GabrielNicolau 31/03/2021
Melhor que o antecessor por explorar melhor as personagens
Eu considero o Stieg Larsson astuto. O grande triunfo desse livro é justamente ele ter consciência da grande pérola que ele tem nas mãos e explora-la: a Lisbeth Salander.
O foco do livro todo é centrado totalmente nela, e isso só aguça o leitor, porque dentro dos livros Millennium, não há outro personagem TÃO carismático quanto ela.
Tendo consciência deste fato, o autor também sabe como manipular a história à seu favor, de modo a deixar o leitor na sede por mais. Com isso, eu faço alusão ao momentos durante toda a narrativa, quando o foco se mantém na Lisbeth, até que, quando ela é acusada de triplo assassinato (não é spoiler, está na sinopse do livro), o Larsson não nos dá mais informações sobre ela, tampouco apresenta sua perspectiva.
E por falar em perspectiva, o livro apresenta em excesso. No decorrer das páginas, a gente sente que a história tá andando, mas inicialmente, demora acontecer alguma coisa, dando uma sensação de monotonia. Ao meu ver, isso é causa do grande número de personagens que apresentam sua perspectiva da história. Vai criando-se uma teia e a partir disto (onde todos estão interligados) e o gera uma lentidão por várias e várias páginas. Mas, mais uma vez, essa lentidão também é obra da astúcia do autor. Ele sabe o que tá fazendo e sabe pra onde tá conduzindo a trama.
Inclusive, as páginas finais são de tirar o fôlego.
Por essas ressalvas apresentadas, considero este segundo volume BEM melhor que o primeiro.