São Jorge dos Ilhéus

São Jorge dos Ilhéus Jorge Amado




Resenhas - São Jorge dos Ilhéus


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Flavio.Vinicius 11/06/2021

Ótimo
Jorge Amado é um dos grandes mestres da literatura. Nesse livro, que faz parte do Ciclo do Cacau, o autor continua a história que havia começado em Terras do Sem-Fim. É um livro ótimo, bem escrito, enredo bem construído, passa uma mensagem de crítica social muito forte e atual. Quem puder ler, não perca tempo: Jorge Amado é nota 10!
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Nélio 01/10/2020

Para quem acompanha, ou conhece, os livros da saga do cacau de Jorge Amado, este livro poderia ser descrito pelo dito “quem com ferro fere, com ferro será ferido”.
Ele é uma espécie de continuação do livro Terras do Sem-Fim. Personagens retornam e os grandes fazendeiros donos do cacau se veem sendo atingidos pela ganância e pela aplicação de um grande “caxixe” pelos exportadores do cacau. Com o golpe bem preparado, os grandes -e os pequenos, também – proprietários das terras de cacau perdem tudo. Seu poderio e seu dinheiro chegam ao fim...
É um ótimo livro de se ler! Vamos nos envolvendo tanto com a narrativa, que não conseguimos parar de lê-lo.
Mais uma vez, destaque para o papel de mulheres fortes, marcadas pela resistência! O sofrimento é marca, claro, mas há um tom de força e resistência em todos os planos que merece atenção. Don´Ana Badaró – novamente-, Julieta e Raimunda são exemplos!
O ruim do livro é que a gente se apaixona pelas personagens e precisamos nos despedir... Eu me prendo muito a personagens cuja construção é bem feita! E Jorge é muito bom nesse quesito.
Não vou falar do que o autor traz quanto às lutas dos grupos sociais... (adorei!)
Uma das grandes passagens:
“Primeiro a terra foi dos fazendeiros que conquistaram ela, depois mudou de dono, caiu na mão dos exportadores, que vão explorar ela. Mas um dia, companheiro, a terra não vai ter mais dono...”
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Marcus.Vinicius 22/07/2020

Sequência de Terras do sem-fim
Sequência de Terras do sem-fim, São Jorge dos Ilhéus segue a temática do cacau. Alguns personagens retornam, como o Capitão João Magalhães, coronel Maneca Dantas, e Dona?na Badaró. Se em seu antecessor Jorge Amado tratou sobre a luta sangrenta por terras travada pelos coronéis, nesse romance a luta continua, mas sob outra ótica: a guerra comercial entre fazendeiros e exportadores. Paralelamente, mostra o desenvolvimento da cidade de Ilhéus por conta do cacau, mostrando uma vez mais a genialidade de Jorge Amado em criar e desenvolver personagens marcantes, tais como coronéis, prostitutas, jagunços, em meio a histórias de amor, traição, política,intrigas e lutas.
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regifreitas 12/10/2019

SÃO JORGE DOS ILHÉUS (1944), de Jorge Amado.

Continuação de TERRAS DO SEM-FIM (1942), Jorge Amado desloca a história para cerca de trinta anos depois dos acontecimentos narrados no primeiro romance. Em meio aos novos personagens e novos conflitos surgidos na esteira do progresso econômico propiciado pelo cacau, reaparecem velhos conhecidos, como o coronel Horácio da Silveira e o filho, Silveirinha, João Vitor e Raimunda, o capitão João Magalhães e Don’Ana Badaró.

Se na primeira obra o autor tratava da briga sangrenta pela terra deflagrada entre os coronéis do cacau, aqui ele se dedica em narrar o declínio do poder desses fazendeiros. Um entrave para as engrenagens e para os objetivos do capitalismo internacional, os coronéis são ludibriados e, em um golpe que os leva à falência, o poder passa às mãos das companhias exportadoras de cacau e seus representantes.

Aqui também a veia política de Jorge Amado transparece de forma mais nítida. Personagens como Joaquim, filho de João Vitor e Raimunda, o poeta Sérgio Moura, e Julieta, esposa do exportador Carlos Zude, e amante de Moura, personificam o surgimento de uma consciência política, ao refletirem sobre as condições dos menos favorecidos. Nesse romance os oprimidos também têm um espaço maior, e o autor nos mostra as dificuldades e a exploração a que são submetidos no seu dia a dia.

