A Carne

A Carne Júlio Ribeiro




Resenhas - A Carne


82 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Diéssy 27/11/2015

Muita expectativa, pouco proveito!
Esperava muito do livro! Foi meio decepcionante... Mas de toda a forma é uma boa leitura. Pesada em função de quando escrita.
comentários(0)comente



Carina 10/03/2015

Racional x Animal
É um livro em que existe o estudo, a sua valorização. Porém, na verdade, todo esse racionalismo quando entra em cena a vontade do corpo, perde todo seu significado e as pessoas entram de cabeça em suas satisfações efêmeras, e depois tentando ser racionais percebem a ausência de um sentimento puro. E mais uma vez tomam atitudes no calor dos acontecimentos acreditando ser a saída racional, correm na irracionalidade.
20/06/2016minha estante
Relata-se, por meio de uma leitura bastante coloquial, naturalista e simples em proporções físicas, o romance avassalador de Manuel Barbosa, homem maduro e culto e Lenita, moça de 22 anos, inteligente e muito bonita. Haja vista o período em que o romance foi escrito, 1888, aborda temas como o divórcio, a escravidão, o novo papel da mulher (passiva x ativa).
Para Moisés (1928) a literatura fornece um tipo singular de experiência que trabalha imaginação, que produz formas de vida possível e diferente da nossa; enriquecendo a maneira de ver e analisar a realidade, uma vez que a literatura, de certa forma nos ensina caminhos de maneira brilhante, possibilitando uma forma de conhecer melhor ao mundo e aos homens, nos permite entender que a literatura liberta, das amarras sociais, políticas e econômicas. Assim, serve como instrumento de cunho político, moral, social e econômico. Ela nos desperta até nas coisas que estão mais escondidas, quebra paradigmas, tabus, por isso, é incômoda, por fazer enxergar o que comumente negligenciamos. Sendo assim, ao escrever a obra, Ribeiro choca a sociedade ?perfeita? e ?presa a padrões? mostrando a hipocrisia da mesma; explicita o desejo sexual de Lenita que ao contrário das outras moças da época, não idealiza o amor e tinha repulsão ao casamento; considerava uma instituição sociológica, hipócrita que se prendia a padrões em nome da boa aparência social.
Lenita era rodeada de pretendente, mas nunca quis casar-se. Quando Lenita teve vontade de satisfazer sua carne, suas paixões, sua natureza humana; sempre deixou claro que não queria casar pelas consequências do casamento, como por exemplo, a responsabilidade de cuidar de outras pessoas que dependam dela, ?filhos?. Ela compreendia que o casamento era uma necessidade fisiológica. Ribeiro assim como Freud (2011) critica as instituições sociais e compreende a natureza humana, agressiva e sexual, sendo as instituições, assim como a religião, reguladores, opressores, por intermédio do sentimento de culpa, reprimimos nossas vontades que acarreta no mal-estar em nome da boa aparência social. Quando Lenita recebe a picada da cobra confessa a Barbosa que o deseja, ele também a deseja, no entanto, não tem coragem de assumir por ser casado, pois mesmo estando separado da esposa (que morava na França) socialmente era casado, pois na época não era permitido o divórcio. Na obra em análise pode-se notar que a mulher deixa de ser passiva e se torna independente e ativa. Lenita, primeiro passa a desejar a estátua ?fitou com atenção à estátua: aqueles braços, aquelas pernas, aqueles tendões retesados, aquela virilidade, aquela robustez, impressionaram-na de modo estranho.? (p. 21). Depois ela que teve a iniciativa de se relacionar com Barbosa. Encontravam-se em segredo (todas as noites), acaba por engravidar, todavia não diz nada a Barbosa. No fim da obra, Lenita escreve uma carta destinada a Barbosa, na qual conta detalhadamente sobre sua viagem a São Paulo e o motivo de sua partida, estava grávida e necessitava de um pai para registrar a criança, se envolveu com um antigo pretendente, qual de dispôs a assumir o filho. Barbosa ao ler a carta fica arrasado e acaba por suicidar-se. Lenita, apesar de ser ativa e ter ideias revolucionárias, como afirma o coronel , quando ela se questiona acerca dos castigos e da reificação dos escravos, para enriquecimento do coronel, como forma de ascensão, passa a fazer parte da instituição que outrora ela tanto odiava, evidenciando que ela não amava Barbosa, somente o desejava, necessidade natural e fisiológica e que casara somente por interesse, um pai, para seu filho. Já Barbosa evidencia sua perversidade, sendo egoísta, e sem pensar nas consequências, acaba por suicidar-se, por conta de Lenita ter ferido seu ego, esquecendo ele, que tinha família e que sua morte traria sofrimento aos familiares, sobretudo ao pai que ele dizia amar.




