naniedias 23/06/2012A Volta do Parafuso, de Henry JamesUma nova governanta é contratada para cuidar dos dois sobrinhos de um atarefado senhor: Miles, de dez anos, e Flora, de oito.
A governanta vai para Bly - a residência onde moram as crianças.
Exceto pelo estranho pedido do tio dos garotos - que requisitara não ser incomodado sob hipótese alguma - tudo poderia ir muito bem. Afinal de contas, as crianças eram extremamente amáveis.
Só que as coisas começam a ficar estranhas. O diretor da escola onde Miles estudou manda uma carta onde afirma que o menino não seria novamente aceito na instituição - mas não explica os motivos.
E a governanta está certa de ter visto dois ex-funcionários - ambos mortos. E ainda mais certa ela está de que estão os dois atrás das crianças.
O que eu achei do livro:
Eu adoro um bom clássico. Eu adoro um bom livro de terror. O que esperar então da mistura dos dois? Um clássico de terror? Eu achei que seria bárbaro.
Só que não foi bem assim.
Não sei o quanto se perdeu na tradução, mas a escrita de Henry James é bastante enfadonha e a história parece ser arrastada - isso em um livro que não tem 150 páginas.
Esperava um terror psicológico daqueles que nos fazem ler o livro andando pela casa, de tanto nervoso do que pode acontecer. Infelizmente, entretanto, isso não ocorreu. Henry James não conseguiu despertar essa ansiedade em mim, ou me dar medo. Com a leitura se arrastando, eu demorei mais do que o normal para terminar esse pequeno livro - e não gostei do final com o qual me deparei. Em vários momentos, achei que a leitura iria melhorar até o final, esperei momentos de maior tensão ou até mesmo algum acontecimento para me deixar com medo. Muitos dos livros de terror que já li, alguns psicológicos, outros com monstros ou psicopatas, me deixaram tão aterrorizada que eu não consegui dormir com a luz apagada de noite. Isso para mim é o que um bom livro de terror deve fazer.
A história é narrada em primeira pessoa pela governanta (ao mesmo na maior parte do tempo. Há uma introdução logo no início, que eu achei um tanto quanto desnecessária, que também é narrada em primeira pessoa, porém por um personagem masculino) e isso nos coloca diretamente nos pensamentos da protagonista. Além disso, essa é uma história de fantasmas - mas como estamos ouvindo o relato direto da mulher, como saber realmente se os fantasmas existem ou são apenas delírios da mente da narradora? Essas reflexões são a parte mais interessante do livro - que acabam fazendo com que o leitor tenha que tirar suas próprias conclusões enquanto vai lendo os relatos da governanta. Se essa parte tivesse sido um pouco mais explorada, ao invés do autor querer deixar tantas coisas misteriosas (fazendo com que a narrativa não fluísse), acho que eu teria gostado mais da história.
O livro é bem curtinho, mas a leitura não é rápida. Apesar do sucesso dessa história, não consegui ser cativada nem pela narrativa, nem pelo enredo de A Volta do Parafuso. Uma pena.
A Volta do Parafuso é um clássico de terror psicológico. Mas não é para todos.
PS: Confesso que me senti um pouco burra (e, sim, essa é a palavra. Não há outra que poderia explicar a forma como me senti) por não ter conseguido apreciar da forma como gostaria essa obra.
Nota: 4
Dificuldade de Leitura: 8
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