Japa 13/07/2024
Um livro impactante
Somos iniciados a história dia 8 de novembro de 2000, quando a Eva começa a escrever as cartas ao esposo.
Eva se sente culpa pelo que o filho fez, e a todo momento ela parece se punir pelos crimes do filho. A final, a sociedade sempre culpa a mãe, pelo mau comportamento do filho, nesse caso não seria diferente.
Eva, assim como ?A Eva do paraíso?, foi culpada por todo mal infligido. Sempre a culpa é da mulher, não é mesmo? Ela mesma sentia que tinha uma certa parcela de culpa.
Ela, afinal nunca desejou o Kevin. Eva amava o Franklin, e ele sonhava em ser pai. Por Franklin, Eva abriu mão de sua liberdade de escolha ao se tornar mãe.
?Eu poderia ter vivido sem filhos. Não poderia viver sem você.?
Eva odiou a maternidade desde o início, ela odiava a gravidez, odiava as restrições e odiou o Kevin. Entretanto, Eva amou a sua filha desde a concepção. Celia foi desejada e amada verdadeira, Kevin mesmo pequeno notou o fato.
Kevin sempre deixou claro que sabia que a mãe não o amava e talvez por isso nunca sentiu necessidade de usar máscaras com ela. Ele tinha prazer em causa repulsa na mãe e assim o fez.
O livro nos faz, a todo momento, questionar. Nos vemos confrontando a romanização da maternidade, a ideia que o desejo de ser mãe é nato, que temos o dom da criação e que devemos amar nosso filho acima de tudo. Quando na verdade é tudo falácia, nem toda mulher nasceu para ser mãe, a experiência da maternidade e diferente para cada ser, a mãe não e a única responsável (existe outros aspectos, o ambiente, a sociedade, a cultura...) pela criação de seus filhos e a maternidade não é algo que deve ser imposto a alguém.
Me pergunto será mesmo que toda mãe realmente ama seu filho? Até onde é possível amar e perdoar um filho? Até onde os pais podem ser responsabilizados pelos erros de um filho?
Resumindo, recomendo a leitura! Anotei inúmeras coisas, porém estou tentando evitar o spoiler.