janresenhando 13/11/2024
O parque de diversões mais tedioso do mundo
O parque de diversões mais tedioso do mundo.
Foi a impressão que tive ao terminar a leitura de "Joyland". A história é sobre Devin Jones, um universitário cansado de esperar que algo incrível lhe aconteça, então decide trabalhar no parque de diversões durante as férias.
Dev é um personagem cheio de carisma, mas preso em uma história que gira em círculos. Stephen King sabe muito bem como criar personagens que nos fisgam logo de cara, não foi diferente aqui. Os dilemas da vida adulta de Dev se tornaram meus em poucas páginas, pois assim como ele, eu também sou um jovem adulto em busca do meu lugar no mundo, à espera do momento em que saberei o que fazer da minha vida. Acho que todos nós estamos, não é?
Diante disso, seguimos o protagonista em sua jornada no parque, onde ele se diverte, se encontra, é herói, investigador e um grande amigo.
Há um mistério, claro. Uma garota, Linda Grey, foi assassinada pelo seu namorado na Horror House, o trem fantasma de "Joyland". Mas, isso está longe de ser o foco da história como a sinopse induz. Tal trama demorou engatar e quando aconteceu, eu não me importava mais com o assassinato, tampouco em quem o cometeu. Eu só queria terminar a leitura.
A melhor coisa do livro com certeza são relacionamentos construídos entre o protagonista e seus companheiros de Joyland e com o garotinho paranormal, Mike, que o ajuda encontrar o assassino de Linda Grey. A escrita, embora enrolada, é super dinâmica e divertida. A tradução está entre os pontos positivos do livro.
Como dito, a história tem muita enrolação, e a gente fica esperando pelo momento em que valerá a pena. Não tem terror, nem suspense. Acho que se tivesse sido mais compacto teria funcionado melhor. A diagramação está entre os pontos ruins do livro.
Essa é uma história que vale a pena se você estiver disposto a mergulhar nos dramas de um jovem adulto que não sabe o que fazer da vida, mas não espere terror ou foco nos mistérios de Joyland.