Érika 24/11/2019Atirou no que viu, acertou no que não viu(A resenha aborda os dois volumes, por isso está marcado com o aviso de spoiler).
Se o sofrimento faz um bom artista, segundo uma opinião que corre por aí, a Graciliano Ramos não faltou preparo para compor obras-primas. Até preso injustamente o escritor foi, experiência que lhe forneceu material para produzir um de seus mais célebres livros, Memórias do Cárcere.
Diferente de outras obras de cunho autobiográfico do autor, esta já estava rodeada de expectativa muito tempo antes de surgir, por documentar não apenas sua vida, mas um período relevante da nossa História: a ditadura Vargas. Por isso, amigos e conhecidos do escritor cobravam-no que escrevesse as vivências da prisão, e ele mesmo já tinha esse plano quando ainda estava no cárcere. Mas acabou por só o concretizar no fim da vida, quase vinte anos após os fatos narrados.
A demora pode ter tido vários motivos, a começar pelas diversas vezes que o autor teve que se livrar de suas anotações do tempo em que esteve preso, para escapar de fiscalizações. Há também a questão de que muitas pessoas mencionadas no livro ainda estavam vivas e atuantes, e sua imagem e trabalho podiam acabar prejudicados, dependendo de como fosse feita a sua retratação. Por fim há toda a complexidade do período que se seguiu à libertação do autor. O clima de hostilidade política e espionagem ainda reinou por muito tempo no país. O Brasil demorou a voltar ao normal (se é que um normal), permanecendo ainda vários anos sob a ditadura getulista. Depois veio a Segunda Guerra, as alianças contestáveis do pós-guerra… Certamente esses acontecimentos afetaram a vontade do escritor de escrever as Memórias, embora ele garanta, logo no início do livro, que sua inércia não adveio de proibição ou perseguição política:
Certos escritores se desculpam de não haverem forjado coisas excelentes por falta de liberdade — talvez ingênuo recurso de justificar inépcia ou preguiça. Liberdade completa ninguém desfruta: começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer.
Contudo, houve, sim, perseguição, e no começo do livro vemos o autor afetado por ela antes até de ser preso. Encontramos Graciliano em um estado de permanente tensão, cansaço e aborrecimento, tentando descobrir como fará para ganhar a vida após ter sido demitido do cargo público que ocupava na secretaria da instrução pública de Alagoas. Demissão essa motivada por sua orientação política.
Vale dizer que, na época, Graciliano ainda não era comunista, embora tenha se filiado ao Partido Comunista mais tarde. Mas o Brasil vivia um daqueles momentos em que falar de desigualdade, criticar o governo ou seu patriotismo de meia-tigela era o suficiente para se pintar de vermelho aos olhos dos demais. E no regime de exceção instaurado como resposta à insurreição comunista de 1935, tal suspeita bastava para destinar o sujeito à cadeia.
E não deu outra. A crítica social em seus livros, as amizades e a língua demasiado solta em conversas de bar montaram o caso contra Graciliano. Ele foi alertado de sua prisão na manhã do dia em que ela ocorreria, por um amigo que o aconselhou a fugir. Sem saber para onde ir, no entanto, e tomado por uma apatia paralisante diante do problema de como sustentar os muitos filhos sem emprego e sem sossego para trabalhar seus romances, a prisão lhe parecia até um escape providencial. Por isso, o escritor decidiu ficar e aguardar seus captores.
O primeiro lugar para onde o levam é uma cela de um quartel de Recife, em que lhe faz companhia um militar que jura não ser comunista e ter sido preso só por causa de um poema infeliz. Apesar do suposto engano, o tal militar não parece muito perturbado pela prisão, conseguindo se virar bem nas dificuldades que eles enfrentam nos diferentes estabelecimentos pelos quais passam posteriormente.
