embora esse livro seja um romance, trata-se de fato de um relato documental que revela o sofrimento diante de um cárcere física e mentalmente degradante, principalmente no que diz respeito à anulação das individualidades, e ao mesmo tempo crítica um sistema que foca na punição e falha totalmente na regeneração do cidadão para a sociedade. O livro é bom no geral, porém levei um tempo maior para completar a leitura, embora estivesse interessada em chegar ao final, pois achei o seu desenvolvimento um tanto monótono. Mesmo sabendo que o estilo de Dostoiévski é mais intimista e leva à um olhar mais profundo, faltou algo que me cativasse nessa história. Pessoalmente, em relação à retratação do ser humano diante do cárcere, eu prefiro outras leituras como: Carandiru, de Drauzio Varella ou É isto um homem, de Primo Levi.
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@pedro.h1709 20/10/2019

Memória da Casa dos Mortos
O livro "Memória da Casa dos Mortos", da autoria de Fiódor Dostoiévski, e que possui um título muito chamativo por sinal,  contém as experiências pessoais do autor durante o período em que esteve detido por quatro anos em uma prisão na Sibéria.

A realidade do presídio russo descrita pelo autor é chocante, mas parece mostrar como o ser humano é adaptável ao meio em que se encontra, devido ao seu instinto de sobrevivência e mesmo à vaga esperança que os condenados nutriam por liberdade; fazendo-os suportar as jornadas de trabalho forçado, os castigos físicos e até mesmo se empenhando, durante os horários de descanso, em pequenos serviços ou artimanhas que lhes renderiam alguns copecks (unidade monetária russa).

O autor não encara os detentos como pessoas incompreendidas, apesar de fazer parte daquele grupo no momento (mesmo que de maneira deslocada por sua origem fidalga), mas também não julga o mérito de cada um por ter sido condenado a um futuro de degradação; ainda assim, ele busca observar e compreender o valor de cada indivíduo.

Os períodos mais significativos da narrativa, em minha opinião, são:

Primeiro, a amizade de Fiódor Dostoievski com um cão que vivia por entre as casernas do presídio; além da descrição dos outros animais que habitavam o lado de dentro dos muros como demais cachorros, uma águia ferida e um cavalo para auxiliar nos trabalhos internos;

Segundo, a dificuldade em despir-se para poder se lavar devido aos grilhões que usavam, e de mover-se dentre a grande quantidade de presos que se amontoavam e disputavam qualquer espaço dentro das salas de banho, evento que ocorria uma vez por ano;

Terceiro, a grande dedicação e preparo dos detentos que integravam o teatro carcerário de final de ano, que era assistido até mesmo pelos guardas;

Quarto, e por último, uma tentativa de fuga que deixou todos os detentos empolgados em saber mais notícias sobre aqueles que teriam conseguido realizar tamanha façanha, além de deixá-los a conjecturar se outros seriam capazes de fazer o mesmo ou sobre quanto tempo levaria até que os fugitivos fossem recapturados.

Pessoalmente, demorei bastante para completar a leitura do livro, apesar deste não possuir grande número de páginas... não pelo livro ser desinteressante, certamente não o é, mas por ter considerado o desenvolvimento um tanto monótono, de maneira que não havia para mim um encorajamento nem ansiedade de seguir virando páginas sem parar. No entanto, ainda mantenho a vontade de voltar à literatura de Dostoiévski em livros como "Crime e castigo" ou "Humilhados e ofendidos" em um futuro próximo.
Aline Teodosio @leituras.da.aline 20/10/2019minha estante
Os livros de Dostoievski são mesmo: introspectivos e reflexivos. Esperar reviravoltas e movimentos é certamente um passo para a frustração. O que ele faz mesmo é nos induzir a um mergulho na alma humana, desvendando suas diversas nuances e facetas.




Ana P. Luz 26/01/2019

Dostoiévski nunca decepciona
Este livro é bem diferente das demais obras do autor, ainda sim, nota-se a genialidade de Dostoiévski na descrição dos demais detentos, nas observações do dia a dia e na precariedade das condições em que viviam.

