Marina 16/06/2022
Resumo das minhas partes favoritas
Bom, demorei mais de 2 meses para ler esse livro, pois ele possui uma linguagem complexa e necessita de uma leitura lenta e efetiva.
Então, com muito ardor e trabalho vou resumir as muitas partes que eu achei interessante na leitura
A primeira parte que eu achei deveras interessante foi na página 15, parágrafo 2 e 3. Nesse pedaço é contada a opinião de zaratrusta quanto a do santo, que dedicava sua vida ao amor de Deus, enquanto Zaratrusta dedicava sua vida ao amor a Terra, é comparado a fidelidade divina com a terrena e que o maior pecado não seria mais blasfemar contra Deus e sim contra a Terra, dar mais valor ao sentido da terra.
Essa linha de pensamento é repetida várias vezes nos próximos capítulos, e começa aqui os primeiros conceitos do Além Homem.
Na página 58 no primeiro parágrafo é onde zaratrusta define os pastores, pessoas que espalham uma doutrina religiosa como "Predicadores da Morte". Para zaratrusta essas pessoas pregam a renúncia da vida, totalmente contrário a sua doutrina que é o Além Homem que se apega a vida.
Na página seguinte, 59, nos parágrafos 9 e 10, exprime a revolta de zaratrusta contra as leis impostas por eles, pois já que é pregado não ter amor a vida, por que então não torna a vida do seu próximo intolerável? Seria mais fácil no pensamento de zaratrusta. "Mas eles querem libertar-se da vida. Que lhes importa atar os outros a ela estreitamente, com suas cadeias e seus presentes?"
Na página 60 reforça ainda mais esse pensamento, que a vida eterna para Zaratrusta é o mesmo que a morte e que as pessoas que a pregam, devem passar depressa, pois ele não suporta tais.
Duas páginas seguintes, 62, é pautado que uma guerra fez mais coisas estranhas que o amor ao próximo, que não é preciso da piedade e sim da bravura, uma pessoa valente é melhor que uma pessoa piedosa. "A boa guerra santifica qualquer causa."
Na página 67 é aprofundado a questão que as melhores coisas no mundo não valem nada sem alguém que as represente. "Os grandes homens chama o povo a esses atores." Aqui levanta um outro questionamento, não importa o que seja bom, o que importa é quem o representa, pois é assim que se tira interesse do público.
Na página 69, parágrafo 9, associa o perdão a um castigo, que não há perdão para o indivíduo e somente para suas faltas. Ou seja, o ser continua o mesmo o que muda é a escolha de esquecer a ação ou não, enquanto ele se ilude no perdão completo.
Preciso pontuar o capítulo "Do amigo"
Na página 73, parágrafo 5, é uma das minhas frases favoritas, "Nossa fé nos outros revela aquilo em que desejaríamos crer em nós." Já é auto explicativa, não tenho o que pontuar, uma das únicas partes que concordo com o velho da cabeça branca, mister Zaratrusta.
A página seguinte, 74, tem uma frase sólida e penetrante, dá para meditar por dias nesse pensamento: "Há os que não podem quebrar suas próprias cadeias, e contudo, para seus amigos, são salvadores." A prova viva da diferença entre as pessoas, da singularidade, as vezes o que te machucou pode curar outros e o que te curou pode curar outros também. Importante é ajudar.
A outra frase que marquei é: "A camaradagem existe; possa também surgir a amizade!
Lembrando que a camaradagem nada mais é que o ato de ser gentil e ajudar seu próximo, enquanto a amizade é mais profunda, necessitando de laços sociais entre os amigos.
Saindo do capítulo "o amigo" temos a página 81, parágrafo 8: "Livre, chamas a ti? Teu pensamento soberano eu quero ouvir e não que escapaste de um jugo."
Aqui vemos a impaciência de zaratrusta contra a história das pessoas, ele não quer saber o que elas passaram, mas sim o que elas aprenderam com isso.
Na página 89, parágrafo 4: " É mais nobre condenar-se à injustiça que reinvidicar seu direito, sobretudo quando se tem razão. Mas é preciso ser bastante rico para tal." O Interessantíssimo dessa frase é o ponto que zaratrusta chega para exprimir a diferença entre classes, não sendo esse o assunto principal, tudo é questão de interpretação. Em outro ponto de vista, a frase pode ser interpretada em relação que pessoas de baixo escalão estão submetidas a injustiça, pois elas não podem fazer nada contra, porém eles estão sempre lá para tentar e acabam piorando e sendo vistos de uma forma "desonrosa". Uma pessoa rica (tanto espiritual como monetariamente) não liga para direitos perdidos, eles fazem o direito deles, enquanto a mais pobre (tanto espiritualmente como monetariamente,) tende a lutar por direitos, pois são as únicas coisas que lhe restam.
