Resenhas - O Quinze

Bruna 22/01/2024

A seca como nunca tinha visto
Simplesmente fascinante como a autora aborda o tema da seca de 1915. Duas realidades tão diferentes e que se cruzam, com os retirantes vindo para a cidade com perdas no caminho, muita dor, muito sofrimento, muita fome, muita perda de humanidade; já entre os mais abastados um afastamento do sertão com conforto, mas também seu grau de sofrimento em abandonar sua terra, suas criações, e ver o que foi construído se perder.
Assim vemos por um olhar claro e palavras diretas a seca do nordeste.

Lee 20/01/2024

Uma leitura arrebatadora
Rachel de Queiroz é um nome muito homenageado no Ceará, estado onde vivo. Na minha universidade, há um auditório que leva o seu nome e um poster gigante com sua foto nos corredores da biblioteca. Também há um parque muito lindo com seu nome aqui. FIco feliz por tantas celebrações da escritora, de fato seu romance de estreia é uma leitura arrebatadora, ainda quando se sabe que foi escrito por uma jovem cearense de apenas 19 anos. Coincidentemente, é com essa idade que eu li este livro, e confesso que hoje não seria capaz de lançar uma obra tão perspicaz, atenta ao cotidiano de sua época.

A jornada de Chico Bento, Cordulina, os meninos, rumo a uma chance em outro canto do país, assim como o romance tecido entre Vicente e Conceição são suficientes para prender minha atenção em um excelente retrato da vida no sertão nas primeiras décadas do século XX. Enquanto graduando em História, foi importante para mim mergulhar nesse cenário tão bem descrito de seca, miséria, sofrimento mesclado com fé e esperança que todas as personagens se enchiam para conseguirem sobreviver aquele período de estiagem. Li algumas resenhas e vi que alguns acharam que faltou algo no final. Eu discordo, essa história não precisava de um final incrível, porque a jornada que era o essencial. O final era só uma mera formalidade que todo livro exige, e, por isso, este não é diferente, e teve um.

Leitura obrigatória para todo cearense. Especialmente aqueles "do interior", que sabem do impacto da chuva, do gado, da agricultura, da mobilidade urbana, e de tantos dilemas que ainda permanecem atuais por aqui.

Day Freddi 12/03/2016

Ceição convence Mãe Nacia a partirem. Vicente quer ficar salvar o gado. Dona Maroca manda soltar o gado. Chico Bento vende as reses e parte com a família para São Paulo. Chico Bento passa fome, perde um filho pois ele acaba comendo uma raiz de mandioca, tudo isso tentando ir à pé até SP, pois a seca de 1915 que assola o sertão nordestino não traz mais nada de produtivo para a família.

Clara_Galaxia_ 04/01/2024

Uma estória sem dúvidas muito profunda.
Acredito que quem gostou muito de "Tudo é Rio" ds Carla Madeira, tbm vai gostar desse livro.

natiimartinello 28/12/2023

Um livro sutil sobre diferença social
Esse livro não possui grandes reviravoltas e nem precisa! Ele é sobre a jornada, a difícil jornada para fugir da seca, da fome e da miséria. Mas além disso, ele retrata como as tragédias ambientais (nesse caso, a seca de 1915) atingem pessoas que habitam o mesmo lugar de forma diferente, de acordo com a classe social.
É um livro sofrido, triste, em muitos momentos tive que parar para respirar, mas a linguagem é fácil e a leitura é fluida.
Além disso, apesar dos quase 100 anos que separam a época em que foi escrito da atualidade, o que mais choca é ver que tudo de triste nesse livro ainda acontece hoje em dia.
Saio dessa leitura reflexiva, mais consciente dos meus privilégios e mais disposta a ajudar quem necessita de ajuda para sobreviver.

Nado 04/09/2022

Rachel de Queiroz ainda tão novinha, nos deixou de presente um clássico. É um livro muito triste, a história da família de Chico Bento e Cordulina me fez chorar tanto quanto a de Fabiano e Sinhá Vitória, de Vidas Secas. Tragédias acontecem nessa e em tantas outras histórias desse livro com a implacável seca de 1915. Impossível terminar esse livro e "sair" dele do mesmo jeito que "chegou".

EduardaCGP 19/09/2023

Desolador
A poesia da escrita de Rachel de Queiroz não minimiza o padecer do enredo.
Leitura altamente emocionante, rápida e de uma força avassaladora. Para quem já leu Vidas Secas, Rachel consegue traduzir de forma ainda mais crua o sofrimento daquele povo. Enfim, um livro sobre o sofrimento do povo nordestino em uma seca histórica, é de cortar o coração e repensar vários aspectos da condução da própria vida.

