Wagner Fernandes 29/01/2023Um clássico da aventura que inspirou outro clássicoFechando a Maratona dos Clássicos de 2023.
Estamos em 1650. O jovem Robinson se rebela contra os pais e parte num navio como grumete, viaja por vários lugares, sofre naufrágios e ataque de piratas, enfrenta canibais, é resgatado por um capitão português que se torna seu grande amigo e Robinson vira fazendeiro no Brasil. Precisando de escravos, parte para a África, onde um naufrágio o deixa como único sobrevivente numa ilha em companhia de um cachorro. E ali vive por anos... (Tem horas que seria bom ir para uma ilha deserta. Imagine poder levar uns 500 livros e passar anos lendo!) rs
Mas, falando do livro, o Brasil é destaque na história, sendo muitas vezes citado. Conhecemos alguns costumes aqui no século 17.
Ao longo da narrativa conhecemos Sexta-Feira, o personagem que me fazia lembrar dessa história quando criança. Mas eu não lembrava do que se tratava a trama, apenas que era a história de um náufrago. Afinal, tem tantas versões e variações de "Robinson Crusoé"! "A família Robinson" era uma série onde uma família sofreu um naufrágio e vivia numa ilha; "Perdidos no Espaço" conta as aventuras de uma família Robinson cuja espaçonave se perde no espaço e fica "naufragada" num planeta. O próprio "O Náufrago", de Tom Hanks, também deriva do livro original. Interessante como uma única história pode gerar inúmeras outras.
Levando em conta a época em que foi publicado (1719), é um livro revolucionário na literatura de aventura. 60 anos antes da Revolução Francesa, 57 anos antes da Independência Norte-Americana... Isso faz tempo! Foi há 304 anos que Robinson Crusoé estreou sua aventura nas páginas da imprensa. Robert Louis Stevenson potencializou o gênero da aventura no mar (piratas, ilhas, etc) com "A ilha do tesouro", publicado mais de 160 anos depois de Crusoé. Não se pode avaliar uma obra por nossos padrões atuais. Seria tolice. Mas este é um livro digno de figurar entre os clássicos por sua inovação. Claro, pode parecer um pouco lento para nós que nos acostumamos com a ação cinematográfica, a adrenalina hollywoodiana, mas a leitura ainda é prazerosa. E vale a pena essa viagem.
Nota 4,0.