Feliz Ano Novo

Feliz Ano Novo Rubem Fonseca




Resenhas - Feliz Ano Novo


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Che 08/01/2019

BRUTALISMO DESPUDORADO
Faz mais de dez anos que tive minha primeira experiência com a obra de Rubem Fonseca, precisamente por meio do conto "O Cobrador", que me pareceu meio 'poser de fatalismo' no começo, mas que não desgrudou da memória nos dias seguintes à leitura e logo veio o interesse por conhecer os (ótimos) romances do autor. Tinha, porém, deixado os contos de lado por todo esse tempo. Chegou a ocasião de sanar a dívida. Terminei os últimos dias de 2018 aproveitando a divertida ironia de ler um livro chamado "Feliz Ano Novo".

Nem precisei de muito tempo pra ler: num dia só devorei tudo sem ver o relógio correr. A coletânea de contos do Rubão é irretocável e impressiona como ele tem capacidade de se reinventar. Após o impactante e 'brutalista' conto de abertura (que dá título ao livro e lembra "O Cobrador"), Fonseca dá uma guinada para o humor negro de "Corações solitários", que me surpreendeu tanto pela diferença de ser bem menos pesado que o anterior, mas também por conseguir manter o fio da meada em termos de corrosão e uma dose impressionante de sinceridade e cinismo (no bom sentido do termo) sobre a dita 'literatura para mulheres'.

Seguem-se outros ótimos contos, dos quais talvez tenha me marcado mais o do campeonato de conjunção carnal, imaginado nos mínimos detalhes e regras pelo autor, com direito a variedade étnica de parceiras! De vez em quando ele volta à narrativa quase psicótica e ultra-violenta do conto de abertura, como naqueles contos do 'maníaco do carro', aproveitando para - na comparação com o conto inicial - demarcar as diferenças de como as classe sociais lidam com violência.

Se eu não tivesse um amontoado gigante de outros livros na fila pra ler, ia partir logo para os outros de contos do Rubão. Uma hora invariavelmente vou fazer isso, pelo menos se a nova ditadura militar velada do Colostonaro não resolver censurar a obra do autor, como aconteceu na ditadura militar explícita dos anos setenta...
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Henrique 01/11/2018

Os intervalos mortos
O silêncio que precede a brutalidade. Ler é a forma de invadir o tempo. O silêncio é uma ruptura. Intervalos mortos: em que ocorrem pensamentos, transformações invisíveis. Aqui foi um dos poucos livros em que li na minha vida cujos silêncios materializavam como cataclismo em que a ausência (aparente) de motivação dos atos caóticos das personagens insere com um escândalo numa realidade frágil e pútrida.

Rubem Fonseca diz que a literatura é o lugar de recondução ao momento-escândalo, ao momento-ruptura. Nós vivemos no mundo-escândalo e ele nos faz questão de lembrar isso. Meus olhos vazios acompanham o conjunto de orações acolhendo o que é expurgação pura.

O tempo flutua entre os momentos de frenesi. Os intervalos mortos ganharam vida na recondução ao caos elementar. Para quê você está lendo?
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Iarley Estrela 14/05/2017

Feliz ano novo de Rubem Fonseca é um livro de contos que teve sua circulação proibida durante o período da ditadura militar. A história incomodou ao retratar realidades que muitos tentam esconder, e foi censurado sob a alegação de conter “matéria contrária à moral e aos bons costumes”. Uma experiência de leitura impactante e verdadeira... O autor consegue abordar os dramas sujos da sociedade brasileira de forma totalmente crua. O conto Feliz Ano Novo não apenas dá nome ao livro, como o abre semelhante a um tiro de doze. Publicado em 1975, a leitura não deixa de ser atual, jogando na nossa cara a verdade que ronda nossa existência e que muitas vezes tentamos esquecer. É um chute arrombando a porta que nos impede de enxergar o obvio.
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Ana 04/06/2016

Este é um dos meus livros favoritos. Eu o li pela primeira vez este ano e agora, pouquíssimo tempo depois, cá estou eu lendo-o de novo. Ele me deixou encantada, horrorizada e depois encantada de novo.