Danilo.Sousa 08/11/2020

Uma obra formidável. Rachel de Queiroz foi muito feliz em escrever belíssima obra, envolvendo todo esse aspecto nordestino, mostrando para os leitores de suas obras os momentos difíceis que se passaram no sertão, mas onde nunca perderam a esperança de um novo amanhã.

Jhejhe0 04/04/2022

Não entendi o título ainda
Li por conta da escola, e não sei dizer o que achei. Não gostei muito, até porquê não é o estilo de livro que gosto de ler, e não entendi o que o livro quer passar. Mas não era >tão< chato de ler, achei a escrita relativamente leve para um clássico.
Tem alguns termos no livro um tanto... Racistas?
Sei que é da época, mas me incomodou. Também tem aquele negócio de "mulher só é feliz de verdade se tiver filhos".
Mas, é um livro antigo então relevei. Enfim, não sei

Diego 03/09/2022

Grande livro!
O assunto me é caro: a vida nos sertões do Brasil.
Mas a autora exagerou!
O livro não é gordo nem magro, tem o peso perfeito. A linguagem acompanha isso.
Conta histórias de pessoas que tentam sobreviver a uma marcante seca ocorrida no ano de 1915, daí o título.
Ao ler, sente-se a tristeza resiliente dos personagens. Há uma história de amor desconjuntado, há uma história de viagem e de dor, há inúmeras pequenas passagens que nos dão a impressão de estarmos mergulhando naquele ambiente inóspito e seco.
Escrito antes dos 20 anos da autora é um livro de surpreendente maturidade!
Que livro bom!

Renato.Matos 03/09/2022

Delegada do Brasil
Raquel de Queiroz além de ser nomeada Delegada do Brasil entrou para o quadro de imortais, sendo a primeira mulher da Academia Brasileira de Letras.
Ao longo dessa trajetória iluminada escreveu: O Quinze. Um ótimo livro sobre a seca no nordeste no período de 1915. Descreve a história em duas linhas, uma da família humilde e a labuta de busca novos ares fora do Ceará, e a outra de um casal que nunca se uni, mas que se gostam; ela intelectual, exímia leitora, ele vaqueiro, rude.
Nessa trajetória vemos o vocabulário regional, cultura, e toda luta dessas pessoas e até dos animais para sobreviverem nesse ambiente hostil.

duda 17/07/2014

O Quize
Eu estou na pagina 17,estou lendo o livro "O Quinze" com o meu amigo o Leonardo Gabriel estou gostando muito do livro porque,ele conta um, pouco de romance e também conta um pouco de aventura.

Jayline 10/02/2021

A seca de 1915.
O Quinze é o primeiro livro escrito por Rachel de Queiroz, o qual retrata a seca de 1915. Tendo como trama a vida do vaqueiro Chico Bento e sua família e a relação afetiva de Vicente, criador de gado, e Conceição, sua prima professora que gosta de ler livros com temas socialistas e feministas, fato que estranhava a sua avó, Mãe Nácia.

? É um livro essencial, bastante reflexivo e com uma linguagem bem fluída.

? Por meio dos personagens e das descrições do cenário, sentimentos o sofrimento que todas aquelas pessoas passaram pela terrível seca.


"? Em todo pé de pau há um galho mode a gente armar a tipoia... E com umas noites assim limpas até dá vontade de se dormir no tempo... Se chovesse, quer de noite, quer de dia, tinha carecido se ganhar o mundo atrás de um gancho?"

"E apontava para uma vaca pintada de preto e branco, que, magra e quieta à beira da estrada, parecia esperar a família fugitiva para uma derradeira despedida."

"E a criança, com o cirro mais forte e mais rouco, ia-se acabando devagar, com a dureza e o tinido dum balão que vai espocar porque encheu demais."

"E o sol que se punha parecia mais próximo, mais quente, queimando cada vez mais forte a pobre terra calcinada."

"Em vão, mal amanhecia, iniciava a labuta sem descanso, e atravessava o dia todo no duro vaivém do serviço sem tréguas, cavando aqui uma cacimba, consumindo partidas de caroço de algodão, levantando, com suas próprias mãos, que o labor corajoso endurecera, as reses caídas de fraqueza e de sede."

"E os pingos de água, batendo-lhes nos couros ressequidos, como que vazios interiormente, pareciam soar com um retumbo de tambores."

Lívia 21/05/2021

Resenha o quinze
Não gostei e não indico, achei chato e arrastado e não entendi quase nada, tem uma linguagem um pouco complicada. Foi uma leitura obrigatória da escola.