Resenhas - V de Vingança

Luisa Jordana 22/11/2019

Uma recontagem fictícia interessante
Ao começar a ler a história de V, pensei que seria mais uma com a Segunda Guerra como pano de fundo, com todos os panoramas que já são amplamente discutidos. Muito me enganei, pois essa HQ consegue trazer um enredo inovador com um estado totalitário como base narrativa, o que não é fácil.

Os sentimentos com relação ao protagonista V me foram bastante ambíguos, mas confesso que a admiração e o deslumbramento se sobressaíram, apesar de seus métodos nada éticos de vingança. Seu pensamento, modo de falar, posicionamento e até seus trejeitos são peculiarmente elegantes e dotados de uma certa genialidade. Também me admirei com o desenvolvimento dos personagens secundários em tão poucas páginas, principalmente de Evey, que quase se torna uma protagonista em si.

Me senti como em um transe ao fazer esta leitura, me afundando em conceitos novos e aterradores sobre uma realidade que achei já possuir amplo conhecimento, não por experiência própria. E o mais incrível de tudo, ampliei meus conhecimentos com base em uma história reimaginada, que apesar de possuir contexto diverso e nacionalidade diversa da tragédia que já ocorreu, mostra aspectos praticamente idênticos entre o real e o irreal. Isso tudo me fez pensar que o fim pode chegar para qualquer um, da mesma forma, não importando onde você tenha nascido e que privilégios você tenha no momento, porque nada é para sempre.

Yvan.Leite 17/11/2019

HQ clássico
Verdadeiro clássico do quadrinhos. Seu enredo é bem interessante mas, particularmente, achei maçante, não fui envolvido como esperava, gostei mais do filme.

De qualquer maneira, clássico merece ser lido.

Mey 06/11/2019

Uma poderosa e aterradora história sobre a perda da liberdade e cidadania em um mundo totalitário bem possível, V de Vingança permanece como uma das maiores obras dos quadrinhos e o trabalho que revelou ao mundo seus criadores, Alan Moore e David Lloyd. Encenada em uma Inglaterra de um futuro imaginário que se entregou ao fascismo, esta arrebatadora história captura a natureza sufocante da vida em um estado policial autoritário e a força redentora do espírito humano que se rebela contra esta situação. Obra de surpreendente clareza e inteligência, V de Vingança traz inigualável profundidade de caracterizações e verossimilhança, em um audacioso conto de opressão e resistência.

site: http://agoraqueeusoucritica.blogspot.com/2019/11/resenha-v-de-vinganca.html

Jaine.Rosa 01/11/2019

Ótimo para quem curti teor bem sociallll !.
Uma obra com um Q que pode muito bem ser enquadrada na atualidade.
A história em si como sempre não deixa anda a desejar, porém não são todos que irão curtir algo tão focado no social... Quem conhece já as obras de Alan Moore sabe que o cara é um gênio, junto com as ilustrações , o acabamento temos esse HQ incrível....!
Porém pessoalmente falando não curto muito a temática massante.

Pri A. 10/07/2019

Adorei!!
Devo dizer que simplesmente adorei a história, que me prendeu do início ao fim. Que tirou de mim muitas reações!!! História boa é assim, além de prender a sua atenção faz você ter reações boa. Recomendo a todos.

Fabianna.Batista 23/06/2019

Expetacular

Guynaciria 23/06/2019

V de Vingança é uma HQ, que foi escrita por Alan Moore, escritor britânico mundialmente conhecido por seus quadrinhos:  Watchmen, V de Vingança e Do Inferno. E por David Lloyde, desenhista e roteirista britânico.

A HQ foi publicada inicialmente em preto e branco nos anos de 1982 e 1983, ficando sem um final até 1988, quando a DC resolveu dar continuidade aos trabalhos fazendo a primeira edição colorida da obra. 

Alan Moore, escreveu esse quadrinho com o intuito de dar vasão ao sentimento de medo que os britânicos tinham de uma possível guerra nuclear, já que estavam vivendo no período da Guerra Fria. 

