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Resenhas - Lisboa


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Andre.28 28/04/2020

A Nociva Naturalização do Salazarismo
Na História com “H” maiúsculo é notório e sabido que muitos personagens históricos são dotados de imensas contradições e, portanto, é muito problemático santificar estes tais personagens. Nem a maior das contradições apaga uma personalidade ou personagem histórico que fez um mal tão grande aos seus semelhantes. Em “Lisboa: 1939-1945 Guerra nas Sombras”, escrito pelo historiador britânico Neill Lochery publicado em 2011 temos uma normalização das contradições de um personagem histórico português: Antonio Oliveira Salazar.

Salazar, um ditador de marca já conhecida e registrada na história portuguesa criou um modelo de política ao qual é conhecido na historiografia como salazarismo. Ele comandou Portugal de 1932 até 1970, e o salazarismo perdurou até depois de sua morte quando finalmente foi posto abaixo pela população portuguesa em 1974. Neste livro o tom da escrita do autor enfatiza as qualidades de Salazar em detrimento ao caráter sanguinário e autoritário de seu governo.

Retratando as dificuldades de Portugal manter a sua integridade territorial e política durante a Segunda Guerra Mundial, Neill Lochery ressalta o papel de Salazar como líder a conseguir tirar vantagem da guerra, mantendo a neutralidade aparente, e se utilizando da antiga aliança Anglo-portuguesa, conseguiu extrair vantagens tanto dos Aliados, quanto das potencias do Eixo. A neutralidade permitiu a Portugal manter-se longe das frentes de guerra, mantendo a integridade territorial. Contudo, a penúria e a pobreza de Lisboa contrastavam com as vantagens econômicas que o governo levava vendendo tungstênio, permitindo a entrada de refugiados de guerra, ricos banqueiros,, atividades de espionagem de ambos os lados do conflito, sem se envolver formalmente com qualquer partido da guerra.

O autor fez um trabalho muito extenso de pesquisa, um esforço monumental através de uma bibliografia e uma vasta análise de documentação. Mas o ponto principal foi o fato da relativização de Salazar, que em muitos momentos é posto como um homem humilde, austero, grande negociador. O autor peca ao dar o tom um suavizado e salvador do ditador. O entendimento do livro se resume a essa frase: “O ditador Salazar salvou Portugal de entrar na guerra e ainda gerou lucros para o país.”

Meu amigo, você não vai mudar o fato de que o Salazarismo é tremendamente nocivo dando toques suaves de normalização da figura de Salazar. Não! O Salazarismo é nocivo! Salazar é um ditador sanguinário e o seu regime do Estado Novo se assemelha a Ditadura Militar Brasileira, é pernicioso e merece estar na Lata de Lixo da História como exemplo de referencial a ser expurgado da humanidade. Compreendo o esforço de pesquisa, mas o autor vacilou feio ao pintar Salazar como salvador da pátria portuguesa.
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Fátima Lopes 05/03/2018

A obra é interessante, mas o autor pecou ao retratar a ditadura salazarista de forma muito branda.
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Marques 24/08/2016

Comecei a ler esse livro na intenção de me familiarizar com o clima de espionagem na Europa-entre-Guerras para minha campanha de RPG Call of Cthulhu e devo dizer que foi uma surpresa ler sobre a política de Novo Estado de Portugal.

O Neill Lochery discorre sobre essa situação inusitada de Portugal durante a 2º Guerra, mostrando-nos os bastidores da política e espionagem num cenário deprimente do governo populista e totalitário de Salazar.


Recomendo àqueles que são amantes da História e que não se prendem àquilo ensinado em nossas escolas.
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Caio 11/01/2015

Onde estão as sombras?
A Segunda Guerra Mundial é campo farto para relatos, pesquisas, romances e explorações, mas Portugal, bem como outros países considerados coadjuvantes, não costumam aparecer como protagonistas das obras. Por isso, ponto para o livro e o autor, que apresenta uma extensa lista de referências e uma pesquisa que subsidia tudo aquilo que é relatado na obra.
Para mim, no entanto, os aspectos positivos param aí. Talvez em uma tentativa de se ater à política externa, o livro carece de conteúdo acerca da sociedade portuguesa e dos aspectos internos do Estado Novo. Salazar é apresentado como um político astuto, capaz, algumas vezes até mesmo como um gênio, enquanto as referências ao regime autoritário, à violência e à censura são, sendo otimista, comedidas. Além disso, o livro por vezes assume um aspecto teatral, se ocupando das peripécias da realeza inglesa e associando o personagem James Bond ao cenário retratado. Talvez esta seja uma estratégia do autor para tornar o livro leve, ou para atrair os leitores estrangeiros. Para mim, não funcionou.
No geral, o livro se destaca pela temática, mas a leitura deve ser feita com reservas.
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Rodrigo 18/04/2014

007 - James Bond é português...
Estou gostando muito do livro. Muito interessante a posição de Portugal (Salazar) durante a 2ª Guerra Mundial. O autor nos apresenta uma Lisboa dividida em duas forças, Aliadas e do Eixo, e Portugal no meio desse jogo de espionagem (interessante saber que Ian Fleming esteve nesta época em Estoril e de lá se inspirou em seu personagem 007) recriando um clima perfeito para se contar a história. Leitura muito agradável...
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Rafo 24/10/2013

Desmistificando
Comentei que estava lendo esse livro com um amigo historiador. "Salazar era alinhado com o eixo, certo?", foi a pergunta dele. O livro mostra de forma competente que a história era muito mais complexa, e que - pelo menos nesse episódio - Salazar salvou Portugal.
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