Todos os nomes

Todos os nomes José Saramago




Resenhas - Todos os Nomes


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Fred Ribeiro 27/05/2019

Maravilhosa leitura!
"Que livro maravilhoso! Com muitos pensamentos em torno da vida e morte do ser humano, da nossa simples e quase (para alguns) insignificante existência. Creio que esta leitura ficaria no meu "ranking Joé Saramago" em segundo lugar, atrás do belíssimo Evangelho segundo Jesus Cristo."
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Maria. 29/04/2019

desenvolvi uma alergia a poeira que não tinha antes
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giovana 10/04/2019

personagens inusitados
eu simplesmente adoro o jeito que o saramago entra na mente do personagem mas ainda usando a terceira pessoa e dando as opiniões do ?narrador? sobre os acontecimentos. o fato de que um teto conversa com o sr.josé é incrível, primeiro porque é exatamente assim que pensamos (não sei vocês, mas eu já pedi conselhos para tetos, armários, sapatos...) e também porque adiciona um humor leve e uma ironia fina que só o saramago comsegue adiocionar.
pra fechar, ele ainda traz ótimas reflexões sobre a existência humana nos dias atuais.
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estevesandre 19/08/2018

Além do nome
A partir de um personagem introvertido e apático, Saramago constrói uma narrativa impressionante sobre um homem que, da noite para o dia, se rebela contra este sistema que reduz vidas a nomes e números para tentar chegar ao que as pessoas são. Mais uma obra prima do gênio. Se eu tivesse 3% de sua sagacidade, me daria por satisfeito.
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josemaltaca 17/04/2018

José lendo um livro de José sobre José
Todos os Nomes é um romance típico de José Saramago, apresentando grande parte dos assuntos já lidados anteriormente por ele em outras obras e que seriam abordados em obras posteriores. Temas como a morte, a indiferença de Deus ante a miséria humana, a superação das adversidades como maneira de auto-identificação e a transcendência dos atos de coragem perpetrados pelo livre arbítrio estão aqui representadas. Todavia, em suas pouco menos de 280 páginas, alguns temas são subaproveitados, deixando uma sensação de ponta solta no leitor. Enquanto toda a narrativa do protagonista, o Sr. José, é um arco de transformação intimista, relatado detalhadamente sob o foco de seus pensamentos, as ações das demais personagens são vagas e somente dão margem à dúvida e à incerteza. Mesmo que seja intencional da parte do autor, tal recurso enfraquece a narrativa, adicionando camadas de imprevisibilidades inverossímeis e destoantes de uma história focada em uma pessoa tão somente.

A linguagem e a forma utilizadas por Saramago são, por essência, a linguagem e a formas de Saramago (quem já leu algum romance do autor sabe que aqui não estou a incorrer em redundância). Longos parágrafos, digressões sobre possibilidades que não ocorrem, ausência de travessão, poucos pontos, escassas vírgulas, fluxos de pensamento, tudo aqui evoca a sagacidade característica do autor. A leitura poderia ser maçante, não fosse a magistralidade com que ele apresenta a forma, em que, apesar de difuso e cheio de nuances e poréns, o fluxo narrativo nunca deixa de seguir uma linha, sempre em uma cadência rítmica, porém imprevisível. Não foi somente em uma vez que fui pego de surpresa no meio da leitura, quando, em meio a um transe ocasionado pelos pensamentos do protagonista, fui subitamente jogado no meio da narrativa, com novos eventos acontecendo.

A ironia com que Saramago tece a teia de Todos os Nomes é encantadora: o Sr. José é o único personagem que recebe um nome e, portanto, o único que importa para a trama. Simultaneamente, José é um nome comum, e, portanto, pode simbolizar todos os nomes que existem, uma pessoa qualquer, como o autor faz questão de frisar. Não obstante, o fio condutor da história diz respeito ao registro de todos os nomes na Conservatória Geral do Registo Civil, em que a única conexão entre os vivos e os mortos é dada pelo fio de Ariadne: todos os nomes estão entre os vivos ou os mortos, mas há barreiras que impedem a transposição de um mundo para o outro. Por fim, há um trecho no fim do livro que evoca a indiferença para com a morte como um ato final, em que a memória e os costumes humanos é que tornam as pessoas de fato mortas - a metáfora do pastor evidencia que na morte, o que restou da parte física é indiferente. Todos os Nomes é um livro tematicamente interessante, narrativamente instigante, rico em termos de linguagem e vocabulário, mas confuso em sua execução e escopo. Indico a leitura para quem já conhece algum livro do autor e quer um apanhado de temas por ele comumente abordados e uma narrativa repleta de metáforas que aludem a esses mesmos temas.
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Lipe 16/02/2018

Impressões pessoais
Um verdadeiro porre!
Alê | @alexandrejjr 25/06/2020minha estante
Se lembra ainda por que achou chato, Felipe?


