Eliza.Beth 13/04/2024Não na agitação, o Senhor não está na agitação.Apesar de não ter uma religião, histórias que envolvem o místico, a Bíblia e seus personagens, Deus e suas regras, normalmente são histórias que chamam muito a minha atenção.
Com esse livro não foi diferente. Fui fisgada no prólogo: ?No princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio em Deus, e o dever do monge fiel seria repetir a cada dia com salmodiante humildade o único evento imodificável cuja incontrovertível verdade pode ser asseverada. [?] precisamos soletrar seus símbolos verazes, mesmo quando nos parecem obscuros e como que entremeados por uma vontade totalmente voltada para o mal.?
Não tinha como né, amigos?
Gostei do ritmo da história, meio policial, religiosa, política. Adorei a forma como o livro é dividido em 7 dias, e os dias divididos em horários. Amei Guilherme e Adso, os dois monges que estamos mais próximos ao longo do livro. Eles são bem construídos, engraçados e imperfeitos. Meu tipo de personagem preferido.
Gostei muito de uma frase do livro na qual vejo uma espécie de resumo da obra e também um alerta sobre acontecimentos passados e que o mundo parece ainda não ter aprendido: ?O anticristo pode nascer da própria piedade, do excessivo amor a Deus ou à verdade, assim como o herege nasce do santo, e o endemoninhado, do vidente. Teme os profetas e os que estão dispostos a morrer pela verdade, pois costumam levar consigo à morte muitíssima gente, frequentemente antes deles mesmos e as vezes em seu lugar.? (531-532)
Por fim, ?É difícil aceitar a ideia de que não pode haver ordem no universo? a liberdade de Deus é nossa condenação.?
De fazer você bater a cabeça na parede várias vezes e questionar o mundo. Amei muito.