Welliton.Moreira 08/08/2021
Talvez O.k. venha a ser o nosso sempre / Essa história foi um golpe em meu coração
Eu pensei, pensei e pensei muito para escrever essa resenha, pois queria depositar meu inteiro sentimento nessas palavras. Os livros de John Green têm esse pequeno detalhe de me tocar profundamente, a quantidade de sentimentos que as histórias me passam é algo que não consigo explicar. A Culpa é das Estrelas está entre os melhores livros que já li. Neste livro o assunto de destaque gira em torno do câncer, e com ele suas consequências como: dores, medos, inseguranças, não saber se estará bem no dia de amanhã, todo dia é dia de viver uma vida intensa e sem arrependimentos se adaptando às limitações. É difícil não parar para pensar em como pessoas que lutam dia após dia contra essa doença se sentem e através dos personagens principais temos uma leve noção dos problemas e de seus pensamentos. Uma história linda, mas que vem atrelado a uma tristeza.
Hazel, uma garota de 16 anos, com câncer desde os seus 13 é um verdadeiro exemplo, não pelos motivos comuns de toda adolescente, mas sim por sua luta contra o câncer, pelo seu bondoso coração, sua humanidade e sua juventude, e por sua visão objetiva e direta das coisas. Hazel tem uma forma toda natural de lidar com a doença. Durante toda a narrativa, ela é uma garota de se admirar, ela não exalta a doença e nem permite que tal situação domine sua vida, porém não age como se não soubesse do seu futuro esperado, e também da dor de pensar que um dia será o fim de suas experiencias e dias de vida. Além disso tudo, é uma jovem inteligente e bem humorada, sua ironia se torna um marco essencial para a leveza que preenche essa história, elemento esse que cresce consideravelmente com a aparição do jovem Augustus Waters.
Gus (Augustus), tem 17 anos, aproximadamente um ano e meio livre do câncer, dono de um sorriso torto encantador (segundo a própria Hazel), eu definiria Gus como a luz em pessoa, mesmo que seja cheio de dúvidas, imperfeições e medos, ele irradia simplicidade, verdade e a com certeza ‘Esperança’. Seu espirito livre, jovem e apaixonado é comovente e engraçado e sendo assim, ele dá um certo equilíbrio na narrativa. Tudo acontece quando Hazel e Gus se encontram em uma reunião de apoio para crianças e jovens com câncer, a partir desse momento a história cresce e começa a se desenvolver, mostrando o passado de cada um desses jovens, levando-os por um mesmo caminho para que construam um presente, já que o futuro é muito incerto.
Diferentemente do que se pode aparentar, a relação entre Hazel e Gus não é em nenhum momento forçada, é tão natural e simples, exatamente como os livros de Green costumam ser. O romance e companheirismo entre o casal, mesmo sendo o câncer a tê-los unidos, não é a doença que molda a paixão dos dois. E isso meus amigos atinge bem no fundo dos corações dos leitores, nos enche de lágrimas, um amor entre dois jovens na sua forma simplória, sem cobranças ou rancores, que só se complementam.
A emoção vivida por esses jovens, por exemplo, seus medos, dores, perdas, superações, é tudo tão incrível e envolvente. Confesso que chorei demais lendo, eu pude sentir cada sentimento que os personagens sentiam; Hazel é encantadora, forte, ela sabe o que a espera, mas está sempre preocupada com os outros, ela amadurece no decorrer da história e se torna ainda mais incrível. Gus, agora eu entendo porque é tão apaixonado por ela.
Para quem ainda não leu, leia, é uma leitura maravilhosa, mesmo sendo triste. Quanto ao filme não vou opinar por que nem vi e não pretendo, acho que vou me decepcionar com o filme, prefiro manter essa leitura prazerosa que acabei de experimentar.