Lethycia Dias 12/05/2022Retorno a um antigo favoritoEsta foi outra releitura que fiz recentemente e era um livro que tinha certa cautela para pegar: li pela primeira vez extamente dez anos atrás, e toda pessoa que costuma reler sabe que às vezes, a gente acaba deixando de gostar de algumas coisas. Mas meu amor pela segunda geração do romantismo brasileiro está vivíssimo!
Lira dos vinte anos reúne poemas de Álvares de Azevedo reunidos após a morte precoce do autor, e é dividida em três partes que destacan sonhos juvenis e amores puros; um profundo pessimismo com a vida; e um entendimento mais bem-humorado dos anseios e desejos da juventude.
É um bom representante da escola literária em que se insere, contendo todos os seus elementos: o amor por uma mulher inatingível; a busca pela solidão e pelo contato com a natureza; a falta de esperança em relação à vida; o culto à morte e a coisas macabras. Ainda se destacam a admiração por outros escritores do gênero, pois frequentemente o autor cita, seja em forma de epígrafe ou no texto de seus próprios poemas, diversos escritos românticos estrangeiros. Entre eles estão Goethe, Gautier, Byron e Victor Hugo.
Relendo, consegui identificar bem o que me fascinava tanto nesses poemas durante a adolescência. Embora eu reconheça que muitos dos poemas se repetem, evocando imagens e pensamentos parecidos, ainda gostei da maior parte da leitura. Apenas a segunda parte não me envolveu tanto como eu esperava, mas tanto a primeira como a terceira me agradaram mais ou menos da mesma forma que eu me lembrava tempos atrás.
Não é uma leitura para todo mundo: poesia, e ainda mais de um movimento tão especifico, não costuma agradar a todos. Pra mim, foi um ótimo retorno a um antigo favorito.
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