Sah 20/07/2020
Danny Torrance cresceu carregando as marcas que os espíritos do Hotel Overlook lhe deram, e agora, com problemas de alcoolismo, ele se estabelece numa cidade pacata, esperando por tempos melhores. Mas suas esperanças são frustradas ao criar um vínculo telapático com Abra, uma menina com poderes tão fortes quanto os dele.
Escrito quase 40 anos depois de seu antecessor, segundo conhecidos, Doutor Sono parece funcionar bem sozinho, pois os principais detalhes de O Iluminado estão presentes nas memórias de Danny (agora Dan), que ainda convive com os fantasmas de seu passado.
Tratando um pouco dos personagens, Abra é realmente cativante e rouba a cena, e a antagonista principal é do tipo que amamos odiar. Dan talvez não agrade muito (assim como em It, é muito mais interessante ver crianças lidando com coisas assustadoras do que adultos), mas é difícil não sentirmos afeição por ele considerando seu passado traumático.
A história, por outro lado, deixa a desejar. A evolução na escrita de King é notável, mas a trama se estende muito, de um jeito menos suportável do que em O Iluminado, o que prejudica bastante a vontade de continuar a leitura.
Pra terem uma ideia, a luta que nos é apresentada como um outro confronto épico dura pouquíssimas páginas, e não é tão incrível assim, chegando a ser até mesmo previsível em certos aspectos.
Acredito que a demora para o conflito principal se dê para causar tensão, mas para mim foi muito cansativo.
Eu tinha muitas expectativas para essa leitura, por isso talvez eu esteja jogando muitas pedras aqui, e mesmo o livro tendo seus pontos altos, a progressão da história não ajuda muito.
Ainda não vi o filme, mas considerando a sua missão de continuar um final infiel, não tenho grandes esperanças como adaptação da obra, mas pode ser uma boa sequência (se vocês entendem o que quero dizer).