Na página 90, no último parágrafo, zaratrusta fala sobre o que seria um casamento. Nada mais seria senão respeito recíproco, em que o foco dos dois é criar algo que ninguém nunca criou. Além de serem diferentes e unidos.
Na página 94, a frase: "É preciso deixar-se comer no momento em que vos começam a tomar gosto. Bem o sabem os que querem ser amados muito tempo." Pensando nessa abordagem, podemos interpretar como: pessoas que querem ser por muito tempo amadas, não podem estar sempre em contato, pois podem acabar tornando-se "enjoadas", assim como quando você come a mesma comida sempre e enjoa logo depois. Ou também como: se a pessoa gostar demais da comida, ela vai querer comer sempre, então ser amado nesse caso seria a mesma coisa que ser usado.
A página 98, parágrafo 7, zaratrusta expressa que nossa espécie está direcionada para a evolução, mas o que regride tudo é o nosso individualismo, que afeta de forma exponencial nosso desenvolvimento.
Na página 100, penúltimo parágrafo: "Médico, cura a ti mesmo; assim curarás também ao teu enfermo. Que a melhor assistência do enfermo seja ver, com seus próprios olhos, um homem que curou a si mesmo." A linha de raciocínio aqui exige vários pontos de entendimento, no meu ponto de vista, eu poderia entender que o enfermo ao ver o médico curando a si mesmo, teria essa inspiração e passaria também a cuidar mais de si e curar suas próprias enfermidades, tanto em âmbito fisico como intelectual.
Nas frases a seguir encontrei assuntos controversos e hipocrisia da parte de zaratrusta, mas algunas partes eu concordo e acho muito cômicas.
Na página 110, parágrafo 3: "Mas há de abrir-se inteiramente meu coração, meus amigos; se existissem deuses, como suportaria eu não ser um deus! Logo não há deuses." O jeito que zaratrusta afirma que a existência de Deus é uma conjectura é um jeito diferenciado, mas ok, né? ?.
Na página 115, parágrafo 8: " É difícil viver com os homens, por que é difícil calar-se." Concordo, só concordo. A minha relação com minha irmã é a prova viva disso.
Na página 131, parágrafo 5: "Não desejo que me misturem, que me confundam com pregadores da igualdade. Pois a justiça me diz, a mim, que os homens não são iguais." Os homens não são iguais, Zaratrusta repete esse fato mais uma vez, em um dos parágrafos anteriores foi retratado a diferença entre direitos de pessoas com dinheiro e sem, porém não é só a situação financeira que é julgada, mas todos os homens tem ambições e necessidades diferentes, ninguém pode ser julgado de maneira igual, somente por orifícios iguais.
Para completar, na página 165, último parágrafo, zaratustra fala que os homens não são iguais e o que ele quer, os homens não tem o direito de querer.
Na páginas 248, parágrafo 3, nessa frase Zaratrusta confirma a afirmação de Thomas Hobbes, "O homem é o lobo do homem", o que teria de mais pesado para o homem carregar se não ele mesmo? Nessa caminhada coisas demasiadas estranhas são postas em suas costas e ele leva até o fim. Eu consigo ver isso como auto sabotação, o próprio homem torna seu caminho complicado.
Na página 250, parágrafo 4, quem quer aprender a voar, deve aprender a andar primeiro, a dominar tudo relacionado a terra, "não se aprende a voar ao primeiro alçar das asas!". Eu considero aqui como um "comece lento, mas comece bem", domine tudo que você pode antes de chegar no próximo estágio, assim você estará cheio de experiências úteis quando se deparar com alguma situação nova.
A parte final desse livro é muito intrigante e curiosa, pois Zaratrusta reuniu "amigos" para compartilhar a doutrina do Além Homem e conseguiu mais do que isso, conseguiu ajuda para desvendar sua dúvida no começo do livro; "O que seria a felicidade?". Zaratrusta achou felicidade na sua amizade, sentimento que só tinha encontrado no Além Homem, e finalmente sua doutrina estava madura, era o que faltava para ele, e então foi embora saltitante para longe da caverna.
(Lembrando que tudo aqui é minha interpretação e eu quero muito saber o que as outras pessoas que leram entenderam desse final.)