De início, os dois são deixados relativamente em paz. Afora a privação de liberdade e a completa incerteza sobre o que será feito deles — nem o motivo do aprisionamento fora esclarecido — , eles não são submetidos a situações degradantes.
Esse tratamento inicial suave só torna ainda mais chocantes as condições do cárcere seguinte, o navio Manaus, proveniente de Natal e cujo destino ninguém sabe, ninguém diz. Quando Graciliano e seu companheiro de viagem embarcam em Recife, o porão da embarcação, onde viajam os presos, já está superlotado. Há uma verdadeira teia de redes, se sobrepondo umas às outras. O confinamento, somado ao clima quente do nordeste, torna o lugar abafadíssimo e agrava o fedor dos dejetos humanos e restos de alimento largados pelo chão. Só uma vez durante a longa viagem do Nordeste ao Rio de Janeiro, os prisioneiros são levados para cima e o porão recebe uma lavagem. Cujos efeitos duram pouco, devido à ausência de banheiro no recinto.
A nojeira é tão grande que o escritor passa a viagem sem conseguir comer, belisca somente um pedaço de goiabada comprado de fora pelo ex-presidente da ANL em Alagoas, o médico Sebastião da Hora, que esbanja seus recursos comprando comida diferente da ração recebida. Graciliano gasta os seus principalmente com cigarros, fumando que nem uma chaminé durante todo o tempo da viagem, a ponto de deixar a boca crestada e piorar o estado do estômago vazio.
Outra agonia que descreve provém do amontoamento e a falta de privacidade que ele acarreta, obrigando uns a assistir intimidades dos outros e nivelando todos por baixo.
No quartel, eu e capitão Mata vivêramos quase duas semanas a tratar-nos cerimoniosamente; guardávamos recordações que eram travancas e nos distanciavam. Agora criaturas anônimas falavam-me como se tivéssemos estado sempre juntos. Nenhum receio de molestar-nos suprimindo cortesias de fato ridículas nas situações em que nos achávamos. Lá fora tínhamos ocupações diversas, usávamos linguagens diferentes e nos distinguíamos pela roupa; ali, no calor, mal vestidos, meio nus, usando vocabulário escasso, fundindo as gírias da caserna e da estiva, parolávamos na inércia forçada e nos íamos depressa nivelando. E nenhum esforço fazíamos para isso: era a autoridade que nos juntava, suprimia de golpe barreiras por ela própria conservadas e reforçadas. Operários e militares sediciosos, pequeno-burgueses detidos por suspeita, socialmente valíamos tanto como o ladrão que me vendera a rede.
Criminosos de todo tipo compartilham a viagem: reais ou presumidos, culpados ou inocentes, políticos e comuns. No início, Graciliano se empolga por poder conhecer os participantes da insurreição comunista em Natal. No porão do Natal ele encontra três membros da junta que governara a cidade no período da revolta, além de líderes sindicais, guardas civis, donas de casa e até matutos aparentemente reacionários, que ele nem consegue entender o que estão fazendo ali. Mas grandes oportunidades de discutir os acontecimentos de novembro de 1935 ele não tem, pois, para todos os efeitos, ninguém é comunista ali. Afinal, os guardas não estão tão longe, podem estar escutando. E sabe-se lá se não há nenhum espião entre os criminosos comuns ou até entre os políticos, só esperando alguém “confessar seus delitos” numa conversa informal.
Esse clima de suspeita, que reinava no país de forma geral na época, na prisão era muito mais intenso. Tal atmosfera se fez presente em todos os lugares por onde Graciliano passou durante o período de encarceramento; ela nos é apresentada pela primeira vez na figura de Carlos Van der Linden, um jovem pálido e triste que suspeitavam, sem quê nem porquê, ter ligação com a polícia.
Fora do mundo, aqueles espíritos caíam em forte impressionabilidade, gastavam as horas longas criando fantasmas ou admitindo, ingênuos, inventos alheios, as informações mais disparatadas. Só mais tarde percebi como embustes grosseiros nos enleiam no cárcere e esforcei-me com desespero por vencer o rebaixamento mental, a credulidade estúpida.