Para que se tenha uma ideia do tamanho desse encanto: sei a primeira página de cor. Consigo recitá-la de cabeça, com todas as devidas pausas, entonações e arroubos teatrais necessários. Sempre vou me lembrar da primeira vez em que a li. Minha reação foi uma mistura de choque, encantamento, diversão e uma vontade louca de ler os diálogo em voz alta para que os meus amigos pudessem rir junto comigo (foi graças à essa vontade, ainda não suprida exatamente, que decorei o trecho). O começo é engraçado, tanto pelo diálogo quanto pela linguagem utilizada, mas pouco a pouco - ou de repente, num choque - percebe-se que Rubem Fonseca não quer nos fazer rir. Ele apenas quer nos mostrar a realidade, como ela é. Aliás, ele não quer nos mostrar, ele nos mostra. Se você enxerga ou não, é problema seu. A arte não tem a função de educar, ela só serve para existir.

Gosto muito de todos os contos (menos de "74 degraus", que achei um saco). Os meus favoritos são "Corações solitários", 'Dia dos namorados", "Intestino grosso", "O outro", "Botando pra quebrar" e "Feliz ano novo", este último só por causa do diálogo/cena inicial que tanto me encanta. Ah, tem também "O campeonato", que achei genial.

"Corações solitários" é narrado por um ex-repórter de polícia que arranja emprego num jornal feminino todo escrito por homens (!). "Dia dos namorados" é, acho, o primeiro conto em que aparece Mandrake, um personagem muito bom que, pelo que descobri, aparece em muitos outros livros do Fonseca. "Intestino grosso" é uma entrevista com o Autor, que fala sobre pornografia, literatura, marginalização, canibalismo e um conceito que li pela primeira vez e achei genial: a pornografia da morte. Segue trecho:

"(...)À medida que a cópula se torna mais mencionável e o seu coro de menininhas entoa nos estádios de futebol cantigas com palavrões da velha pornografia, vai sendo escondida uma coisa cada vez menos mencionável, que é a morte como um processo natural, resultante da decadência física, que é a morte pornográfica, a morte na cama, pela doença - e que se torna cada vez mais secreta, abjeta, objecionável, obscena. A outra morte - dos crimes, das catástrofes, dos conflitos, a morte violenta, esta faz parte da Fantasia Oferecida às Massas pela Televisão hoje, como as histórias de Joãozinho e Maria antigamente. Está surgindo, pois, uma nova pornografia (...)."

Eu adoraria falar sobre todos os contos, como fiz na resenha original, mas aí o texto ficaria cheio de spoilers; não quero falar demais sobre o livro para não estragar a experiência de quem ainda não o leu. "Feliz ano novo" foi censurado durante a ditadura, é uma grande pena que isso tenha acontecido, mas é ótimo saber que hoje ele está disponível. Creio que o humor, o absurdo e o linguajar da obra podem atrair muitos leitores, que, como eu, não sabiam ser este um livro possível.
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Gisa 24/05/2016

Um pequeno comentário...
Este foi o primeiro livro que li do autor. E gostei bastante. Quem me conhece, sabe que não sou uma grande fã de livros de contos - apesar de curtir contos. Vai entender né? -, mas esse é realmente bacana. O conto que dá nome ao livro é bem pesado. Mostra uma realidade que a gente tenta esconder. É preciso estômago para ler. Outro conto que eu curti bastante, mas que não recordo o nome, era o conto de um autor. Gente, ele é profundo, pesado até, diria.
Indico o livro a todos. Talvez nem todos irão gostar, pois não são contos leves, mas acho que todos merecem ter a chance de conhecer esse livro.

site: http://profissao-escritor.blogspot.com.br/2016/05/lidos-mas-nao-resenhados-9.html#comment-form
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Viviane 05/11/2015

Feliz ano novo
Feliz ano novo do Rubem Fonseca foi lançado em outubro de 1975 e recolhido pelo departamento de polícia federal e teve sua publicação e circulação proibidas em todo o território nacional. Feliz ano novo é um dos contos que dá título ao livro. Os contos tratam de violência, assassinatos, sociopatas, todo o tipo de mazela humana. A linguagem é simples e alguns são repletos de palavrões chulos como forma de representar a realidade social dos personagens. É um livro que reúne estórias diversas repletas de maldade humana. sSao estórias encontradas facilmente nas páginas policiais. Confesso que fiquei chocada com algumas estórias , e outras nem tanto. A violência dos dias atuais são muito mais estarrecedoras , o que só comprova que a violência, atualmente, vem "evoluindo" assustadoramente. Bom livro, mas não é o tipo de leitura que eu aprecio.
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Peleteiro 29/10/2015

