Marcos Aurélio 02/07/2021Providência e determinaçãoA obra de Daniel Defoe é maravilhosa.
Foram 32 dias de uma leitura prazerosa, que superou a formatação ruim, letras pequenas, sem espaço entre os parágrafos e parágrafos longos.
Robinson Crusoé nasceu em 1632 em York, na Inglaterra. Desde jovem apresentava tendência a deixar-se levar por uma vida "errante", para desespero do pai, comerciante que havia acumulado boa fortuna e desejava manter o filho sob seu teto, cuidando dos negócios da família.
Mas o pequeno Robinson parecia determinado, e o pai o chamou uma manhã para dissuadi-lo, "ele me pressionou o quanto pôde, e da maneira mais afetuosa, a não agir como um menino, a não me precipitar em provações de que a natureza e a condição de vida em que eu nascera podiam manter-me a salvo".
Temporariamente o pai manteve o filho em casa, até que no dia 1º de setembro de 1651, o jovem iniciou sua jornada.
Em setembro de 1959 chegou a ilha onde passaria 28 anos, Crusoé enfrentou tempestades em alto mar, e sequestro. Sempre amparado pelo que chamou de "Providência", conseguiu escapar, sobreviver e prosperar.
Quando chegou a ilha na costa da América, próximo a embocadura do Rio Orinoco, foi como único sobrevivente de seu último naufrágio.
Persistente, soube utilizar os recursos que a natureza lhe deu, sem que passasse fome ou ficasse desabrigado.
Embora sentisse falta de algumas coisas, sabia que tinha tudo o que precisava, "...todas as boas coisas deste mundo só são boas para nós na medida em que nos tem algum proveito, e que tudo que podemos juntar para dar aos outros só nos vale alguma coisa na medida em que nos foram útil, e não mais".
Quando descobriu que "sua ilha" era visitada por selvagens, para rituais de canibalismo, salvou a vida de uma vítima e o fez seu criado. Sexta-feira mostrou-se não apenas um escravo, mas um amigo leal que daria a vida por aquele havia lhe salvo.
Voltou à Inglaterra em 11 de julho de 1687, e descobriu-se rico, pelos rendimentos dos engenhos de cana de açúcar que havia comprado em sociedade de passagem pelos "brasis".
Robinson encontrou-se com Deus e o diabo, enquanto esteve na ilha, mas preferiu sempre enaltecer, amar e valorizar Deus, a quem chamou de "Providência".