Lili Machado 06/04/2012Lembra do Dr. Hannibal Lecter? Um cavalheiro..., um gênio..., um canibal.Sete anos se passaram desde que o Dr. Lecter escapou da prisão. E por 7 anos ele tem estado livre para saborear os aromas e gostos de um mundo sem algemas.
Mas... alguns intrusos surgem em seu mundo, perseguindo sua nova identidade, sentindo o mal que o cerca.
Para um multimilionário, para um policial italiano corrupto, e para a agente do FBI Clarice Satrling, que já esteve frente a frente com Lecter e que nunca mais foi a mesma... - a caçada começou.
Todos, cada um a seu tempo e local, querem encontrar o Dr. Lecter E todos vão conseguir o que querem. Mas somente um viverá o bastante para saborear a recompensa...
Na trilogia de Thomas Harris, o primeiro livro: O Dragão vermelho (resenha no blog: http://houseofthrillers.wordpress.com/2012/03/24/o-dragao-vermelho-red-dragon-thomas-harris-serie-hannibal-lecter-2/), filmado como Manhunter, Hannibal ajuda o FBI a capturar um fascinante serial killer. No segundo livro: O silêncio dos inocentes (resenha no blog: http://houseofthrillers.wordpress.com/2011/02/12/o-silencio-dos-inocentes-thomas-harris/), ele serve de consultor para a agente do FBI, Clarice Sterling, e acaba por realizar uma fuga brilhante, apesar de sangrenta.
Anos depois, fazendo-se passar pelo acadêmico Dr. Fell, curador de arte, Hannibal vive uma vida de prazers em Florença, sem matar quase ninguém... só uns poucos para não perder o hábito e não chamar atenção.
A agente do FBI Clarice Sterling não tem a mesma sorte: ela sobrevive a um tiroteio mas é suspensa por comportamento policial truculento. É quando ela recebe uma carta de Lecter.
Quando Mason Verger era um adolescente que sequestrava e estuprava crianças, sua enorme fortuna o salvava sempre da cadeia. Tudo o que ele precisava era de sessões de psicoterapia... com o Dr. Hannibal Lecter.
Graças ao tratamento,Verger encontra-se, no momento, ligado a aparelhos respiratórios, paralizado quase que integralmente. Só lhe resta movimento numa única mão. Sua obssessão é lançar Lecter para seus animaizinhos de estimação o comerem vivo. E ele pagará qualquer coisa a qualquer um, para trazer Lecter vivo.
O conflito apresentado é entre dois monstros: um atraente (Lecter) e outro odioso (Verger), numa das mais irônicas tramas de Harris.
O policial que confronta Hannibal é um italiano chamado Pazzi, que está querendo receber a recomensa pela captura de Lecter. O que acontece quando o policial italiano, se vê sozinho com Lecter?
Como é que a relação de Clarice com Lecter, se torna cada vez pior?
Se você pensa que os fatos são terrivelmente macabros, você está certo – mas os horrores são descritos com bom gosto.
Descobrimos que o que o monstro quer é ordem, e não, o caos – Hannibal pode ser louco, mas aos olhos dos leitores, também é uma espécie de herói.
O livro é repleto de fatos interessantes sobre medicina, história, ciência forense, zoologia, literatura medieval, arte, gastronomia, música clássica, enologia, sobre a cidade de Florença e a lingua italiana – tudo apresentado com o toque de elegância de Thomas Harris.
A loucura de Hannibal começa a ter explicações – o que torna sua história menos misteriosa.
E depois de descobrirmos as razões do canibalismo de Lecter, quase nos sentimos próximos a ele, numa empatia por este homem descrito por todos como monstruoso. O trauma na infância de Lecter explica a preferência dele por carne humana.
O final do livro é controverso e surpreendente. É chocante e inesperado. Nem todos os leitores irão gostar. Mas todos irão pensar nele por muito, muito tempo – eu gostei de cada linha do texto...
Todos os personagens do livro podem ser definidos como da cor cinza – tanto maus quanto bons. Isso não te faz pensar em que cor você pode ser descrito?
Também, não podemos nos esquecer que autor Thomas Harris não precisava ter escrito este livro. Ele estava no auge de sua popularidade com o sucesso do filme “O silêncio dos inocentes”. Já tinha escrito 3 best-sellers sobre o personagem – todos adaptados para o cinema. E estava vivendo no bem-bom na Itália, sem nenhum problema financeiro por todo o resto de sua vida.
Este livro foi, portanto, um presente de Thomas Harris para seus leitores fiéis em todo o mundo.
Um presente que eu gostei muito de ganhar, diga-se de passagem...