Paulin 01/06/2020
Cadência
Pra quem manja do básico do futebol mundial, sabe que o time do Barcelona, principalmente na época de Pep Guardiola, efetuava com maestria uma troca de passes envolvente, que dava gosto de ver jogar. A primeira vista, o jogo do barça parecia lento demais, mas se você der tempo pra ele mostrar todo o potencial, vê que a cadência que eles provocavam tinha uma objetividade e era plasticamente bonito de ver, emocionante.
Pra quem conhece o estilo de escrita de Stephen King, sabe que o autor adora uma história cadenciada, na marcha lenta mesmo. Mas se engana quem pensa que isso significa ser massante ou entediante. É envolvente, imersivo e sutilmente convidativo a cada página.
Assim como o Barcelona de Pep, King em Joyland opera a cadência como poucos e faz brilhar o olho de quem tá participando; faz o leitor, assim como o torcedor no caso do time catalão, ter adorado não ter a menor pressa, afinal, quem tem pressa de se despedir de uma experiência prazerosa?