Amar, verbo intransitivo

Amar, verbo intransitivo Mário de Andrade




Resenhas - Amar, Verbo Intransitivo


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Leitorconvicto 22/12/2023

Um passeio modernista
Essa obra faz uma ligação interessante de estilo, as novidades modernistas, e a crítica social e de costumes, tão comum no início do século xx
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luaskoob 16/12/2023

???
"amar, verbo intransitivo idílio" não foi um livro impactante que me interessou muito e fez a leitura fluir infelizmente
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Carla.Parreira 15/11/2023

Amar, verbo intransitivo: idílio
Eis alguns trechos para referenciar o teor da leitura e os costumes de uma época praticamente já decaída: ?...O amor deve nascer de correspondências, de excelências interiores. Espirituais, pensava. Os dois se sentem bem juntos. A vida se aproxima. Repartem-na, pois quatro ombros podem mais que dois... O desejo vem depois... O homem tem de ser apegado ao lar. Dirige o sossego do lar. Manda. Porém sem domínio. Provê. É certo que a mulher o ajudará... Como é belo o destino do casal superior. Sossego e trabalho. Os quatro ombros trabalham sossegadamente, ela no lar, o marido fora do lar. Pela boca da noite ele chega da cidade escura. Vai botar os livros na escrivaninha. Depois vem lhe dar o beijo na testa. Beijo calmo. Beijo preceptivo. Todo de preto, com o alfinete de outro na gravata... São os personagens que escolhem os seus autores e não estes que constroem as suas heroínas... A felicidade é tão oposta à vida que, estando nela, a gente esquece que vive. Depois quando acaba, dure pouco, dure muito, fica apenas aquela impressão do segundo. Nem isso, impressão de hiato, de defeito de sintaxe logo corrigido, vertigem em que ninguém dá tento de si... A dificuldade sempre parece maior do que é... A gente nem respira e a vida já fica tão de ontem! É esquisito: o amor realizado se torna logo parecido com amizade... O limiar da consciência é bem mais difícil de achar que as cabeceiras do rio da Dúvida. Que o digam os psicólogos!... De primeiro surgiram teogonias fantasiosas, produto das multiplicações pelo Deus inicial. Depois fantasmas, lendas. Destas lendas provieram primeiro os animais, as plantas, as linfas, todos munidos dum poder de além, sacro, quase impossível. A imaginativa tinha aonde manobrar à larga, o deserto era imenso, o deserto das areias, das florestas e das águas. Quando tudo se povoou de milagres, as lendas pariram a casta dos homens ruins e a casta dos homens bons, coisas impossíveis ainda. Dessas divisões vieram as guerras. Guerra e paz. Tudo pretexto pra cantigas, esculturas, danças. Tinem colares, chacoalham cores vivas, deuses, lendas, artes... Minh?alma, como o oceano, tem tufões, correntezas, e muitas lindas pérolas jazem nas profundezas...?
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Mariana1250 21/08/2023

Amar, Verbo Intransitivo
2,5/5

Confesso que por se tratar de um livro passado pelo colégio, "Amar, Verbo Intransitivo" a princípio não me interessou muito (assim como a maioria da população brasileira, eu também não tive uma boa experiência com clássicos nacionais enfiados guela abaixo pelo colégio)

Mas no fim das contas, eu acabei gostando mais do que esperava, me interessei na discussão em cima do tema de "ensinar o amor", embora ache que o livro peque pela falta de momentos marcantes, (e de uma divisão mais clara nos parágrafos).

E seja um ponto positivo ou negativo, diria também que a Fraülain carregou o livro nas costas. Ela é a única personagem que vai além dos estereótipos e de fato parece um ser humano, o que é até que bem impressionante considerando que muitas das mulheres nos clássicos costumavam alternar entre as super-variadas opções de lindas e misteriosas, lindas e tristes ou lindas e lindas.

Ao menos pra mim "Amar, verbo intransitivo" não foi muito impactante e a leitura não fluiu muito, mas contou com uma ótima protagonista e uma crítica em torno de tabus da sociedade, que acredito terem sido de grande importância na época.




*(As estrelas são baseadas apenas no quanto eu gostei do livro. Elas não tem nada haver com aspectos técnicos, peso histórico, e características do gênero)*
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Jackson60 10/06/2023

Amor pode se ensinado?
Este é um dos primeiros romances de Mário de Andrade. Publicada pela primeira vez em 1927, a obra traz muito do movimento modernista.

O livro traz a história de uma professora de amor enquanto é contratada para trabalhar na casa dos Sousa Costa. Uma família paulistana abastada, formada por um pai (provedor), mãe (do lar), duas filhas e um filho (Carlos, machucador), residente no bairro de Higienópolis nos anos 20.