Evitar a paranoia é um dos motivos que levam o escritor a buscar ficar mais no seu canto, e aceita com prazer a oferta do padeiro de usar o camarote dele para escrever. Não que ele consiga escrever muito nesse período, mas pelo menos isso o ajuda a conservar um pouco de sanidade. De qualquer forma, ele teve que se livrar das poucas notas confeccionadas, lançando-as no mar para não ser apanhado com elas no momento da transferência para a nova prisão e acabar complicando a própria situação jurídica.
A nova prisão em questão era a Casa da Detenção. Após passar uma noite numa cela pior, enquanto é feita a triagem dos recém-chegados, Graciliano é mandado para o Pavilhão dos Primários, na ocasião totalmente ocupado por prisioneiros políticos, onde ficará pela fase mais longa do seu encarceramento.
O ambiente no Pavilhão dos Primários é peculiar. Pode-se dizer que, apesar da repressão, a moral por lá está alta. Novos prisioneiros são recebidos ao som do Hino do Brasileiro Pobre, uma adaptação do hino nacional com versos mais adequados à realidade brasileira.
A cerimonia de boas-vindas causa uma impressão positiva em Graciliano. À medida que os meses vão passando, porém, e o canto se repete todos os dias, assim como a programação da Rádio Libertadora — meio de comunicação arranjado com auxílio das privadas — , o escritor vai perdendo a ternura por esses hábitos, que lhe cheiram cada vez mais a alienação. Isso porque as notícias obtidas sorrateiramente de fora e compartilhadas, às vezes até por meio da rádio, não se coadunam com os prognósticos otimistas dos comunistas. A propaganda do governo de pintá-los de facínoras continua dando certo, o povo ainda os odeia, as torturas que sofrem seguem ocultas do grande público e poucos movem uma palha para impedir a continuidade dos arbítrios antijurídicos de Getúlio.
Talvez o otimismo seja simplesmente uma forma de os comunistas se blindarem e sobreviverem em meio à opressão. Ninguém fala abertamente sobre as sessões de interrogatório e as torturas. Só de relance o escritor vê hematomas aqui, unhas detonadas acolá, alguém passa mancando, com os pés em mau estado. Os poucos que ostentam suas feridas são tidos como fanfarrões, e esse ingrediente se soma a outros para lhes dar uma fama ruim. Além da questão de não ser prudente falar dos assuntos da polícia diante de possíveis espiões, aparentemente ninguém deseja dar ao governo a satisfação de vê-los abatidos.
Por isso, eles fazem todo o possível para se manter a sanidade e a consciência. Organizam aulas de idiomas, de marxismo e disciplinas relacionadas, sessões de exercícios físicos, uma caixa de ajuda financeira e limpezas para acabar com a praga dos percevejos. Cada um contribui com suas habilidades — médicos, estrangeiros, professores universitários, líderes comunistas — , criando um saudável clima de solidariedade e pertencimento, mesmo que as providências não atinjam seus objetivos. Eles também organizam protestos, barulheiras e greves de fome, quando sentem que a indignidade em seu tratamento cruzou limites de baixeza, ou para proteger um(a) camarada exposto(a) a algum risco especial.
Quando Olga Prestes e Elise Ewert estão para serem transferidas e deportadas, por exemplo, os prisioneiros armam um escândalo tão grande que há quem chegue a quebrar as barras da cela. Apesar de terem conseguido da diretoria da prisão a garantia de que Olga só seria levada a um hospital, acompanhada de uma companheira da cela das mulheres e de um médico dentre os presos, o governo deu um chapéu neles e todo mundo sabe como essa história terminou.
