Ressurreição

Ressurreição Leon Tolstói




Resenhas - Ressurreição


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Rúbia 18/11/2024

Vale a pena leitura, mesmo sendo cansativo
Muito mais fácil de ler do que Dostoiévski. É muito interessante o ponto de vista sobre a difusão cultural da época e sobre como é a diferença entre o poder e o povo, além de ter a percepção de que o século muda mas o mundo carcerário não.
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Pablo.Arvellos 14/08/2024

Uma Odisséia de autorredenção
Acho que, para meu primeiro livro de Tolstoi e, curiosamente meu primeiro clássico russo, posso dizer que esse foi um dos melhores livros que já li na vida.
A história de redenção do príncipe Neklihudov para se perdoar pelos erros do passado, olhando para seu presente é surpreendentemente bem escrito e detalhado, nos fazendo entrar de cabeça na história.
Tolstoi nos faz passar por uma Rússia a beira da revolução, visando com detalhes o sistema carcerário e judicial, a diferença gritante entre os oprimidos e a elite russa, criticando suas diferenças e, sobretudo a forma de viver, mas sem deixar de lado o romance, a experiência de Neklihudov de querer amar Máslova e a que ponto a própria estaria disposta a perdoá-lo e amá-lo também.
A sensação foi de estar acompanhando uma novela das 18h de época, dirigida e escrita por Walcyr Carrasco. Vou sentir muita falta de ter esse livro como companheiro, lendo um capítulo por noite. Com certeza lerei mais obras de Tolstoi!
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RaquelSales17 07/07/2024

Soberbo
Livro incrível a respeito de um grande erro e busca na reparação em que transforma a vida de um homem ao se deparar com a dura realidade social em que vive.
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Luiz111 14/04/2024

A importância da empatia
Mesmo sendo ambientado na Rússia de finais de Séc XIX, Tolstói traz temas relevantes até hoje, como: hipocrisia da religião, injustiças, corrupção dos serviços públicos, indolência dos ricos, falta de empatia.
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Marina 06/02/2024

Ótima reflexão sobre a hipocrisia da sociedade
A leitura é ótima, só achei a metade meio arrastada. Ainda estou refletindo sobre o final, não era algo que eu esperava. Ler Tolstoi é também uma aula de história sobre a Rússia e os pensamentos da época.
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Gabriela3492 05/02/2024

Arrastaaado.
Meu primeiro dos russos clássicos. Leitura muito densa, arrastada, excesso de descrições e história monótona.
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gabrisingr 10/01/2024

Teve alguns capítulos muito bons, mas teve momentos que ja tinha dado o que tinha que dar e n acabava mais
eu ja havia lido a morte de ivan ilitch do autor e quis me aventurar em um mais longo pra ter contato com a escrita pra eventualmente ler Anna Karenina
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Thamiris.Treigher 22/12/2023

Bom, mas meio maçante
"Ressurreição" conta a história do príncipe Nekhliúdov que, certo dia, em uma sala de tribunal que julgava um caso de homicídio, reconhece que a acusada em questão é Katiucha, uma mulher por quem, no passado, se apaixonou, envolveu e abandonou.

Sua vida então muda para sempre. A lembrança de tudo o que viveram e de como agiu com ela provocam muita culpa. Ele conclui que a vida de Katiucha chegou a esse ponto por responsabilidade sua; e que agora vai fazer de tudo para "salvá-la", inclusive casando e ficando ao seu lado o tempo todo.

Ao longo da narrativa, voltamos no passado e conhecemos a história de amor que os dois viveram, como ela foi interrompida e o rumo que cada um seguiu.

Nekhliúdov acha que tudo vai sair conforme sua nova decisão e que vai "recuperar" o tempo perdido. Porém, nem tudo acontece como ele quer. Katiucha não aceita casar e não nutre nenhum tipo de sentimento por ele. Sua vida mudou, ela mudou, e a realidade é bem mais dura do que parece.

A vida de Nekhliúdov passa a girar totalmente nos esforços para tirar Katiucha da prisão ou abrandar sua pena. Assim, ele descobre uma sociedade que não estava acostumado a ver, diante de seus privilégios: os problemas no sistema judiciário e prisional em uma Rússia às vésperas da Revolução.

Ele conhece vários companheiros de cela de Katiucha e suas histórias. Vários foram presos injustamente e por motivos banais. Sua luta para libertar Katiucha se estende a vários outros. Porém, mesmo com sua influência, pouco consegue fazer por aquela gente.