R...... 13/11/2014

Romance publicado em 1888, escandaloso para a época por romper com conceitos idealizados na literatura, apresentando o homem na visão naturalista. O sujeito está passivo ao ambiente e apresenta vícios e defeitos que lhes são inerentes.
Os capítulos 14 e 18 caracterizam bem a obra, onde o amor é expresso em um apelo carnal que explode em desejos que são lascivos e naturais. Barbosa e Lenita, vivem um relacionamento assim, entregues à uma urgência de satisfação, rompendo com conceitos estabelecidos. A história se passa em uma fazenda e o autor descreve um cenário rústico, mostrando escravidão, desejo de libertação, busca de realizações e descoberta de prazeres e desejos aguçados por aquele meio. Lenita, uma jovem que exprime um espírito de independência e busca um sentido de vida vai tendo experiências que lhe despertam sensações e prazeres até então não aflorados, com uma entrega total a eles. Assim é com sua postura como caçadora e como amante de Barbosa, um homem maduro e casado, que também se entrega a seus instintos como realização na vida. O capítulo é avassalador, rompendo com idealismo ao mostra os amantes entregues ao desejo carnal como animais no cio.
O capítulo 18 é o último e mostra o apelo materialista da obra, com a concepção de Barbosa do fim de tudo sem a satisfação e realização dos instintos que lhe davam sentido a vida. A separação o leva ao suicídio e a morte lhe chega em meio a reflexões que vai fazendo de sua postura e escolhas.
R...... 13/11/2014minha estante
....Barbosa tardiamente conclui que a satisfação carnal não é tudo na vida.


Edna 18/01/2017minha estante
Pior que é verdade.




Anny128 28/10/2014

A Carne foi escrito em 1888 por Júlio Ribeiro. O livro faz parte do movimento da literatura denominado Naturalismo, idealizado pelo francês Émile Zola, constituindo-se em uma vertente mais extrema do Realismo.
No Naturalismo temos a exaltação às teorias de Charles Darwin, fazendo com que os autores do movimento acreditassem piamente na influência do ambiente sobre o homem e na importância da hereditariedade para as características humanas.
Ribeiro leva de maneira firme os princípios naturalistas em sua obra. Constrói como personagem principal Helena, mais conhecida por Lenita. A moça foi criada pelo pai Lopes Matoso como uma mulher independente, para a qual os estudos e as ciências tinham muito mais sentido do que o destino imposto às mulheres do século XIX: crescer, casar, ter filhos e se ocupar apenas das tarefas domésticas.
Esse é o grande mérito do livro. Ao contrário do que vinha ocorrendo no meio literário, conseguimos testemunhar a exaltação do papel feminino, tendo uma protagonista forte e humana sob os holofotes.
Além de dar vida a um novo modelo feminino, Júlio Ribeiro exalta, como o próprio título sugere, a relevância do sexo e dos desejos carnais. Tal dilema permeará grande parte da história; acompanharemos Lenita em seus delírios e na vontade de sua carne, que se torna maior do que a falaciosa moralidade pregada à época.
A obra também abrange as questões abolicionistas, do divórcio e do amor livre, sem necessidade de o sexo estar ligado ao casamento. Definitivamente, Júlio Ribeiro era um homem com mentalidade diferente de seus contemporâneos, o que sua obra reflete com exatidão.
A leitura vale como um retrato da sociedade brasileira daquela época, bem como para um maior aprofundamento do conhecimento de que tentam nos enfiar à fórceps nos bancos escolares!