Lipe 29/06/2020minha estante
Alê, talvez eu tenha achado massante por ter sido uma leitura obrigatória e necessária para um seminário e peça teatral. Tanto que nunca mais li nada do Saramago, desde de então. Mas, recomendo fortemente que procure sempre os livros dele.




Rodolfo Vilar 10/10/2017

O labirinto de Nomes | Todos os Nomes
O Labirinto torna-se complexo ao ponto em que mais nos adentramos dentro dele. Sao voltas e mais voltas dentro de uma complexa construcao de estruturas elaboradas para nos desviar a atencao, ou melhor, nos guiar ao destino concreto do entendimento. Labirintos que levam a outros labirintos. A construcao de Jorge Luis Borges que aqui se apresenta como um sopro de inspiracao para Saramago, que utilizou da ideia do labirinto para dar vida a sua obra.

Todos os nomes, romance de Saramago escrito em 1997, e um romance linear que trata sobre a vida pacata do Sr. Jose, um empregado da Conservatoria Geral do Registro Civil, que tem como robe colecionar noticias sobre celebridades locais em seu pequeno caderno de colagens. Porem, durante um dia em que ja comeca sair de sua vida pacata, o Sr. Jose se depara com o registro de uma mulher desconhecida incompleto, o que o motiva a procurar mais informacoes sobre essa pessoa tao peculiar. E a busca pela identidade dessa mulher que leva o pacato funcionario a cometer terriveis loucuras apenas para satisfazer uma curiosidade.

Como o proprio titulo do livro ja diz, Todos os nomes e uma grande metafora sobre a profundidade do nome que cada um carrega, o peso do significado daquilo que carregamos, o que de certa forma tambem e uma metafora sobre a forma como os escritores brincam com a criacao de personagens. Nesse romance nos perguntamos o porque da curiosidade do Sr. Jose na busca pela mulher desconhecida, o que o faz sair de sua comodidade e vida comoda para correr riscos por algo tao banal como sua propria curiosidade. Ta ai mais uma vez Saramago usando de seus personagens para mostrar o quanto sair do senso comum e da mesmice provocam aventuras e desperta o verdadeiro ser dentro do personagem. Todos os Nomes mostra a relacao do nome que carregamos com o destino a ser tracado, nos despertando para a duvida "Somos mais do que nomes". Alem disso o livro e uma constante brincadeira do destino, onde Saramago usa do verbo para dar vida e acao ao seus personagens, o colocando num labirinto de escolhas e descisoes.

E o labirinto o grande personagem desse livro. E ele que esta presente quando somos inseridos dentro da enorme Conservatoria Geral, massacrados pelo peso de centenas de registros de nascimento, casamento e morte, a propria vida tecendo o seu labirinto, principalmente quando o personagem percorre a cidade, sua casa, a escola e o cemiterio, transformando tais cenarios em ciclos de nossa propria vida (Nascer, crescer, estudar, casar e morrer). Alem disso o livro e cheio de outras caracteristicas, como a paixao que Saramago exerce ao criar cenas que nao existem, brincando com o verbo e tendo total dominio sobre seus personagens. Outra grande critica levantada e a relacao de subordinacao entre funcionario e chefe, fazendo da interacao mais uma dominacao que um verdadeiro processo que leva ao pleno trabalho. Por fim, nao poderia deixar de citar O Teto, que surge como um dos melhores personagens do livro, ainda mais com um grande significado filosofico.

Ler Todos os nomes foi uma experiencia unica! Pena o livro ser tao esquecido, ate mesmo por aqueles que sao fas da obra do Saramago, ja que ele traz grande questionamentos sobre o existir, o destino e nossas acoes em conjunto. Deem uma chance a essa pequena grande obra e desvende o labirinto de nossas escolhas.

site: http://bodegaliteraria.weebly.com/biblioteca/o-labirinto-de-nomes-jose-saramago-todos-os-nomes
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Ricardo 23/07/2015

José Saramago! Não preciso dizer mais!
Ler José Saramago sempre é uma viagem!! Das mais loucas diga-se de passagem!! Mas se você é daqueles leitores que quer um final feliz, ou do jeito que você espera, Não leia Saramago!! Ele sempre te surpreenderá. Não espere finais felizes ou óbvios leia como um leitor nada mais! Livros de Saramago são histórias feitas para serem lidas e admiradas não para agradar esse ou aquele!! Se vale a pena ler?? Com certeza recomendo a leitura desse livro!!
Mannu 17/10/2015minha estante
Gostei de ver tantas exclamações em seu elogio à Saramago! Estou adentrando a obra do autor, com Ensaio Sobre A Cegueira, e constatando que passará a ser um dos meus autores favoritos.




