Lumikki 28/03/2024
A solidão torna o amor uma urgência?
"Meu Deus! Um momento de felicidade!
Sim! Não será isso bastante para preencher uma vida?"
A poeticidade do amor não correspondido pode ser dolorosa, mas valeria a pena ter vivido os bons momentos e o sentimento exorbitante? Ou teria eu, criatura detentora da necessidade de amar profundamente, escolhido jamais o olhar e o sentir no meu coração? Teria eu escolhido a solidão até o fim da minha vida, ou me contentado com o anseio de amar o mistério do amor não vivido?
Essa curta história me fez refletir não só esses aspectos, como muitos outros. As quatro noites em que se pode observar a imaturidade e intensidade do amor jovem que se entrega prematuramente, e sente o drama de toda uma vida, são as testemunhas desse jovem casal que se encontra ao acaso.
No decorrer das páginas, percebe-se a carência e urgência presentes naqueles que dividem um único banco da praça. E é lá que as conversas fluem, os sentimentos são expressos e a conexão é estabelecida.
Mas o que é o amor prematuro sem um banho de água fria para integrá-lo na realidade? Nesse romance de Dostoievski o leitor mergulha em uma escrita rápida, poética e muito bonita que, apesar de pertencer à outra época, surpreende com situações relacionáveis aos mais jovens aspirantes do ato de amar.