site: http://www.leioeu.com.br/2014/10/a-carne.html
comentários(0)comente



xuxudrops 31/12/2013

Ambíguo
Flutua entre o naturalismo e o spleen, com algumas nuances notáveis de feminismo e críticas à sociedade burguesa paulistana da segunda metade do século XIX. Porém, tais nuances são sobrepujadas pelo romanesco excessivo, que faz o livro parecer um daqueles livros estilo "bianca", de banca de jornal, para senhoras casadas e moças casadoiras.
comentários(0)comente



Lane 01/10/2013

A CARNE
O autor deste livro – Julio Ribeiro - é patrono da Academia Brasileira de Letras, e é reconhecido por ser um representante do movimento naturalista, este romance é a sua obra mais famosa.

O Naturalismo foi um movimento literário que desvelou a realidade, pois tentava explicar material e cientificamente os fenômenos da vida e do comportamento humano. Ler uma obra naturalista é como ler uma obra contemporânea, só que escrita em outra época.

Para alguns não há muita diferença, entretanto o principio do naturalismo não é somente descrever a realidade. O cotidiano, os fatos corriqueiros são compartilhados com uma perspectiva óbvia de mergulhar o leitor na incerteza que é a vida. O diferencial no naturalismo é mostrar a impossibilidade do porvir.

Desta forma, portanto, podemos considerar que é algo ruim de ser ler, no entanto devo afirmar que é ao contrário. O que nos impulsiona a ler uma obra naturalista são as ofertas do descobrimento. As experiências antigas sempre nos intrigaram e no naturalismo percebemos que as preocupações, as desilusões, o instinto humano, as fraquezas, os perfis psicológicos debilitados são coisas desde sempre.

“A Carne” é uma obra densa e atual que nos faz encarar com lucidez a vida.

Por ter sido escrita em 1888, foi considerada polêmica pela igreja e sociedade, pois levantava questões moralistas. Questões estas, que até bem pouco tempo ou se duvidar ainda hoje em dia são discutidas.
O divórcio, os anseios sexuais femininos, o amor livre, o sadismo, a violência, a razão e a emoção são questões desenvolvidas com ousadia pelo autor nesta obra.

Os sentimentos dentro da história são constantemente demarcados de forma individual sem causar estranhamento ao leitor, porém toda a atmosfera da leitura é de uma batalha interna, e mesmo com tanta descrição realista sobre o comportamento humano é possível verificar sensibilidade na obra.

Os personagens preenchem toda a história, e a narrativa é toda em 3ª pessoa com um narrador onisciente [comum nas obras naturalistas], entretanto este consome avidamente o leitor durante toda a leitura desta obra, ele se esvoaça em detalhes, alguns prolongados e cansativos e outros breves e irritadiços, e nem sempre inteligíveis, ainda que ele se destaque compondo e ao mesmo tempo sobressaltando na história.


Embora a obra tenha sido escrita em outro século, ela não possui o tradicionalismo que comumente observamos em romances históricos, não obstante a sua linguagem é arcaica e há muitos trechos com descrições enigmáticas.

A trama toda cria expectativas no leitor, porém o seu valor vai muito além de apenas ler um clássico.

“A Carne” é um grito de revolta entre a carne e a mente, entre escolha e consequência, entre viver e morrer... Entre ser livre e se prender.

O tom singular que é exibido neste romance é de que o amor não é a coisa mais importante na vida, e isto nos surpreende de uma maneira perspicaz por causa do alento e do perigo que o mesmo representa dentro da história.

A pós-leitura deste livro me produziu uma intensidade cognitiva intensa, ainda que eu o tenha achado bem reflexivo, contudo a minha maior admiração por ele é porque ele não possui o toque típico do sentimentalismo piegas que constantemente vemos por aí. Ele é cru em todos os aspectos.