O protagonista - que tem vários traços do próprio autor - sente sua vida vazia e parece buscar sua purificação tentando salvar seu antigo amor, os presos, os trabalhadores rurais e uma sociedade inteira. Isso vira até algo obsessivo e sem limites. Talvez isso reflita a intenção e o sentimento do próprio Tolstói, já que esse foi seu último romance (baseado em uma história real que ele conheceu por meio de um amigo - parecido com algo que ele mesmo tinha vivido quando jovem).

Tolstói tece diversas críticas a respeito do governo, da igreja, do Estado, da repressão judicial, dos privilégios da classe dominante e das propriedades de terra.

Gostei do livro, mas achei várias partes bem maçantes, focando demasiadamente no desenvolvimento das críticas, e deixando o desenrolar da história em segundo plano. Senti falta daquele novelão de Anna Karênina. Aqui, a leitura é bem mais densa e pesada. Mas Tolstói é gigante e sempre vale a pena. Recomendo a leitura!
Gleidson 23/12/2023minha estante
Sensacional! O livro e sua resenha! ???


Thamiris.Treigher 23/12/2023minha estante
Muitíssimo obrigada, Gleidson! ????




Carolina.Gomes 20/12/2023

Não me ganhou
Comecei essa leitura com muita expectativa por ser o último romance de um dos meus autores favoritos.

Esperava encontrar aqui uma paixão como aquela de Vronsky e Anna, achei que o personagem, tentaria se redimir pelo amor.

Não! Pelo menos, não do amor entre homem e mulher (que Tolstoi parece ter tomado aversão).

Em toda obra do autor, sempre observei a crítica, ao casamento, que em muitas linhas ele reputa um mal necessário.

Nesse romance, contudo, tive a impressão que ele quis trazer a ideia de casamento como expiação para ?um mau comportamento?.

A famigerada culpa cristã impregna o personagem e isso me cansou.

Entendo que ele pretendia, não contar uma história, mas denunciar os absurdos do sistema carcerário da época. Essas críticas são relevantes para se repensar o sistema, mas a que conclusão o autor chega?

Só o amor redime. O amor resolve tudo. Se amarmos uns aos outros a humanidade será salva. ( ?!)

Não atribuo nota ao romance. N tenho pretensão de criticar uma obra dessa envergadura tampouco ouso criticar um autor como Tolstoi.

Essa é apenas a minha impressão sobre o que li. Gostei de ter lido, recomendo que leiam, mas não entrou para o rol de favoritos e não considero este a obra prima do autor.

O final ficou em aberto e muitas coisas ficaram no ar. Talvez, como dito, o escopo principal tenha sido angariar fundos para doar aos Doucobores.

Tem forte crítica social, a igreja e ao sistema penitenciário, cujos absurdos ainda são vistos em nossos dias.

Para mim, foi arrastado e cansativo porque busquei aquele Tolstoi de AK e vi um autor premido pelo peso de seus pecados e mais moralista que nunca.

Valeu a leitura, mas me frustrei.
Nath 20/12/2023minha estante
Se o Tolstói achava o casamento um "mal necessário" e uma instituição falida naquela época em 1800 e bolinha.. imagina se ele visse os casamentos de hoje em dia ein, miga?
kkkkrying ?
Sobre isso, o casamento, eu até concordo sim com ele.. mas entendi as suas ressalvas quanto a obra. Ann K e Guerra e Paz são novelões deliciosos, e esperar o mesmo do Ressurreição, onde o Tolstói já tava cansado, rs, talvez tenha sido o motivo da sua decepção. Agora fiquei com receio de achar o mesmo que vc! ? mas lerei mesmo assim, pois já tenho o livro e amo o Tolstói ?


Carolina.Gomes 20/12/2023minha estante
Leia, Nath! Eu leria de novo. Acho q vc me entende.


Gudegois 20/12/2023minha estante
????????