Embora tenha gostado mais do TERRAS DO SEM-FIM, esta também foi um leitura muito boa. Por muito tempo eu tive uma certa implicância em relação ao autor (fruto de tentativas de leituras mal escolhidas na adolescência), mas nos últimos tempos tenho me dedicado mais em conhecer a sua obra e minha opinião tem mudado bastante. Hoje consigo entender melhor e reconhecer a qualidade e a importância de Jorge Amado para a nossa literatura.
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Sabrina 26/08/2019

Um dos melhores de Amado!
Jorge Amado é gênio - e, na minha humilde opinião, teria merecido um prêmio Nobel. Na obra São Jorge dos Ilhéus, ele relata a história da cidade de Ilhéus no início do século 20: a loucura provocada pela alta nos preços do cacau, e a desgraça subsequente da baixa, manobra dos exportadores para conquistar a terra. Por mais que nesse livro ele ainda use muitas descrições, que depois somem um pouco e ficam mais rápidas em Gabriela, Cravo e Canela, é um livro genial, que traduz exatamente a sociedade da época, tendo um personagem de cada classe: o grande coronel, o ardiloso exportador, as moças entediadas e ricas, as pobres mulheres da fazenda, os empregados que são escravos, os agricultores pequenos que têm alguns poucos pés de cacau. Nas entrelinhas, há um forte tom político, demonstrando os problemas causado pelo capitalismo. Na superfície, sobra um livro cheio de poesia, delicadeza, compreensão das diversas naturezas humanas e descrições que te transportam automaticamente à Bahia do início do século.

site: https://medium.com/@sabrinadidone
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Fimbrethil Call 24/04/2019

Ótimo!
Jorge Amado é realmente o melhor escritor brasileiro que existiu. Esse livro é muito bom, 30 anos depois de 'Terras do Sem-fim', como estão as famílias e como está Ilhéus. Muito bom, mesmo.
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Mario Miranda 22/02/2019

Menos aclamado que o seu predecessor, Terras do Sem-Fim, São Jorge dos Ilhéus fecha, em minha leitura, uma tríade do "Cacau" dentro da parcela da obra de Jorge Amado que considera-se "engajada". O Cacau inicia a sua abordagem no livro também intitulado "Cacau" (1933), centrado em trabalhadores rurais; novamente em Terras do Sem-Fim (1943), que nos oferece a visão do Coronel; e por fim em São Jorge dos Ilhéus (1944) finalmente contando a história dos Capitalistas.

São Jorge dos Ilhéus é uma continuação do livro antecessor, que após este terminar com os conflitos pela posse do Sequeiro Grande, melhor região para a produção do Cacau, inicia-se o livro seguinte décadas após a esta batalha. Se o primeiro livro narra a Gênese do Cacau, este sem dúvida discorre o Apocalipse do mesmo. Os Coronéis, resquício que Amado sempre se refere com uma ótica Feudal, sofrem as trapaças dos recém-estabelecidos capitalistas, até que aqueles percam suas terras para estes. Mais do que uma narrativa sobre a derrocada de um determinado grupo de produtores rurais, São Jorge dos Ilhéus é a história de uma sociedade pré-capitalista sofrendo os impactos de uma rápida introdução do Capitalismo.

Os Coronéis, após passarem anos de bonança com a valorização do Cacau, endividam-se para sustentar seus consumos mais supérfluos possível - o que em muito se assemelha a tese do "Consumo Conspícuo", do economista americano Veblen - não estando financeiramente preparados para o momento em que as casas de exportação voluntariamente reduzem o preço do Cacau, fazendo com que os antigos Coronéis tenham seus bens penhorados, sendo os novos pobres da região de Ilhéus.

O livro tem todo um pano de fundo abordando a política Tradicional x Nazismo x Capitalismo norte-americano, nos dando um bom panorama da política nacional próximo ao término da 2 Guerra Mundial.

Sem dúvida temos em São Jorge dos Ilhéus um Jorge Amado mais maduro, capaz de elaborar parágrafos mais longos e profundos, com menor utilização de discurso direto e maior introdução do autor na narrativa. Entretanto, apesar deste ser até então, em minha opinião, o melhor livro na parte técnica do autor, o ritmo e a narrativa são por diversas vezes monótono e repetitivo, tornando Terras do Sem-Fim uma melhor narrativa.

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/
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João Ks 29/12/2018

São Jorge dos Ilhéus - Jorge Amado.
Nos tempos áureos das lavouras de cacau, a cidade de São Jorge dos Ilhéus experimentou um franco desenvolvimento urbano, acompanhado da intensa circulação de riquezas pelas mãos dos ilheenses;

As terras férteis do sul da Bahia permitiram o florescimento dos mais belos cacaueiros do mundo. A lei da oferta e demanda, aliada à especulação financeira em torno do comércio de cacau conduziram à crescente inflação do seu valor econômico, dando-lhe a dignidade de verdadeiras pepitas de ouro. São Jorge dos Ilhéus foi, assim, a "Rainha do Sul" da Bahia e o cacau o "fruto de ouro" dos cacaueiros.