O enfoque narrativo se dá na professora de amor, oficialmente contratada como governante e professora de alemão (Fraülem - Elza) e o filho (Carlos).

De modo geral, é modo interessante para conhecer melhor o autor e o movimento modernista.
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Ju Correia 30/05/2023

Quem te ensina sobre o amor?
Eu terminei esse livro séculos atrás e esqueci de fazer a resenha, perdão. Vocês viram nos posts anteriores que eu tive muita dificuldade de entender se eu estava entendendo a obra de Mário de Andrade, mas no final cheguei a conclusão que sim, eu meio que entendi. O livro trata sobre a história de Elza, uma "governanta" alemã de 35 anos, que na verdade foi contratada pela família Souza Costa para iniciar a vida sexual do seu filho homem, o Carlos. Considerando que Carlos tem apenas 15 anos, é bem assustador. Mas o que Mário queria mesmo era chocar, não sendo atoa que a obra foi considerada pela crítica da sua época como modernista. Dizem que Mario foi inspirado pelas teorias de Freud para embasar o tema e o conteúdo do seu livro sendo uma delas a teoria que uma iniciação sexual serena pode garantir a um jovem uma vida adulta madura e a constituição de uma família, mesmo que ele seja apenas uma criança, rs.
Ao longo da narrativa, o pai, Souza Costa mostra porém que seu interesse não é apenas que o filho perca a sua virgindade e tome uma "atitude de homem", pelo contrário, o pai começa a almejar que o filho se apaixone e tenha o seu coração partido pela primeira vez, porque de acordo com ele, é isso que vai prepará-lo para lidar com as mulheres interesseiras que ele vai cruzar no futuro da sua vida. O livro faz a gente encarar também os pensamentos dualistas e as crises que Elza tem, pois ao começar a sentir uma certa medida de carinho por Carlos, ela pensa até mesmo em abandonar sua função, mas foca no seu objetivo maior que é regressar para Alemanha, visto que ela considera tanto a sua nação, os seus costumes e o seu povo superiores a tudo que há no Brasil.
Esse livro não é de leitura fluída nem simples, visto que ás vezes a cronologia se confunde, e a linguagem se mistura entre o que conhecemos do formal da época, e, como o próprio autor afirma: "A língua que a terra deu a ele", ou seja, a linguagem informal. Mas uma vez que você pega o ritmo e entende o que está se passando no livro, fica mais fácil seguir leitura.
Ao final do livro, Elza e Carlos são separados e isso é o que finalmente torna Carlos um "homem" de verdade. É irônico. Na vida real, não somos iniciados no amor, e ainda bem. Imaginem uma vida onde alguém é pago para fingir que tem um interesse real em você, fazer você se apaixonar e depois propositalmente quebrar seu coração para que você esteja preparado para a vida? Bom, eu sei que falo por mim quando digo que, ter o coração partido naturalmente me transformou muito mais em quem eu sou hoje. Afinal, acho que não devemos tentar "tomar" ou "prever" as lições que a vida vai nos ensinar no caminho. Mas Mário de Andrade cutucou a sociedade da sua época com um romance escrito com a linguagem do povo, que satirizou também o amor que o brasileiro tinha pelos Alemães -e estrangeiros no geral- mostrando como esses povos tinham asco da elite brasileira independente dos seu status social, seus costumes nunca chegariam aos pés sequer da pobreza Alemã, por exemplo. Cabe aqui também um elogio ao autor pelo nome da obra, afinal, verbos intransitivos não pedem complemento, mas quem ama, ama algo ou alguém, sendo assim amar um verbo transitivo. Mais uma vez, se mostrando um dos pioneiros do modernismo do Brasil, Mário comete transgressão até mesmo no título da sua obra. Mas há algo poético nisso especificamente, e que fique claro, isso é interpretação minha: amar é um verbo transitivo porque quem ama precisa amar algo ou alguém, ele precisa de um complemento, mas a ação de amar, por si só, não gramaticalmente falando, já tem o sentido completo, obviamente que vamos amar alguém, mas o amor existiria independente daquela pessoa, o sentimento é intransitivo, ele existe e já está em nós e não a espreita de alguém para que faça sentido. Amar já faz sentido sozinho, é verbo intransitivo. Ninguém nos ensina a amar, a gente nasce sabendo. Ninguém nos ensina como agir quando temos nosso coração partido, a gente aprende na raça. E não é sofrer de amor que nos transforma em excelentes adultos e que nos faz querer construir um futuro e uma família, é o contrário. É viver de amor que nos move. É nos movimentarmos que faz com que amemos sempre, e amemos tanto.
No mais, vale a pena a leitura. Vou dar 4 de 5 estrelas porque a pesar de saber que a arte serve para nos chocar, fiquei realmente muito balançada com a pedofilia acontecendo no livro... Embora a intenção do autor possa não ter sido normalizar tal ato e sim criticar, não muda o fato que é estranho e desconfortável. Mas se você conseguir separar isso com mais facilidade que eu, pode se jogar na leitura que fará bem.