Paula.Steffens 19/12/2023

Meu primeiro Tolstoi - o último dele
O livro nos faz refletir muito sobre como funciona a mecânica do estado em relação ao funcionalismo, as burocracias e a desumanização de todos que ameacem a manutenção da divisão da riqueza. Me levou a pensar sobre as necessidades de castigar que possuímos, destaca profundamente o infundado mito da meritocracia, enxerga o protótipo do crime na ausência de terras para a produção. Com tudo isso de fundo, ele coloca meia dúzia de figurantes pra ter as reflexões humanas. ???
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Lasse_ 15/10/2023

Inspirado pela repressão ortodoxa a um grupo de Dukhobors, uma das muitas seitas cristãs russas que se oporam à ortodoxia católica da época dos tsares, Tolstói escreve Ressurreição com o propósito de auxiliar a emigração dos dissidentes. É importante situar que este romance é posterior ao episódio de iluminação espirital do autor, e portanto carrega uma carga moral nova que se apresenta como a linha principal da narrativa. Desde as primeiras páginas fica muito claro a imagem de um Tolstói escrevendo com uma raiva absoluta de uma sociedade hipócrita que se desvirtuou dos simples ensinamentos de Cristo.

Este romance também se propõe a ser uma espécie de enciclopédia, encompassando todas as esferas da vida russa, tal qual Guerra e Paz o foi. Mas aqui vemos tais esferas como defeituosas. Tolstói não poupa fôlego para enumerar todos os problemas da sociedade russa, e discute assuntos como a premente necessidade de uma reforma agrária em prol do proletário rural, a disfunção dos tribunais e do sistema carcerário, onde inocentes são jogados tanto por erros frequentes dos tribunais quanto por pressões políticas, e a hipocrisia da esfera religiosa, que venera símbolos antes da caridade, a qual deveria ser o pilar do catolicismo.

Mas talvez o que há de mais interessante aqui seja um aspecto psicológico que fica nas entrelinhas. O protagonista sofre uma ressurreição moral que pode se equiparar à do próprio Tolstói, a quem espanta que tudo esteja profundamente errado, mas que ninguém perceba ou pareça se importar. O ponto principal aqui é uma epifania. É somente a custo do próprio ego que Nekhliúdov pode renascer moralmente, mas o estopim ocorre quando ele se defronta com as consequências últimas de seus erros. Antes que isso aconteça, o protagonista encontra aprovação na sociedade que o circunda. Todas as pessoas parecem estar num estado similar de entorpecimento moral, compactuando com os abusos porque mostra-se que a realidade é assim mesmo.

Isto posto, o que Tolstói postula é algo como o bom selvagem, onde a sociedade é que corrompe o homem. A degradação moral vem quando o protagonista "para de acreditar em si e começa a acreditar nos outros", num processo longo de embotamento. A elevação, ao contrário, vem em despertares súbitos, cujo efeito deve ser cultivado conscientemente ao longo do tempo. Mas o fato é que a sociedade, com o sistema político vigente, incentiva o torpor moral em prol do prestígio e dos prazeres da carne, e assim, se cria um sistema onde "ninguém é culpado, mas pessoas foram assassinadas, e assassinadas, apesar de tudo, por aquelas mesmas pessoas que não são culpadas de tais mortes". Somente quando o caso se torna pessoal é que é possível que uma pessoa se dê conta de tais processos.

No mais, é importante lembrar que muitos dos problemas atacados no livro ainda se mantém como tais hoje, como a questão da reforma agrária. Problemas sistemáticos requerem soluções drásticas, revolucionárias, mas essa revolução deve começar com uma ressurreição pessoal para que se tenha uma clareza de propósito.
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Andréia 30/09/2023

Claro, excelente leitura. Livro grande mas a leitura não fica enfadonha. Me decepcionei um pouco com o final, mas não atrapalhou o encanto pela leitura. Trata de diversos temas, a propósito, atuais, como péssimo sistema prisional, diferença de classes, vantagens por conhecer pessoas influentes, prostituição, dentre outros.
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Margolivros 23/09/2023

Encontrando-se no caminho
Falar das obras de Tolstói é um prazer imensurável. O brilhantismo fica evidente em cada página, em cada diálogo ou narrativa.

O personagem central é Dmitri Nekhliúdov, um príncipe russo, na juventude seduz uma jovem que laborava na casa de suas tias.

A infelicidade do príncipe começa quando do seu reencontro com a moça, e para piorar, participando como jurado no julgamento de assassinato, com vários réus, dentre eles Máslova.

Deste ponto começa o calvário de Nekhliúdov, uma luta interna e externa, em busca de reparar o erro cometido no passado.

O livro trata de amor, perdão e ressurreição. As discussões sobre diversos temas são intensas. Nessa leitura saboreamos reflexões sobre o ser humano, seus crimes, punição, humilhação, soberba e por aí vai.

O final faz jus ao desenrolar dessa obra ímpar. Leitura intensa e longa, mas vale cada página.

?????
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