Adriana Scarpin 21/06/2024Memórias do Cárcere estreava há 40 anos em São Paulo.
Esse ano decidi ler o livro do Graciliano e rever o filme do Nelson e eu deveria ter ficado quieta no meu canto porque só me trouxe degosto. Não me entendam mal, são ambos obras-primas, mas me causaram um mal estar que foi muito difícil de lidar.
Primeiro o livro, a descrição de forma grotesca que o Graciliano faz de corpos negros é absolutamente ultrajante, como boa histérica, demonstrações de racismo me causam mal estar físico e real vontade de vomitar e foi bem difícil passar por tais descrições. É claro que a esquerda branca coloca isso para debaixo do tapete clamando o quanto que Graciliano lutava pelos direitos dos negros, como se isso o isentasse de um racismo internalizado que uma análise do discurso básica derrubaria em três segundos.
Agora o filme, o Vereza como protagonista totalmente arruinou a experiência pra mim, quando o vi pela primeira vez há uns 30 anos, o ator ainda não era um facho 🤬 #$%!& e tenho a mais absoluta alergia a facho.
Voltarei a ver quando completar 50 anos, quem sabe lá eu esqueça esses filhos da puta e me concentre exclusivamente no que estou vendo na tela.