Ele criou um mundo distópico, em um futuro pós apocalíptico de 1997, onde foi instaurada uma nova ordem de governo na Inglaterra. O país começou a ser governado por uma facção fascista, que se utilizavam da força de repressão dos homens dedo (espécie de polícia), além de abusarem de recursos desumanos como era o caso dos fornos de cremação para humanos, campos de concentração, instalações de experiências secretas realizadas em prisioneiros (minorias raciais, sexuais e opositores políticos). 

Na HQ podem ser vistas uma série de referências: Hamlet, 1984 de George Orwell, Fahrenheit 451, Conde de Monte Cristo, cantando na chuva, beethoven...

Além de usar acontecimentos reais para embasar a obra, como o fato da máscara usada pelo personagem principal ser inspirada no rosto de Guy Fawkes, revolucionário que no século XVII tentou explodir a Câmara dos Lordes, que vinham aprovando leis absurdas contra católicos e pessoas pobres. 

A HQ é uma verdadeira aula de como se posicionar contra um governo opressor, que abusa do uso da força para controlar e manipular os cidadãos. V não é apenas anarquista, ele é de fato um instrumento do caos, aquele que traz o desconforto necessário para que haja a mudança. 

@Estantedelivrosdamylla 24/02/2019

Excepcional
Sempre vi pessoas usando a máscara de Guy Fawkes, entendia a referência ao filme (na época não sabia que tinham os quadrinhos), porém nunca entendi a essência, afinal, não havia visto nenhuma das obras.

Quando comecei a leitura dos quadrinhos fiquei impressionada com a estória. Acredito que se encaixa nas distopias apesar de ter uma relação muito próxima com uma realidade vivida há alguns anos em boa parte do mundo.

"V" é um símbolo, um ideal, é luta pela liberdade. Tem o desejo de acordar a sociedade de uma vida anestesiada em que ninguém sabe o que se passa, onde o conformismo reina. Por isso e outros detalhes da obra, recomendo a leitura, visto que vem para despertar o senso crítico, além de ser uma obra extremamente interessante.

Darllan.Senna 24/02/2019

Da Destruição a Criação
Um final aberto sem dúvidas, que somente pode ser compreendido através da análise da obra em sua essência. V de Vingança é uma daquelas histórias necessárias para repensar o quão frágil é a liberdade. Seja ela manifesta no comportamento individual ou social.

Sartre costumava dizer que nós somos condenados a ser livres. Em V de Vingança essa condenação é mais do que bem vinda. É a nossa integridade que está em jogo, a mesma a nos tornar humanos. A obra traduz isso de forma genial.

MarcosQz 31/12/2018

Evey e V tem sua história cruzada. Evey e Valerie acabam por ter um momento em comum. Uma biografia num papel higiênico.

V de vingança se tornou a minha HQ preferida. É uma história boa, bem construída, personagens que cativam aos poucos, outros que odiamos. É um mundo cruel, uma vida pós guerra, sem esperança. V ainda é essa esperança, mesmo com seus atos criminosos que por um grito de liberdade se tornam atos de salvação. Tudo é arma para V e ele precisa de alguém, precisa dar continuidade.

V de vingança foi uma leitura espetacular, finalizando o ano com chave de ouro.