Apesar de tudo, eu creio que não sei descrever o tipo de emoção que senti quando terminei de lê-lo, não que não houvesse interação minha e a obra, só que [não foi pelo final] o sabor dele em mim foi forte, e cada um de nós sabe exatamente os embates de luta que tem com a sua própria mente.

Avaliei com 4 estrelas.
Edna 18/01/2017minha estante
Verdade, ele é cru, nos mexe profundamente, li esse livro há quase quinze anos atrás, más o que lembro é denso.




spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Pandora 04/12/2012

Esse livro é minha mais nova aquisição, infelizmente não posso caracterizar esse livro como uma coisa fofa, “titininha” como diz minha irmã. "A Carne" é um romance publicado no final do século XIX de temática naturalista, então aqui o que vemos não é uma história movida pelo amor e sim pelas necessidades físicas dos personagens, seus anseios sexuais, especialmente os da audaciosa Lenita.

Alias, sobre Lenita, a narrativa aparentemente conta a história dela, uma moça que recebeu uma educada muito mais ampla que a maioria dos homens de sua época (o que se dirá das mulheres). Lenita perde sua mãe no berço e seu pai a educa como educaria a um filho homem, ao perder seu pai aos 22 anos, Lenita se ver emocionalmente abalada e muda-se para a fazenda de uma espécie de avô, o velho Barbosa, onde conhece Manuel Barbosa e o resto, bem, não vou contar a história toda.

Mas, não comprei esse romance por causa da história de Lenita, não que essa história não seja interessante, mas o que me chama atenção neste livro é que Julio Ribeiro traça um retrato muito interessante da escravidão, muito diferente do usual. Ele mostra escravos que não se conformavam com a escravidão e inúmeras características das relações senhor/escravo que foram ignoradas pela História e hoje estão sendo reencontradas.

O que a História academica apenas começa a retratar a partir da década de 80 do século XX a literatura já retratava com muita competência em pleno século XIX... E para além do “queijo” da Lenita, esse livro traz um retrato da escravidão e de como ela era vivenciada no campo e, como se trata de um discurso de época , ainda podemos analisar a visão que a sociedade branca tinha do negro, ou seja, para quem se interessa por história afro-brasileira, essa sem dúvida é uma leitura recomendada e vamos nessa \o/!!!

Originalmente publicada em Maio de 2010 em http://elfpandora.blogspot.com.br/2010/05/carne-julio-ribeiro.html
Wander Blaesing 14/08/2013minha estante
Genial análise deste livro!


Pandora 15/08/2013minha estante
Obrigada Wander!!!!




Yussif 17/05/2012

A obra A carne de Júlio Ribeiro é um romance naturalista publicado em 1888 que aborda temas até então ignorados pela literatura da época, como divórcio, amor livre e um novo papel para a mulher na sociedade. O livro conta a história da garota Lenita, cuja mãe morrera em seu nascimento e teve a instrução ministrada pelo pai de uma forma acima do comum. Lenita era uma garota especial, inteligente e cheia de vida. No entanto, aos 22 anos, após a morte de seu pai, tornou-se uma jovem extremamente sensível e teve sua saúde abalada.
comentários(0)comente



Pedróviz 11/01/2012

Grande mensagem
Júlio Ribeiro, através dos personagens Helena (Lenita) e Manuel Barbosa, nos mostra uma bela cena da eterna luta entre a razão e os instintos.

comentários(0)comente



Silvia 27/12/2010

Só li por que era obrigatória na matéria de Português, mas atá que gostei do estilo seco.
comentários(0)comente



Cássia 18/04/2010

É isso mesmo. Homens têm apenas importância funcional: ou instrumentos de prazer ou seres necessários para uma vida social baseada nas aparências. Lenita é uma mulher muito inteligente. Pena que não viva no meu tempo. Teríamos noites de sexo selvagem.
comentários(0)comente



82 encontrados | exibindo 61 a 76
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6