Como que numa corrida pelo ouro, as terras da zona do cacau (Ilhéus, Itabuna, etc.) despertaram a cobiça dos lavradores locais e de forasteiros vindos de toda parte do país. A partir de então, acirrava-se a disputa pela terra. Fazendeiros locais, antigos desbravadores da terra e forasteiros ambiciosos iniciam as brigas e as emboscadas para conquista de mais e mais terras à custa de sangue. Ali estão envolvidos os poderosos coronéis, os pequenos lavradores, os pobres camponeses, os jagunços e os hábeis advogados, todos empenhados direta ou indiretamente na conquista das lavouras de cacau.

A história da derrubada das matas da zona de cacau e da ascensão dos coronéis como "donos da terra" é maravilhosamente narrada por Jorge Amado no romance "Terras do Sem Fim", obra que precedeu "São Jorge dos Ilhéus". Esta última dá continuidade à epopéia, narrando a transferência do domínio das fazendas de cacau que saíram das mãos dos velhos coronéis para as das grandes companhias exportadoras de cacau, notadamente as de origem estrangeira. O dramático declínio do legado construido pelos coronéis locais se fez acompanhar do rearranjo das alianças políticas, especialmente da ascensão do integralistas (camisas-verdes) e do aparecimento da militância comunista entre os desamparados da terra (camponeses, jagunços, operários etc.).

O romance "São Jorge dos Ilhéus" é narrado em terceira pessoa. E, na esteira de "Terras do Sem Fim", a trama permanece igualmente envolvente, inserindo o leitor no eclético ecossistema da zona do cacau, onde são contempladas a vida no cais junto ao porto de Ilhéus, a boêmia atmosfera dos cabarés e ladeiras da cidade, os terreiros de candomblé onde viceja a macumba, e o universo rural das fazendas de cacau, desde a casa-grande até às casas dos trabalhadores e "alugados'. O leitor é convidado a testemunhar de perto a rápida evolução da cidade de São Jorge dos Ilhéus, no ínicio um rebento bucólico, tornando-se por fim o mais agitado e rico centro civilizacional do sul da Bahia, com seu comércio de vento em popa e a vida cultural em ebulição.

Nada obstante, o crescimento exponencial da economia local, que trouxe a reboque o desenvolvimento da infraestrutura da cidade e o aumento da circulação de pessoas e riquezas, serviu também para evidenciar ainda mais o abismo que separa os estratos sociais componentes do ecossistema ilheense. De um lado o dinheiro a perder de vista em posse dos coronéis e exportadores, que são pródigos no esbanjamento e no desperdício de suas fortunas; de outro, a miséria dos camponeses, estivadores, operários e jagunços, que vivem à margem da rica e efervescente sociedade do cacau.

Como se vê, uma vez mais Jorge Amado aliou maravilhosamente a beleza da trama regionalista à necessária crítica social que a realidade captada merece.

Boas leituras!
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Lista de Livros 10/01/2015

Lista de Livros: São Jorge dos Ilhéus, de Jorge Amado
“No verão o sol é dono de tudo.”
*
“Os filhos dos coronéis malandreavam nos cafés e o dr. Rui Dantas, em certa noite de porre, os definira com uma frase, que o poeta Sérgio Moura dizia ser a sua única frase inteligente e justa:
- Somos uma geração fracassada...
O poeta não concordava no entanto com a segunda parte da frase.
- Em compensação sabemos beber, o que pouca gente sabe...”
*
Mais em:

site: https://www.listadelivros-doney.blogspot.com.br/2015/01/sao-jorge-dos-ilheus-jorge-amado.html
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zette 21/05/2009

Jorge Amado, narra neste livro, a era do cacau, quando as fazendas dos grandes coronéis após quatro anos de alta, conforme planejado pelos exportadores propositadamente, cai de preço, o que leva os coroneis a refazerem suas contas, e voltar para suas fazendas com intenção de salva-las depois de anos de desperdicio, que foi a época do auge da cultura do cacau. Aqueles homens que tinham lutado, matado pelas suas terras, veem passa-las de mão, sendo que alguns se matam, outros matam os exportadores e vem a miseria. Somente depois que o preço do cacau se fixou é que voltou a paz com as terras nas mãos daqueles que provocaram todo drama da região caucaueira. Temos , figuras que marcam a historia como o Coronel Horacio, Maneco Dantas ,Coronel Frederico, e os exportadoes que formam o eixo da historia.

Otimo livro que dá sequencia ao "Terras do sem fim" publicado antes e que conta a conquista das terras do cacau pelo homem.
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