Um tempo depois, outras transferências passaram a perturbar o grupo, levando pouco a pouco muitos de seus membros para a Colônia Correcional. Quem voltava de lá, voltava irreconhecível, em menos de duas semanas, e seus relatos, que pareciam ter saído de um pesadelo, arrepiavam os outros presos, incutindo-lhes o medo de que chegasse sua vez de empreender a temida viagem.
E a vez de Graciliano chega, dando início à parte mais lúgubre de seu relato. Para se ter uma ideia do nível da nova prisão, os terrores já começavam na viagem, com casos de estupro “corretivo”, e ameaça de os presos políticos serem entregues ao arbítrio dos presos comuns — estes, totalmente animalizados — se por acaso cruzassem o limite convencionado no porão do barco.
O discurso de recepção para os recém-chegados vem com outra bomba de franqueza e crueldade:
— Aqui não há direito. Escutem. Nenhum direito. Quem foi grande esqueça-se disto. Aqui não há grandes. Tudo igual. Os que têm protetores ficam lá fora. Atenção. Vocês não vêm corrigir-se, estão ouvindo? Não vêm corrigir-se: vêm morrer.
E como o próprio escritor observa, os carcereiros não faziam ameaça vã. Dois ou três doentes encontram uma morte lenta e dolorosa nos estrados do alojamento, só no período que o autor passa na Colônia. Um esvaído em tosses sangrentas, outro com a ferida purulenta exposta às moscas — e nenhum tratamento. Morrem no seu canto, vão embora embrulhados em um lençol, ninguém toca no assunto e logo passam a disputar o estrado do falecido, se ele o tinha.
Outra vez Graciliano se vê em perigo de morrer de inanição, porque não consegue ingerir o alimento da Colônia Correcional. Nem o prato “caprichado” do dia da chegada; muito menos a ração comum do alojamento. Talvez não tivesse resistido, se um problema na perna não o alistasse entre os doentes, dispensando-o, assim, da parcela do martírio representada pelos trabalhos forçados. Ele passa os dias vagando pelo pátio, escrevendo quando consegue, e, após o retorno dos demais, conversa muito com os presos comuns, especialmente um ladrão que se afeiçoou a ele.
É na Colônia Correcional que o escritor primeiro nos coloca em contato com os presos comuns, e percebemos que, por maiores que sejam os sofrimentos dos presos políticos no Brasil, o verdadeiro massacre acontece com os presos comuns. E não só em períodos de exceção: desde sempre e — até que alguém decida investir com seriedade contra essa dinâmica — para sempre.
A própria Colônia, aparentemente pensada para ser uma sucursal do inferno, não foi fundada para receber presos políticos. Eles foram enviados para lá para levar um sustinho e “se comportar melhor”. Dentre os criminosos comuns, por outro lado, muitos já estavam em segunda ou terceira passagem por lá. E nem pareciam especialmente chocados com as agruras do local, a brutalidade dos guardas — que podiam se irritar e espancar os presos por motivos obscuros — ou a dinâmica de poder paralelo reinante no alojamento.
A intenção genocida enunciada pelo oficial, e que tanto chocou o romancista — não vêm corrigir-se, vêm morrer — resumia bem a atitude do governo em relação a esses seres humanos considerados casos perdidos. E o plano era executado em três partes: 1) fornecer-lhes as piores condições de vida possíveis; 2) sugar a pouca força que eles conseguiam reunir em tais condições nos trabalhos forçados; 3) deixá-los entregues a si mesmos no horário livre, permitindo que perpetuassem ali dentro as leis do mais forte que governam o mundo do crime. Resulta daí que os presos que permanecem vivos saem dali (pela fuga ou por direito) mais fortes e mais perigosos, como bactérias após um tratamento ineficiente com antibióticos. Afinal, a vida na prisão terminou de despi-los de toda dignidade humana que lhes restava, e de qualquer ilusão de que o Estado se importa com eles. Mais do que nunca, a vida lhes parece uma selva, em que cada um depende só de si mesmo para escapar da ponta da cadeia alimentar.