Ton 31/07/2018

Remember, remember, the 5th of November...
Allan Moore é um escritor que leva os quadrinhos a um nível acima de todos.
V de Vingança é minha HQ predileta (assim como o filme V de Vingança também é um dos meus prediletos).
Um Terrorista de ideologia anarquista luta Vs. Uma Inglaterra dominada por um governo fascista é o esqueleto dessa obra maravilhosa.
Frases marcantes repletas de filosofia e questionamentos morais que se encaixam bem nessa época que vivemos (sendo que sua obra foi feita a quase 30 anos atrás) mostra e confirma que uma idéia/ideologia vai além de pessoa, de um rosto e de um nome. Uma ideia é a prova de balas e a necessidade de liberdade é atemporal.
A HQ também é um dos exemplos que HQ's não são leituras apenas infantis e que quando direcionada para o público adulto usando uma boa história e belos traços se torna um item essencial na estante de todo leitor.
Para fechar, a icônica mascará usada por V representa o rosto de Guy Fawkes que era o especialista em explosivos no grupo de conspirados que queriam explodir a Câmara dos Lordes e matar o Rei Jaime VI e I na Revolta da pólvora. Após conhecer o que foi tal revolta a mascará e a luta de V (e até mesmo o momento em que se passa a história da HQ) passam a ganhar muito mais beleza.
(Há uma minissérie de 3 episódios de 2017 produzida pela BBC chamada Gunpowder que retrata a Revolta da Pólvora. Um ótimo elenco que conta com Kit Harington, Liv Tyler, Mark Gatiss e outros. RECOMENDO).
Recomendo fortemente a leitura, Vale (e muito) a pena.
:)

Cleber Farinazzo Jr 09/04/2018

V de Vingança (Alan Moore)
(trilha sonora: "Take The Power Back" - Rage Against the Machine)

V de Vingança é um dos maiores clássicos dos quadrinhos. A história apresenta um possível futuro imaginado por Alan Moore, em que a Inglaterra teria sido tomada por um regime fascista. Um homem luta de maneira solitária contra o sistema, assassinando desde soldados rasos à líderes e atuando como um tipo de vigilante nas ruas, protegendo alguns cidadãos da conduta abusiva dos agentes do regime. Esse homem se esconde atrás de uma máscara de Guy Fawkes e se apresenta como "V". Mas sua luta não é só contra o regime. É também uma luta pessoal. Há pessoas que lhe cometeram mal e ele deseja vingança.

A partir desta premissa, temos aqui o que se tornaria um símbolo conhecido em todo o mundo: a máscara de Guy Fawkes, representando luta política, revolução, combate ao sistema vigente.

Guy Fawkes foi um homem preso na Inglaterra em 5 de novembro de 1605, ao ser denunciado o seu plano de tentar explodir o parlamento inglês com barris de pólvora durante uma reunião dos membros do parlamento.

O protagonista, V, acolhe uma menina que foi salva por ele de um ataque durante uma repressão policial e é a partir das conversas de V com essa menina que tomamos conhecimentos de suas motivações e ouvimos seus discursos.

A história também acompanha alguns agentes do regime e suas tramas pessoais, incluindo alguns conflitos por posição e poder.

A graphic novel é guiada por discursos de luta, tentando inflamar no leitor um desejo de tomar atitudes. De maneira recorrente, os conceitos da anarquia são comentados e defendidos, sendo dito
que pode ser preciso um período de caos e luta para derrubar um governo nocivo que nunca seria transformado por meios pacíficos. Após esse tempo de guerra civil, uma nova sociedade poderia ser erguida, sem líderes ou regras impostas, em que cada cidadão seria seu próprio representante e que a ordem seria regida pelo coletivo, não por superiores que lhe dizem o que fazer, em que acreditar ou que tipo de cultura podem consumir.

No que diz respeito ao seu propósito idealista, a graphic novel consegue ser eficiente. Terminei o volume com vontade de sair imediatamente de casa e fazer alguma coisa, nem que fosse jogar uma pedra na vidraça de um político e pixar um V enorme no muro (mas já estava muito tarde, então eu só bebi um copo de água e fui dormir).

Quanto à qualidade da escrita, eu fiquei um tanto decepcionado. O primeiro contato que tive com Alan Moore foi lendo a graphic novel Do Inferno e lá encontrei um escritor impressionante, com bons personagens, bons diálogos, narrativa friamente calculada e nenhum defeito para ser apontado. Tudo lá era excelente. Uma obra para se admirar. Já em V de Vingança eu não gostei de diversas coisas. O próprio Alan Moore fala em um prefácio do livro que nessa obra há muitos sinais de sua imaturidade criativa na época.