Me emocionei, senti repulsa, tristeza, etc. ao longo da leitura. Livro interessantíssimo. Recomendo fortemente a sua leitura!
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Lucas 01/10/2018

Sentindo na pele a realidade desesperançosa de um presídio: Um relato do "homem", não do autor
Nenhuma experiência é realmente compreendida se não for sentida na pele. Este é um fato secular, compactuado pelo eterno Fiódor Dostoiévski (1821-1881) por meio de Memórias da Casa dos Mortos, sua obra de 1862 que é um dos maiores símbolos das chamadas memórias carcerárias da literatura.

Dostoiévski era e ainda é tido na Rússia como um escritor que acima de tudo olhava para o povo mais humilde, desprendendo seu olhar da questão mais óbvia de uma boa narrativa (montar uma trama que faça o leitor ter apego ao texto). Boa parte dessa sua característica popular pode ter advindo de um experiência terrível, que o aproximou de si mesmo e de uma parcela importante da miséria de seu país. Sob acusação de subversão, o já popular escritor (havia publicado quatro romances até então) foi preso, em 1849. Sua prisão e posterior condenação foi cercada do bizarro e do imponderável: o czar Nicolau I condenou ele e boa parte de seus companheiros de discussão literária (o chamado Círculo Petrashevski) à pena de morte por fuzilamento. A sentença seria aplicada no final daquele mesmo ano, mas quando já estava para ser fuzilado na prisão, surgiu a informação de que a pena seria convertida em trabalhos forçados e posterior serviço militar. Tal fato (a conversão da pena) tinha sido decidido com bastante antecedência, mas foi mantida em segredo propositalmente. Por muito pouco, portanto, a humanidade seria privada de um dos seus maiores escritores por uma simples leitura pública de material contrário ao Império Russo.

O autor foi, então, levado à Sibéria para cumprir seus anos de trabalho forçado, em prisões paupérrimas, ainda mais se for levado em conta o imenso frio que lá faz no inverno. O tempo total de reclusão de Dostoiévski foi de quase dez anos, mas, ao contrário do que se pensa, o regime de trabalhos forçados durou até o começo de 1854. A partir daí, a pena se baseou num serviço militar, inicialmente por tempo indeterminado.

Independente do tempo, a prisão atuou fortemente no então jovem Dostoiévski (tinha apenas 28 anos quando foi preso), não só no aspecto físico (foi lá que ele desenvolveu a epilepsia, que o acompanhou até o fim da vida) e pessoal (foi durante o serviço militar que ele casou-se pela primeira vez, com Maria Dmitriévna, falecida em 1864), mas também e principalmente no seu estilo de escrever. O desespero, a loucura, os surtos psicóticos e o niilismo, todos tão presentes no meio carcerário, acabaram formando a tônica de suas obras no período pós-prisão, as quais são, indiscutivelmente, os maiores símbolos de sua carreira literária. Esta mudança se faz perceptível em Memórias da Casa dos Mortos, a obra dedicada a este período de grande dificuldade de sua vida. Sem parecer literal (é genial o estratagema que conduz a isso e que é construído no primeiro capítulo do livro), Dostoiévski monta uma narrativa em primeira pessoa repleta de crueza, dor e desesperança, marcas registradas do seu tempo de cárcere.

Tal narrativa tem tudo isso e o que é de mais simbólico em se tratando do autor. Diante ainda da realidade carcerária que serve de pano de fundo, há também espaço para reflexões de validade secular, capazes de desconstruir paradigmas legais que servem de discussão ainda hoje. A percepção das penas, por exemplo, é algo vago e muito íntimo de cada preso. Um ano de reclusão não são 365 dias de cerceamento de liberdade para todos os reclusos: por características próprias de cada um, sejam relacionadas à influência social ou ao delito em si, o tempo de pena pode ser encarado até com displicência, dependendo do elemento. Outro ponto muito comentado é a subjetividade oculta que há na punição por prisão. Afinal, a reclusão é um processo corretivo de homens que infringiram a lei? Ela é uma simples ferramenta que serve para privar a sociedade da convivência com estes "elementos subversivos", que hoje em dia teriam outros nomes, ou nem uma nem outra coisa?