Washington 29/09/2014

Conhecer-se é tarefa árdua e sempre incompleta.
Todos os Nomes é um romance que põe o leitor frente a frente com o significado da existência e não se cansa de a interrogar.
Com Todos os Nomes, Saramago surpreende, revelando um incomensurável amor ao homem anônimo. A preocupação em não nomear os personagens firma-se no desejo de nomear todos, porque todos merecem ser nomeados. Nomear é individualizar, é reconhecer em um o valor que aos outros não se reconhece. Retirar o nome de todos é homenageá-los, reescrevendo a História e repondo a justiça social a que têm direito os que foram por ela ignorados. Tal como faz Foucault, quando recupera textos alusivos a pessoas consideradas infames, sistematizadas pelo poder.
O resgate dos anônimos, cujas vidas foram remetidas ao silêncio pelo poder, demonstra-nos uma proposta que José Saramago endereça, num desafio claro ao homem que pode transformar o mundo. Em Todos os Nomes, esse homem é o Sr. José, o único nome enunciado, mas também um nome que qualquer homem poderia receber. Um nome ao alcance de todos, uma tarefa ao alcance de todos.
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Felipe 19/01/2014

Fantástico
Dos que li do autor, só o ponho atrás de 'Ensaio sobre a cegueira' e do 'Evangelho'.
Impressionante como Saramago nos faz sentir conectados com um personagem que, analisando objetivamente, seria o que se costuma definir como uma pessoa 'desinteressante'.
A prosa é espetacular, como sempre, e os conflitos e questões suscitadas são de uma profundidade e até beleza marcantes.
Sem dar spoiler, destaco só que o livro, no início, pode parecer chato, muito compassado, mas, conforme a leitura vai se desenvolvendo, é impossível não se envolver nas dúvidas, caminhos e inquietações do Sr. José, que se tornou talvez meu personagem favorito do autor. O livro guarda ainda passagens muito bonitas e marcantes do meio pro fim.
Altamente recomendado.
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Cássio 04/10/2013

Leitura Simples e Ideias Complexas.
Um livrinho um tanto estranho. Terminei a sua leitura com uma miríade de indagações e inquietações na minha cabeça - principalmente no que concerne a relação entre o Sr. José e o Conservador.
Então, logo a após a leitura, fui procurar na internet algo que tentasse desatar o nó que ficou na minha cabeça, e pra minha sorte acabei encontrando vários artigos, monografias e teses sobre esse livro. E fiquei de queixo caído com a profundidade e com o montante de idéias que ele contém.

Enfim, a estória do livro prende pela curiosidade, pois a gente fica querendo descobrir o fim da empreitada do Sr. José, e possui muitas reflexões legais para o leitor comum, mas não achei uma leitura muito prazerosa - apesar de possuir idéias muito interessantes.
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Pereira 04/03/2013

Busca
Continuar, mesmo quando tudo e todos dizem o contrário. Persistir, mesmo sabendo que não há mais nenhuma chance. Assim como José, personagem principal deste livro, enfrentamos situações de extrema perseverança e irracionalidade. Ninguém, em sã consciência, procuraria por algo que não encontrar. Mesmo apoiando-se na máxima de que o mais importante é o caminho, e não o destino... Ao ler esta obra, lembrei de quando era criança e também tinha o hábito de colecionar coisas. Na verdade, sempre colecionamos algo... A idéia de interessar-se de maneira doentia pela vida de famosos ser típico de pessoas frustadas, pareceu-me bastante interessante. O livro baseia-se na tentativa de montagem, por parte da personagem principal, do perfil psicológico da pessoa pela qual despertou-lhe o interesse. Qual o motivo / ambiente que a levou a tomar tais atitudes? O propósito de Saramago, neste livro, é fazer com que cada leitor tenha sua própria visão sobre perseverança, morte e coragem...
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