Marcus 12/03/2022Retrato tocante da sociedade brasieliraEscrito em três atos, “O Pagador de Promessas” foi encenado pela primeira vez em 1960. Levada também par ao cinema, dois anos depois a obra foi premiada com a Palma de Ouro no Festival de Cannes - único filme brasileiro a conquistar essa honraria, até hoje.
Em “O Pagador de Promessas”, Dias Gomes confronta a fé e a ingenuidade de Zé do Burro com a intolerância religiosa e o autoritarismo. Acompanhado de sua esposa, Rosa, o lavrador carrega uma pesada cruz por mais de quarenta quilômetros para colocá-la aos pés da santa e cumprir sua promessa, mas encontra as portas da igreja e as mentes fechadas.
O autor cria uma forte tensão à medida em que a simplicidade de Zé do Burro entra em choque com o preconceito. Ao mesmo tempo, as pessoas começam a se dividir frente à evolução do episódio, enquanto outros personagens vão sendo envolvidos. Zé do Burro é alvo da imprensa sensacionalista, e Rosa é assediada por um gigolô.
Traços da cultura brasileira são retratados com maestria pelo autor. A culinária, a capoeira, o sincretismo religioso. Um texto curto, mas de profunda crítica social.
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