Não consegui me importar com o protagonista em nenhum momento. Muitas cenas me pareceriam forçadas e teatrais demais. As subtramas não me geraram nenhum envolvimento. Além de outras coisas que me incomodavam.

Além do discurso político, não havia nada para me prender. A história é dividida em três partes e apenas na última eu realmente sentia vontade de ficar lendo. Antes disso, eu continuava lendo apenas porque já havia começado.

Mesmo assim, eu recomendo a leitura. É uma obra importante, com ideias que merecem ser lidas, apesar de não ser muito eficiente na parte ficcional da coisa. O final me agradou bastante. Tomou um rumo bem inteligente.

"Você tentou me matar? Não há carne ou sangue dentro deste manto para morrerem. Há apenas uma ideia. Ideias são à prova de balas"

3/5

Nathy 22/03/2018

A Hq da minha Vida
O ano é 1998, o planeta foi devastado pela terceira guerra mundial. A Inglaterra saiu dessa guerra com um regime fascista. Lá, por algum motivo não se vê mais negros, ou paquistaneses, ou homossexuais, ou qualquer pessoa considerada diferente. Crianças trabalham em fábricas de fosforo para conseguir sobreviver, as ruas estão cheia de homens da polícia, a maioria sem escrúpulos. E a população? Leva na normalidade, isso não atingiu suas vidas, suas casas.
Em um h5 de novembro tudo começa a mudar, quando um atentado terrorista abala a força do poder do governo. Logo depois várias pessoas importantes começam a sumir, deixando os responsáveis pela manutenção desse sistema comandado pelo computador Destino e seu Vigia em polvorosa. E isso é só o início, o início da mudança.
V de Vingança é uma linda HQ que tem como protagonista uma pessoa que nos deixa na duvida se é um herói, ou um excêntrico, um louco em busca de vingança ou alguém em busca de tirar as vendas de um país inteiro. É uma vingança ou uma libertação?
Sou apaixonada pela história do V desde que vi a adaptação cinematográfica, muito boa por sinal, em 2008. O roteiro é incrível, as falas profundas e nada acontece por acaso. Já havia lido a HQ , mas nunca em ordem. Dessa vez pude captar toda sua essência e ficar ainda mais apaixonada.
Cheia de referências literárias, como Shakespeare (Isso já me conquistou nas primeiras páginas) e um protagonista maravilhoso, icônico tem seu epicentro em torno de uma tentativa de vingança, que ao decorrer da história lhe deixa em duvida se não é a tentativa de abrir os olhos das pessoas acomodadas que preferem não ver o que acontece bem debaixo do seu nariz.
Com uma ambientação futurística e adaptada para a época do lançamento me conquistou imediatamente, os traços e a cores também. Não sou muito chegada a ler HQ’s mas essa é muito perfeita.
A narrativa te prende e te surpreende, deixando cada vez mais interessante e intensa. Todos os personagens tem uma evolução incrível e o protagonista é realmente cativante. Você entra na história e quando se vê está refletindo, ponderando sobre vários fatos que estão ali.
Como um último aviso, qualquer semelhança com uma realidade cada vez mais iminente, não é mera coincidência.

morcega 31/01/2018

Muito atual
Sou um pouco suspeita pra falar desse livro, porque já assisti ao filme muitas vezes e é um dos meus favoritos. Mas devo dizer que tive uma bela surpresa durante essa leitura: a HQ consegue ser ainda melhor que o longa!

V de Vingança foi escrito há muito tempo e fala de uma Inglaterra futura (dos anos 90), mas poderia ter sido escrito agora e estar ambientado no Brasil, ou nos Estados Unidos. É extremamente atual, fala sobre minorias, religião, poder, liberdade, política, luta, revolução, caos e, claro, vingança. Os personagens são muito humanos e complexos.

Essa vai ser uma resenha bem breve, porque sinto que não tenho como escrever o tamanho da obra de Alan Moore, é preciso lê-la para sentir sua grandiosidade.

site: http://leituranoturna.com