Um livro de altos e baixos
Confesso que achei alguns dos contos "água com açúcar", como o primeiro. Porém, também adorei alguns, como "corações solitários" e "o pedido".
Mas, o que dizer do conto "intestino grosso"? Nossa, apenas com esse conto esse livro já deveria ser posto entre as dez maiores obras da literatura Baiana. Que genialidade!!! Uma grande crítica.
Um livro que se encerra com chave de ouro.
Ju Furtado 21/02/2016minha estante
Perfeito! O conto "Intestino Grosso" já vale o livro inteiro mesmo!! Percebeu também a atualidade do conto, se considerarmos que o livro foi lançado em 1975? Genial, simplesmente genial!




Newton Nitro 09/01/2015

Um soco no estômago da literatura brasileira!
Um dos clássicos da literatura brasileira contemporânea e com razão. Feliz Ano Novo é sensacional, uma das melhores livros de contos que já li. Contos variados e criativos, cruéis e fascinantes, um dos melhores trabalhos do grande Rubem Fonseca, e serve como uma excelente introdução ao autor. Não sei nem qual é o meu conto favorito, todos são muito bons e bem variados entre si. E ainda tem a estréia do detetive Mandrake, que seria o protagonista de romances futuros do Fonseca.

Recomendadíssimo, muito gostoso de ler , cruel e até assustador em alguns momentos, tive um choque ao ler o conto de dá o título ao livro, Fonseca tem muito a manha de pegar o leitor de surpresa, seu texto acertando como um boxeador experiente, soltando cruzados de direita quando esperamos um gancho de esquerda.

Recomendadíssimo!
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Israel145 31/03/2014

Feliz ano novo é possivelmente o livro mais famoso de Rubem Fonseca. Talvez seja também o responsável pela projeção do autor para o grande público, pois os temas tratados são de apelo geral e bem sedutores. Diferente de Lúcia McCartney, onde o autor se rende ao experimentalismo e brinca com a estrutura dos contos, nesse, ele volta às origens com os temas de violência urbana, sexo, loucura e morte, evocando clássicos como Os prisioneiros e a Coleira do cão, só que dessa vez com uma sofisticação impressionante. Talvez o único conto que beire o experimentalismo seja 74 degraus, onde o autor cria uma estrutura narrativa em que cada parágrafo é um miniconto fechado, numerado (1 a 74) e se desenrola a ponto das partes formarem o todo (!). Ademais, temos a crueza rotineira e encantadora de sua obra.
O conto que abre o livro e o batiza é talvez um dos mais impressionantes da obra do autor. Os personagens Zequinha e Pereba, exilados da sociedade, como de praxe em sua obra, egressos de um submundo frio e sujo onde a vida não significa nada, saem para despejar o apocalipse numa festa de ricos no Leblon. Mas é só a pobreza ou a marginalidade que cria loucos e gera violência? O autor mostra que todos independente da classe social, podem se perder nas teias da violência. É o que se pensa após ler Passeio Noturno I e II, onde um executivo bem sucedido sai para relaxar atropelando pessoas na rua com seu carro possante.
Durante a leitura, é possível reencontrar os personagens de sempre se sua fauna urbana, os fracassados, os loucos, os apaixonados, os cínicos e toda a escória que se possa ter em mente.
No conto que fecha a obra (Intestino Grosso) vemos a entrevista a um escritor que filosofa desconcertantemente sobre a arte, a literatura e o mundo atual. Do ponto de vista do escritor, podemos entender o motivo de sua misantropia e um pouco mais da visão do próprio Rubem Fonseca sobre o mundo. Não é de se estranhar a estreiteza entre criador e criatura, principalmente na obra do Fonseca, em que ambos se confundem a ponto de pensarmos que se trata de uma autobiografia e não saber mais quem é o autor, o personagem, a vítima ou o criminoso.
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Arsenio Meira 23/12/2013

Pra você também, Rubem

Rubem Fonseca é o pai - na literatura brasileira - do estilo enxuto, direto, comunicativo, voltado para o submundo carioca, apropriando-se não apenas de suas histórias e tragédias, mas, também, de um coloquialismo que este "Feliz Ano Novo' corrobora e consolida como inovador, sobretudo pelo seu particular realismo cru e cruel.