Como toda abordagem que convida a reflexão, mas que jamais esgota o tema, Dostoiévski também expõe o lado "menos humano" dos presos, destacando seus erros e condutas que os conduziram a tal estado. A questão do cárcere em si volta à cena trazendo consigo o "código moral" próprio dos presos, que levavam muito em conta aspectos externos (que teoricamente não fariam diferença alguma na reclusão) dos seus colegas de cela, em essência a origem de cada um (diga-se, realidade financeira).

O cárcere por trabalhos forçados, ainda presente em muitos países do globo (não em termos oficiais, óbvio), é fonte das maiores e mais indiscutíveis reflexões trazidas pelo narrador. As falhas da justiça são capazes de conduzir indivíduos inocentes a destinos irremediáveis: por mais que tais equívocos não sejam frutos da justiça em si, o verdadeiro ponto de discussão é a prevenção a estes erros, quer seja por meio de princípios universais (o direito à legítima defesa, com tempestividade) ou por estruturas jurídicas mais confiáveis, que se situem no meio-termo entre celeridade e efetividade. Como já citado, por um triz o mundo perderia um dos seus grandes literatos por uma mera divergência política, que não se associa diretamente ao raciocínio exposto, mas que ilustra bem o impacto que um erro jurídico pode causar, seja no aspecto social ou humano.

Memórias da Casa dos Mortos não é um livro "central" na carreira literária de Dostoiévski. Nem é, aliás, o seu primeiro trabalho após a saída da prisão (Humilhados e Ofendidos ocupa esse posto, lançado em 1861). Sua validade, todavia, está em ser um símbolo escrito do "homem" Dostoiévski, antes mesmo do "escritor". Ao ter nas mãos a bela edição da editora Martin Claret (traduzida direto do russo por Oleg Almeida), o futuro leitor deve estar ciente de tudo que está em suas páginas reconhece o valor da liberdade e os efeitos cáusticos que a sua restrição é capaz de causar aos mais diversos tipos de indivíduos.
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Lismar 07/09/2018

Outra Obra-Prima de Dostoiévski.
Vou te contar, só sendo mesmo um gênio da literatura para criar uma obra, cujo elemento predominante nesta é a monotonia, e transformá-la em um ato que consegue prender a atenção do leitor do início ao fim.
É muito difícil querer falar sobre Memórias da Casa dos Mortos, sem revelar alguns pontos chave. Por ser um livro curto, 333 páginas, Dostoiévski foi bem lacônico, se comparado a suas outras criações - tais como Crime e Castigo e Os Demônios, por exemplo - até porque, como ele mesmo afirma em sua escrita, seria inviável abordar o dia-a-dia do presídio, durante 10 anos, sem cansar o leitor. Pois, como eu disse anteriormente, o tédio impera em sua obra. De um constante incômodo nos primeiros meses de carceragem, evoluindo para o completo desespero com o passar dos anos. Cabendo aos encarcerados encontrar maneiras de superá-lo para não sucumbirem à loucura ou ao suicídio. A emoção quando certo preso consegue ter em mãos um livro, após anos sem ler nada, é emocionante. Uma pequena fuga, um escape, mesmo momentâneo, de sua sofrida realidade é agarrada com lágrimas e felicidade.
Além de narrar esse quotidiano melancólico, Dostoiévski não poderia deixar de mergulhar na mente dos inquilinos do presídio. Tal como um médico legista, ele disseca a psique dos camaradas do protagonista e as expõe em digressões, explicando seus comportamentos e humores. Aliás, essa deveria ser uma obra obrigatória aos responsáveis à frente das instalações carcerárias para entenderem o que se passa na mente dos detentos: suas revoltas, medos e expectativas. O que com certeza acarretaria em bem menos amotinações.
O livro recebeu um tratamento primoroso pela Martin Claret, com capa dura, uma arte muito bonita na capa e em seu interior, além de uma fita para marcar a página.
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