Quando Graciliano retorna para a Casa de Detenção, sem voltar, porém, ao Pavilhão dos Primários, mas sendo alocado em outra ala, ele continua tendo contato com presos comuns — apesar de na cela dele em si só haver presos políticos — , e podemos notar que o tratamento pior aos condenados corriqueiros não é exclusividade da chocante Colônia Correcional. Verdade que não há tanta brutalidade quanto na outra prisão. Afinal, muitos dos apenados da Casa de Detenção são assassinos e criminosos sexuais, considerados mais ordeiros que os ladrões e estelionatários que formam o grosso da população da Colônia. Mas tampouco há esforço para regenerá-los. Pelo contrário: os guardas ali também são corruptíveis e aceitam suborno para participar nas empreitadas ilícitas dos prisioneiros, seja para comprar substâncias proibidas ou até entregar pivetes recém-capturados a pedófilos.
A segunda estadia na Casa de Detenção é a etapa final da prisão de Graciliano Ramos. Sua esposa — que viera meses antes de Alagoas para o Rio, para pleitear os interesses do marido junto à Justiça — consegue finalmente representação jurídica para o marido. O advogado Sobral Pinto, que já tomara a seu encargo a difícil defesa de outros presos políticos célebres, tais como Prestes ou Arthur Ewert, assume o caso do escritor também, e consegue libertá-lo, após 11 meses de encarceramento. O capítulo faltante do livro é justamente o que trataria da libertação.
O escritor não teve tempo de concluir a obra, quanto mais de cortá-la e poli-la, como gostava de fazer. Com cerca de seiscentas páginas, Memórias do Cárcere se distingue do resto de sua obra, quase toda enxuta. Essas páginas, porém, acumulam uma enorme galeria de retratos que constituem a principal preciosidade da obra.
Na inércia forçada do cárcere, a personalidade introspectiva do escritor o impelia principalmente a observar — as pessoas e os eventos — e matutar sobre eles, sobre si, suas sensações e os significados existenciais por trás de tudo o que testemunhava. Aparício Torelly, Nise da Silveira, Agildo Barata, Rodolfo Ghioldi, Antonio Maciel Bonfim (o “Miranda”) — todos esses nomes que ficaram gravados na História do Brasil ganham cara e comportamento através dos relatos de Graciliano.
Ele nos mostra essas pessoas primordialmente por meio da narrativa de incidentes que os envolvem, o que fornece base para um julgamento mais imparcial do que se simplesmente fossem lançadas opiniões no papel. Não que as impressões subjetivas do escritor não tenham interferido nos relatos, inclusive na escolha de quais incidentes mereceriam destaque. Toda a obra é profundamente intimista, e os pensamentos do autor são costurados nas narrativas objetivas, formando um tecido indissolúvel, porém interessante.
Além das figuras de destaque, retratos de gente desconhecida, com nome ou anônima, também ilustram o livro. Os ladrões da Colônia Correcional, com seu modo de vida peculiar, sua lógica própria e a fanfarronice ao apontar a esperteza de seu modus operandi. Os homossexuais tolerados, porém marginalizados mesmo dentro da cadeia. Os guardas e padres e outros encontros casuais que mostram inesperada bondade ou crueldade sem motivo, destacando-se como notas extremas que rompem a melodia monótona da vida. Advogados, médicos ou estivadores respondendo de modo diferente do esperado à pressão das circunstâncias. E o próprio escritor que, na sua ranzinza autoanálise, não nos oculta suas birras, suas fraquezas e a influência que o ambiente exerceu sobre ele também.
Tudo isso faz com que Memórias do Cárcere transcenda as paredes do cárcere, tornando-se uma obra importante para entender a humanidade em seus extremos de bem e de mal e suas aparentes incongruências. Mirando em retratar um tempo e uma experiência, o escritor acabou por acertar em uma presa bem maior.
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