Sofia 19/04/20213/5 - O título é mais profundo do que a históriaAmar, Verbo Intransitivo? é o tipo de livro que você sabe o final quando lê o título, mas tudo bem porque o que importa é o desenvolvimento e as nuances de Mario de Andrade.
O livro é de 1927 e escandalizou por conta de sua temática, uma espécie de ?Lolita do Modernismo Brasileiro?. .O enredo começa quando Sousa Costa contrata Elza para ficar em sua casa para ser ?professora? do seu filho. Se fazendo passar por professora de alemão, a sua verdadeira missão é ensinar a arte de amar para Carlos, filho mais velho de Sousa e ainda inexperiente na vida
O enredo não me conquistou, não rolou química entre nós. Acho que eu estou muito acostumada com as reviravoltas mirabolantes dos livros mais recentes. O diamante do livro não está no final e sim no seu desenvolvimento, ainda que eu ache que poderia ser mais brilhante.
Na gramática ?amar? é um verbo transitivo, ou seja, ele necessita de complemento. Na linguagem do livro, quem ama (no caso, o Carlos) ama alguém (a Elza), mas ao brincar com a gramática e falar que amar é um verbo intransitivo (ou seja, sem necessidade de complemento), Andrade deixa claro que Carlos ama, só isso. Ele aprende a amar, mas não direcionando o sentimento para alguém.
Acho que seria possível fazer uma imensa reflexão sobre o amor romântico, mas foge da história. A história não é sobre amor romântico, é sobre amar no sentido mais amplo da ideia.
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