É um mundo brutal, que começou literariamente a ser tecido por Fonseca em 1963, quando do lançamento do seu livro de estreia, "Os prisioneiros". Para mim, há indícios claríssimos da influência do neorrealismo americano de Truman Capote e nas teias da ficção policial, percebe-se a presença de Dashiel Hammett, pois Rubem destacou-se, tematicamente, pelas descrições e recriações da violência social entre prostitutas, bandidos, policiais corruptos, mendigos. Seu universo preferencial sempre foi o da realidade marginal, por onde perambula o delinquente da grande cidade, mas sem perder de vista a dimensão mais sombria da alta sociedade.

O conto Feliz Ano Novo não apenas dá nome ao livro como o abre como se fosse um tiro de doze ecoando aterrorizante. É um chute arrombando a porta que nos impede enxergar a podridão do mundo, a lama onde nós também estamos enfiados.

A selvageria evidenciada através da violência gratuita, do matar por matar, mostra que aquele não é um simples assalto, mas os primórdios de uma revolução. Não querem apenas nosso dinheiro e nossas jóias, querem vingança, demarcando território com merda em nossas camas, estuprando nossas mulheres, matando por diversão. O grande trunfo de "Feliz Ano Novo" é tratar a violência com frieza, naturalidade, como se fosse algo bastante corriqueiro, o que a torna ainda mais cruel, e retira dela a face panfletária.

Só pelo primeiro conto já valeria a publicação do livro, mas ainda há muito de Rubem Fonseca nas páginas que restam. Os outros contos seguem o ritmo, mesmo depois da paulada de Feliz Ano Novo. Uns não decepcionam (Corações Solitários; Agruras de um jovem escritor; O Campeonato), outros pairam soberanos (Abril, no Rio, em 1970; Botando pra quebrar; Nau Catrineta) e alguns surpreendem (Passeio Noturno; Dia dos Namorados; O Outro; O Pedido; Entrevista; 74 Degraus; Intestino Grosso).

Dividido em duas partes, Passeio Noturno fala sobre um homem que, para aliviar o estresse e extravasar a monotonia de sua vida burocrática, passeia de carro procurando pedestres para atropelar. O melhor de Passeio Noturno encontra-se na segunda parte, onde ocorre o encontro deste homem com uma mulher que ele conheceu no trânsito. A partir desta situação, Rubem Fonseca sugere o mistério através das inúmeras possibilidades que existem em torno do desconhecido, algumas delas perigosas.

Isto também é a força motora dos contos Entrevista e O Outro. Porém, nestes o mistério é potencializado, pois o leitor só tem acesso a um dos personagens, ficando exposto a apenas um ponto de vista, enquanto que o outro permanece envolto de mistério. Além disso, em "O Outro" se pode observar o retrato do momento em que vivemos, violência, paranoia com segurança, a nossa vulnerabilidade e alienação.

A história de Dia dos Namorados já seria interessante, mas torna-se ainda melhor por conta da sua montagem. Rubem Fonseca quebra o que poderia ser contado de forma linear, dividindo a história em duas e alternando-as de maneira semelhante.

Pelo mesmo motivo destaco o conto "74 Graus". Aqui o autor mostra habilidade técnica sublime ao compor uma história através de vários personagens, promovendo um rodízio entre eles na narração da história. A alternância dos narradores é dinâmica como um diálogo, mas permite o acesso a informações que vão além da fala e das expressões corporais, chegando ao que fica escondido, implícito no pensamento. Esta técnica é utilizada em Os Sinos da Agonia de Autran Dourado e também se pode observá-la no cinema, em filmes como Cães de Aluguel, Pulp Fiction Tempo de Violência e Jackie Brown do aclamado diretor Quentin Tarantino.

O livro é fechado por Intestino Grosso, onde Rubem Fonseca cria seu próprio Rubem Fonseca, desnudando um autor que usa a sujeira, a violência, a miséria e escatologia tudo o que há de mais desagradável para compor sua literatura. Intestino Grosso é o posfácio transformado em conto. Ele se expressa justamente através do que as pessoas mais desejam esquecer.

