Daniele 12/11/2013Um livro belo e verdadeiroExtremamente Alto e Incrivelmente Perto.
Oskar é um menino de nove anos que perdeu o pai no 11 de Setembro. Ele procura se apegar a cada detalhe deixado pelo pai com medo de um dia esquecê-lo.
Thomas Schell, o vô de Oskar vivia na Alemanha na época da Segunda Guerra, sobreviveu aos bombardeios, mas perdeu a família, a mulher que amava, viu a dor, a morte, o sofrimento de perto e ficou marcado para sempre. Nunca conseguiu ter uma família e abandonou o filho antes de o ver nascer. Escreve cartas que nunca terá coragem de entregar ao filho.
A Vó de Oskar foi igualmente marcada pela Segunda Guerra, perde a família na Alemanha e anos depois perde o único filho no ataque ao Word Trade Center.
As histórias dos três se alternam, Oskar conta sobre seu pai, é a parte mais fácil do livro, pois a linguagem dele é mais direta, ele ouviu as mensagens que o pai deixou no telefone enquanto estava no prédio e carrega o peso de ter sido o último que ouviu sua voz e não ter atendido ao telefone. Ele encontra uma chave nas coisas do pai e decide enfrentar uma aventura até descobrir o que a chave abre.
A história do Vô (Por que não estou onde você está) é contada através das cartas que escreve para o filho que nunca conheceu, quando era um jovem que sonhava ser escultor e apaixonado por Ana, mais tarde viria a casar-se com a irmã dela. Os horrores que viveu nos dias de bombardeio, a forma como as palavras o deixaram até tornar-se mudo e comunicar-se por escrito.
A história da Vó, que sempre tem o título Meus Sentimentos também fala de sua relação com Ana, de sua vida confusa com Thomas, ele nunca quis ter uma família, mas ela quebrou a regra, o dia em que perdeu o filho.
O livro escrito por Jonathan Safran Foer não é um dramalhão deprimente, é tão perto e tão real quanto deve ser falar com pessoas que viveram essas tragédias. Histórias de dor, recomeço e saudade. Histórias de por que as coisas não foram como deveriam ser.
Como é peculiar a literatura, é a humanização de um tema. Estamos habituados a notícias sobre guerras, confrontos. Depois de um tempo, tudo vira números, primeira, segunda guerra, número de mortos e se perde no meio dos números a dor de quem não conhecemos, mães, filhos, pais, irmãos, todo que perdem alguém e a si próprios.
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