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Luana 14/05/2023

Leitura obrigatória (da escola)
É um livro complicado (digamos assim). Li por causa de uma prova, nunca leria por expontânea vontade (até porque nem saberia da existência dele antes). A história é interessante mas pra mim ficou um pouco chatinha depois de um tempo, alguns assuntos um tanto estranhos (como um relacionamento entre pessoas de idades muito diferentes, que eu entendo ser algo da época mas independente, pra mim eu achei estranho né) e a linguagem que era pra ser coloquial pra época é um pouco confusa nos dias de hoje. O movimento pré modernista/modernista é muito interessante e possui vários livros caricatos, mas esse em específico pode não ser o melhor deles.
E pra essa resenha não ser só ruindade, aqui vai uns pontos que gostei: narrador onipresente que participa da história com comentários, retrata coisas cotidianas pra época e uma história considerada tabu.
Bom livro pra estudos de literatura.
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Victoria 11/05/2023

Amar verbo intransitivo
Só pra introduzir, se você quer ler esse livro você precisa desapegar de todo o conceito moral no qual formam seus valores. Por mais estranho que pareça, para que você possa realmente captar o que o livro tem, é necessário isso.

A obra como já citada na sinopse, é de forma mais resumida um romance pedófilo entre uma professora e um aluno, no qual este amor é financiado pelo pai. É de fato muito interessante como o autor consegue variar de terceira pessoa, é aí do nada ele começa a falar com você. Ele deixa claro que os erros/defeitos dos personagens são propositais, afinal, ninguém é perfeito.

Li para um trabalho, o começo é difícil, mas o livro é muito bom se você tiver uma visão mais crítica.
?
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duloren 06/05/2023

Bom para conhecer mais do expressionismo brasileiro
Primeiro livro do Mario de Andrade que li. Gostei bastante da forma como ele escreve, como se estivesse pensando exatamente no momento em que registra, interagindo com o leitor e imaginando suas reações. A história, porém, não me agradou muito. Na verdade, até incomodou. Acho que se o final tivesse sido algo bombástico e revelador, eu teria relevado algumas coisas dentre o desenrolar da história, mas como isso não aconteceu...
Foi uma boa leitura, sem dúvidas, mas não sei dizer ao certo se gostei
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Marina 14/04/2023

Um brabo da literatura brasileira!
Amei essa edição! O texto de apresentação e os textos que seguem a história enriquecem muito a experiência de leitura.

Modernista, Mário de Andrade inovou na forma "abrasileirada" de escrever, fugindo da reprodução da linguagem literária portuguesa.

E mais que isso, nessa obra polêmica na época de publicação, o autor expõe a hipocrisia e mediocridade da burguesia paulistana, crítica ainda aplicável!

Vale a leitura.
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Jesca 06/04/2023

Macambúzio
Belíssima e tristonha história! Inicialmente parece enfadonha, sobretudo pela linguagem utilizada pelo autor. Porém, com o passar do tempo se torna interessante e é impossível não se envolver. No final, até o Posfácio do livro chama muito a atenção. É uma leitura muito gostosa, os personagens foram muito bem construídos e o desfecho não deixa a desejar.
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Pedro.Marchesini 04/04/2023

A promessa de um idílio
Gostaria de começar essa resenha destacando que não encontrei a edição que li aqui no skoob, então optei pela edição com data de publicação mais próxima da que li.

Talvez seja melhor justificar o título da resenha logo de cara. Por que a obra de Mário de Andrade é uma promessa?

Fui à biblioteca em busca de um romance nacional, e que surpresa agradável foi encontrar uma obra com título tão encantador.

Me fascina a escolha tão delicada do autor por essas palavras, que infelizmente não se traduz em suas páginas, simplesmente porque o romance ocupa uma fração irrisória do texto.

Entre páginas e mais páginas de comentários confusos e mal encaixados, que muitas vezes me confundiram sobre os valores morais do autor -que muitas vezes soa racista e machista de um modo convincente demais para soar apenas como uma crítica- raramente o romance avançava.

Se ignorássemos todos os interlúdios que encobrem a trama, creio que não nos restariam mais do que 30 páginas.

O romance em si é sutil demais para construir qualquer sentimento pelos protagonistas, e a resolução é corrida e insatisfatória. Definitivamente uma leitura que não revisitarei.
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