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Henrique 05/04/2013

Uma prosa veloz, estridente, direta, violenta e bela.
É notória a influência da literatura norte-americana em Rubem Fonseca, tal traço transparece de modo inequívoco em Feliz Ano Novo. Os contos que formam essa obra trazem as marcas de um grande escritor: são histórias merecedoras de serem narradas; uma prosa econômica e muitíssimo eficaz; personagens que são tipos comuns e interessantes, o que confere "carne" ao escrito; uma leitura agradável que desenha com maestria as cenas na mente do leitor; uma velocidade vertiginosa nos escritos que não compromete a cadência dos contos. Mas o que mais chama a atenção na letra de Rubem Fonseca é a presença da violência e do erótico. A violência que permeia a maioria dos contos é usada de maneira muito honesta, não é um mero recurso para impressionar ou ganhar a atenção do leitor, não é gratuita, não é espetáculo. O autor tem aquela qualidade presente na obra de Tarantino, isto é, sabe manejar com primazia a violência, e tem uma senso de humor muito aguçado. Quanto à característica erótica podemos dizer o mesmo, é muito plausível, o modo de construção dos contos faz que com as cenas eróticas ganhem uma certa naturalidade, de modo que o leitor percebe que elas deviam estar lá, são de certa maneira inexoráveis. Eu diria que Rubem Fonseca é, quase, que um Bukowski do Brasil.
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Matos 25/02/2013

Uma obra "desbocada"
Feliz Ano Novo é mais uma obra “desbocada” de Rubem Fonseca. Lançado pela primeira vez em 1975 o livro já foi censurado e recolhido durante a ditadura brasileira. Neste livro o autor vai traçando um perfil de classes no cenário carioca, a diversidade das personagens da classe alta e baixa vão contrastando conto após conto com uma visão de cultura, arrogância e perspectiva de vida. A violência, o sexo e o palavreado chulo compõem uma realidade vivida por todos, mas que ignoramos e nos fazemos de surpreendidos quando lemos determinado contexto exposto nesta obra. O “choque” desta leitura é a acida crítica do comportamento social em que nos identificamos ou compartilhamos, daí podemos começar a entender o autoritarismo do regime de 75 sobre o livro. A obra é um emaranhado de pequenos textos que exploram algumas estruturas da oralidade e escrita, ora formal, ora coloquial, com ricas descrições sem deixar espaço para o tédio e conduzindo sempre o leitor a uma reflexão no final de cada conto. O livro começa pelo violento conto “Feliz Ano Novo” e termina com “Intestino Grosso” uma espécie de desabafo sobre as críticas que um autor recebia por suas obras serem “pornográficas”. Sendo ou não o desabafo do próprio autor, “Intestino Grosso” discute qual seria o “verdadeiro” sentido da pornografia e com que devemos realmente nos preocupar. Portanto, “Feliz Ano Novo” tem uma crítica atual integrando sua importância para literatura brasileira, fazendo de Rubem Fonseca um gênio na arte da escrita que merece ser lido.

http://dmatosdemaria.blogspot.com.br/2013/02/uma-obra-desbocada.html
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Dose Literária 20/02/2013

Li este livro em um só dia, e já estou ansiosa para ler uma próxima obra de Fonseca.
É uma das obras mais conhecidas e comentadas do escritor, composta por 15 contos que vão do absurdo ao cotidiano, do impressionante ao inexorável; o primeiro conto que leva o nome do título do livro mostra já de cara a realidade de três marginais em busca de comida para o seu reveillon, de armas em punho escolhem aleatoriamente uma residência de “bacanas” para cometer o roubo e causar diversas sensações no leitor, ora enxerguei a situação com os olhares dos bandidos, ora com os das vítimas, e isso me fez refletir sobre ambas as classes sociais e a diferença dos valores morais e materiais de cada uma delas. Alguns dos contos me deixaram apática como Abril, no Rio, em 1970 e Botando pra quebrar, e outros, extremamente apreensiva como Passeio noturno (Parte I) e Passeio noturno (Parte II).
Continue lendo... http://www.doseliteraria.com.br/2012/02/livros-em-pauta-feliz-ano-novo-rubem.html
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