LAPLACE 14/03/2024O Teorema KatherineÉ difícil falar sobre esse livro, porque eu comecei querendo largá-lo e terminei gostando muito. Achei Colin um personagem muito chato quando iniciei a leitura. Eu entendo que ele pensa de um jeito diferente da maioria das pessoas, mas ele tem umas coisas que o tornavam insuportável. Assim como Hollis sempre revirava os olhos quando falava de um determinado alguém, eu fazia o mesmo toda vez que Collin chorava por Katherine. A história começa poucos dias após eles terminarem, então é normal que ela esteja bem presente em sua mente ainda, mas até o sopro do vento o fazia lembrar dela e isso me fez querer largar o livro algumas vezes.
Hassan foi outro personagem que não me conquistou logo de cara. Ele falava muita besteira, e por várias vezes a única coisa que eu queria era mandá-lo calar a boca. Até que ele entregou o melhor monólogo, não só da obra, mas de muitas coisas que já li. Em parte foi porque ele deu um esporro no Colin e eu ainda tinha ranço dele nesse momento? Sim, isso contribuiu, mas mesmo assim as palavras dele foram lindas e eu não esperava isso do personagem. Acho que essa foi a intenção do John com ele, fazê-lo ter uma atitude que ninguém imaginaria que ele seria capaz.
Até pelo próprio Colin, no final de tudo, eu criei certa simpatia. Ele têm umas conversas com a Lindsey que são muito, mas muito, muito boas mesmo. Aliás, Lindsey foi uma das duas personagens que eu gostei desde o começo, a outra foi Hollis. Tem uma conversa específica entre Colin e Lindsey que arrepiei lendo, de tão real que ela parecia. Era muito fácil o leitor se assemelhar com o diálogo. E que química tinham eles dois. Eu não sei se é possível personagens literários terem química, mas Colin e Lindsey tinham uma química palpável nas páginas.
A obra que começou como uma aventura enfadonha para Colin superar a ex, com personagens rasos e entediantes, terminou mostrando que tudo não passava de uma fachada para o que o John apresentaria mais pra frente. O final foi bastante óbvio, mas o caminho para ele foi lindo, e para mim isso é o que vale. Acredito que tenha se tornado minha obra favorita do John Green.