AlziraPerdigao 29/06/2024
Pelo olhar de uma criança!
Esse livro não estava na minha lista de leitura, mas tive acesso a ele e o coloquei na frente dos outros pra poder devolver logo. Não me arrependi. A leitura foi muito fluida e ele realmente merece ser um dos romances mais premiados da história atual.
A história é contada pelos olhos de Scout, irmã de Jem e filha do Aticcus. Tudo começa com as brincadeiras entre Scout, Jem e seu amigo de férias de verão, Dill. Muitas dessas brincadeiras voltadas para uma casa que eles consideravam "mal assombrada", onde morava um solitário senhor, de que eles tinham medo e não sabiam a história do porquê ele nunca sair de casa. Quando Scout começa a frequentar a escola, sabemos um pouco de como funciona a sociedade de Maycomb, cidade pequena em que eles moravam, que pertencia ao Alabama. Ali vimos que criança tal era daquele jeito, porque sua família era aquela e ele estava fadado a aquilo e isso seguia por muitas famílias e mostrava como aquela sociedade era arraigada a preconceitos e castas sociais que consideravam imutáveis. A escola tbm não era um lugar agradável, de aprendizado e transformação social, mas sim de punição e preconceito, bem adequado ao que era a escola numa cidade provinciana, da época em que se passou a história.
Atticus, seu pai, era um advogado justo, honesto e muito fiel a seus valores, que traz na defesa de um negro inocente, acusado de estupro, a trama principal da história, que desnuda aos olhos da criança o preconceito e como esse racismo incrustado nessa sociedade injusta e hipócrita pode acabar com a vida de pessoas de bem, que tem por único "crime" a cor que carregam na pele.
Destaco como uma personagem que ganhou meu coração, Calpurnia, a empregada negra de Atticus, que com muitos valores, bondade e pulso firme o ajudou a criar Scout e Jem, visto que eram órfãos de mãe. Super recomendo a leitura! Esse livro contado de maneira inocente e simples, por ser pelo linguajar e conhecimento de uma criança, é realmente maravilhoso, nos ensinando muito e fazendo refletir que aquela sociedade tradicional, hipócrita, preconceituosa e injusta ainda está presente nos dias de hoje e que nem tudo que parece ser é como se mostra, temos que dar chance de conhecer realmente as pessoas como elas são, para poder julgá-las, pois só cada um sabe a cruz que carrega.