byleal_ 15/03/2023
"O homem é algo que deve ser superado."
Este livro acarreta em muitas sensações: incompreensão, confusão, empatia, desilusão, apatia e por aí vai... Zaratustra, personagem principal desta narrativa, é uma criação que, ao mesmo tempo que te ilumina, te assombra. Sua visão cética sobre o mundo e mais especificamente sobre os homens, faz com que você se questione até que ponto conhece a si mesmo e aos seus semelhantes. Do início até o fim, suas reflexões desconstroem a importância que certas características humanas recebem como a fé, a compaixão, a sabedoria e até mesmo o próprio amor. Zaratustra busca nos fazer enxergar que ao termos olhos apenas para o lado "bom" dessas características, corremos o risco de nos tornarmos falsos, moralistas, hipócritas e além disso, corremos o grande e pior risco, em sua visão, de nunca alcançarmos a elevação, em suas palavras: o super-homem. Tendo a postura de muito escárnio e deboche, as parábolas de Zaratustra nos informam que o super-homem é o nível de elevação humana que ultrapassa o bem e o mal, mostrando que estes não passam de uma construção ideológica com base em um Deus que já está morto. O super-homem acontece quando percebemos que a verdadeira divindade está em nós mesmos, como humanos vivendo sobre a terra e que nada além disso realmente importa. Logicamente, não compreendi 100% da complexidade deste livro, mas com certeza futuramente se o ler novamente, terei novos aprendizados. Pra quem quer começar a ler Nietszche e adentrar em suas ideologias, considero este livro uma ótima porta de entrada. O homem é algo que deve ser superado!