spoiler visualizarLua_a 13/09/2023
Ah, o amor...
Não consigo descrever o quanto esse livro me cativou, o quanto me fez emocionar e segurar o choro. É uma leitura tão gostosa e apaixonada, tão viva!
No início não se compreende a relevância de Marguerite, mas quando a história começa de verdade, é impossível não se apaixonar pela cortesã e pelo Armand.
O amor deles é tão delicado, tão carinhoso e ainda sim levemente conflituoso...
Não consigo nem imaginar tamanha a dor de Armand quando ela se foi de vez.
A angústia dela é totalmente visível, as cartas fazem qualquer um se doer de piedade e dó. Imaginar q ela não pôde o ver uma última vez é extremamente doloroso.
Fica aqui uma passagem q eu adorei:
"Sempre se associou o campo ao amor, e fez-se bem: nada enquadra a mulher amada como o céu azul, os perfumes, as flores, as brisas, a solidão resplandecente dos campos ou das florestas. Por mais que se ame uma mulher, não importa a confiança que se tenha nela, por mais certeza sobre o futuro que nos dê o seu passado, somos sempre mais ou menos ciumentos. Se já esteve apaixonado, seriamente apaixonado, deve ter experimentado aquela necessidade de isolar do mundo o ser no qual você gostaria de viver por inteiro. Parece que, por mais indiferente que ela seja àquilo que a cerca, a mulher amada perde seu perfume sua unidade ao contato de homens e de coisas. E, eu sentia isso bem mais do que qualquer outro. Meu amor não era um amor comum: eu estava
tão apaixonado quanto uma criatura comum pode estar, mas por Marguerite Gautier, o que quer dizer que em Paris, a cada passo, eu podia esbarrar em um homem que fora o amante dessa mulher - ou que seria, futuramente. Ao passo que no campo, em meio a pessoas que nunca haviamos visto que não prestavam atenção em nós, no seio de uma natureza toda enfeitada pela primavera - esse perdão anual - e separada do barulho da cidade, eu podia esconder a minha amada e amar sem vergonha e nem temor."